FORMAÇÃO TÉCNICA EM SEGURANÇA DO TRABALHO: OS DESAFIOS ENFRENTADOS PELOS DOCENTES
Por: kamys17 • 16/8/2018 • 4.312 Palavras (18 Páginas) • 432 Visualizações
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O professor que ministra disciplina especifica do curso técnico em segurança do Trabalho deverá ter conhecimento prévio do dia a dia da indústria, não sendo somente teórico, pois esse conhecimento prático é de suma importância para o desenvolvimento teórico pratico dos alunos. A vivência do professor colabora muito para exemplificar as atividades diárias de um técnico em segurança do trabalho. Ainda deve se considerar que as Normas Regulamentadoras, que são aquelas que regem a saúde e segurança dos trabalhadores são constantemente atualizadas. Ficando a cargo do profissional de segurança do trabalho a responsabilidade de atualizar se e informar a empresa sobre as necessidades de cumprimento legal. No caso dos docentes é importante que estejam sempre atualizados para que tenham condições de repassar aos alunos as exigências legais pertinentes.
O professor deve estar envolvido no processo, pois como destaca Villela (2006) o trabalho docente se torna mais intenso à medida que assume novos requisitos sobre as condições, a natureza e a organização do ensino, o que se caracteriza como um desafio para os professores.
Percebe-se que apesar dos professores que atuam no ensino superior possuírem uma formação especializada e conhecimentos específicos ─ engenheiros, matemáticos, químicos, dentre outros. ─ e serem de forma geral ótimos professores, não são conhecedores da complexibilidade da educação. O desempenho didático pedagógico deixa a desejar, visto que a atuação do docente se estabelece no desenvolvimento de suas práticas pedagógicas. Para Mello (2000) a importância da prática decorre do significado que se atribui à competência do professor para ensinar e fazer aprender. Estas competências são formadas pela experiência, portanto esse processo deve ocorrer necessariamente em situações concretas, contextualizadas.
Para Peixoto, Brandão e Santos (2007), o sentido mais amplo da tecnologia não se refere só à sua utilidade funcional. É preciso ter em mente que a tecnologia ao servir a determinada prática pedagógica, os sujeitos envolvidos experimentem a tecnologia de modo a incorporá-la. Isso significa que tanto professores e alunos precisam se apropriar das TIC (tecnologias de informação e comunicação) de forma que sua utilização e a construção do conhecimento se efetuem como co-criação e não simplesmente como transmissão. Para tanto, o docente precisa atuar com base em um novo paradigma, não mais como apenas transmissor de informação, mas na criação de situações de aprendizagem nas quais o aluno realiza atividades e constrói o seu conhecimento. Nessa perspectiva, Morin (2001) ressalta o papel do docente frente ao uso das tecnologias de informação e comunicação de forma apropriada e contextualizada, mantendo- se sempre em constante atualização e preparação para desempenhar sua função.
A docência precisa ser reconhecida socialmente como campo de conhecimentos específicos, envolvendo diversas áreas do conhecimento, do saber e do ensino, assim como específicos da área da docência. Na Educação Profissional, a docência se define prioritariamente pelos conhecimentos e pelo domínio da área técnica. Em sua grande maioria os docentes priorizam o dominio do conhecimento técnico e de práticas desenvolvidas a partir do conhecimento dos/em distintos mercados, em detrimento dos conhecimentos pedagógicos.
Os professores da educação profissional ministram os fundamentos (técnica e metodologia) em sua ação profissional a partir de suas prórpias ações. Muitas vezes, é pelo apreço, amor e pela dedicação que têm a sua profissão. São estes saberes que fazem dele um profissional docente (SOARES, 2008).
Geralmente, os professores que têm sua formação inicial no bacharelado e que atuam em cursos da mesma área de sua formação, em algum momento do seu desenvolvimento profissional são atraídos, de alguma forma, para a carreira docente. Infere-se que esses professores não escolheram sua formação inicial como bacharéis querendo, a priori, ingressar na carreira do magistério e, por isso, em poucos casos, estes professores passam por um estágio de formação que traga algum conhecimento pedagógico básico. Segundo Freire (1991, p.58)
Ninguém começa a ser educador numa certa terça-feira às quatro da tarde. Ninguém nasce educador ou marcado para ser educador. A gente se faz educador, a gente se forma, como educador, permanentemente, na prática e na reflexão sobre a prática.
A docência na educação profissional, portanto, não se faz sem a avaliação de opções tecnológicas, o que requer apreender conhecimentos tácitos e o estado-da-arte do desenvolvimento tecnológico, entenderem os motivos pelos quais há problemas em aberto mesmo existindo soluções tecnológicas para os mesmos, aprender com lições deixadas por experiências pessoais ou coletivas passadas e imaginar futuros possíveis ou alternativos das tecnologias.
O perfil profissional do docente da educação profissional engloba, além das especificidades das atividades pedagógicas relativas ao processo de ensino-aprendizagem neste campo, as dimensões próprias do planejamento, organização, gestão e avaliação desta modalidade educacional nas suas íntimas relações com as esferas da educação básica e superior. Portanto, o professor da educação profissional deve ser capaz de permitir que seus alunos compreendam, de forma reflexiva e crítica, os mundos do trabalho, dos objetos e dos sistemas tecnológicos dentro dos quais estes evoluem; as motivações e interferências das organizações sociais pelas quais e para as quais estes objetos e sistemas foram criados e existem; a evolução do mundo natural e social do ponto de vista das relações humanas com o progresso tecnológico; como os produtos e processos tecnológicos são concebidos, fabricados e como podem ser utilizados; métodos de trabalho dos ambientes tecnológicos e das organizações de trabalho. Precisa saber desenvolver comportamentos pró-ativos e socialmente responsáveis com relação à produção, distribuição e consumo da tecnologia.
O professor da educação profissional deve ser capaz de descrever práticas profissionais (como, por quem e dentro de que condições uma atividade é realizada), de levar em conta o uso que quer fazer desta descrição no processo de ensino-aprendizagem (tipo de apropriação e grau de utilização das técnicas) e de estabelecer a diferença entre ensinar práticas e ensinar os saberes sobre estas práticas (construção mais ou menos elaborada, mais ou menos formalizada destas práticas). Portanto, é desejável que, além da experiência profissional articulada à área de formação específica,
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