ANÁLISE DA TÉCNICA DE DESCONTAMINAÇÃO DA ÁGUA COM A CASCA DE BANANA
Por: Juliana2017 • 1/5/2018 • 2.231 Palavras (9 Páginas) • 429 Visualizações
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A banana é a segunda fruta mais produzida no Brasil e é consumida em diversas formas, como purê, doces, sobremesas e in natura. Porém, a sua casca geralmente é descartada, ou em alguns casos, é utilizada na alimentação de animais ou eventualmente em compostagem (BAKRY et al., 1997; EMBRAPA, 2012). Atualmente existem poucos trabalhos na literatura que relatam o aproveitamento dos resíduos da banana como insumo na produção de algum tipo de material útil para o meio ambiente. O uso destes resíduos permitiria a redução da poluição ambiental, e também agregaria valor à cultura da banana, esta, que nos últimos anos vem enfrentando grandes desafios gerados pelo balanço de consumo e produção do produto no mercado nacional (FILHO, 2011).
Uma opção é o seu emprego como precursor de carvão ativado, por se tratar de um material de baixo custo e de grande disponibilidade no território nacional. A casca corresponde a aproximadamente 30 % a 40 % do peso total da fruta e apresenta na sua composição grupos de hidroxila e de carboxila da pectina. Estes grupos garantem a sua capacidade de adsorção de metais pesados e compostos orgânicos no tratamento de efluentes (MACIEL, 2013).
A cada semana, as redes de fast food de São Paulo jogam fora cerca de 4 toneladas de cascas de banana. Esse foi o dado que fez a pesquisadora Milena Boniolo, especialista em química, pensar em como esse excedente poderia ser usado de forma útil. E ela descobriu como que as cascas de banana podem ajudar na descontaminação da água. O objetivo deste trabalho é avaliar a eficiência da casca de banana como descontaminante de água.
3 METODOLOGIA
O trabalho seguiu preceitos de pesquisa bibliográfica, que de acordo com Gil (2008) é desenvolvida a partir de material pronto, já constituído, livros ou artigos. Sendo que ainda de acordo com o autor, a proposta da pesquisa segue etapas: 1 – fontes; 2 – coleta de dados; 3 – análise e interpretação; 4 – discussão dos resultados e 5 – aspectos éticos.
A presente revisão utilizou sites e artigos para a obtenção de dados baseados no objetivo deste trabalho, com o intuito de veridicidade relacionado ao mesmo. Através de pesquisas relevantes conseguimos um banco de dados consistente sobre a eficiência da casca de banana como descontaminante de água.
Por meio de artigos científicos obtemos informações objetivas e verdadeiras relacionado a experiências com a casca de banana, para a consolidação desse método de descontaminação.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A casca de banana pode descontaminar água poluída com metais pesados e urânio, pois ela possui moléculas negativas que adsorvem os cátions positivos dos metais. O processo pensado pela brasileira surpreende pela simplicidade. As cascas de banana são expostas ao sol e depois trituradas. O pó resultante é misturado com a água e absorve dela metais pesados - como chumbo, níquel e urânio. O processo pode, se repetido, e pode descontaminar em até 90% a água.
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A casca de banana pode ser um forte aliado na descontaminação da água poluída por agrotóxicos
Em face das necessidades humanas, diversos compostos têm sido produzidos e comercializados com as mais diversas finalidades. Entretanto, um aspecto negativo é que o uso desses compostos pode gerar resíduos que contêm metais pesados, tóxicos e radioativos, que causam grande impacto ambiental.
Os agrotóxicos, defensivos agrícolas e pesticidas usados no controle de pragas e doenças das plantas, bem como os fertilizantes usados para fornecer os nutrientes necessários ao crescimento e produção dos vegetais, são exemplos de compostos que geram esses transtornos e perigos ambientais, principalmente causando a contaminação das águas com metais pesados e radionuclídeos.
Com a intenção de recuperar os recursos já prejudicados, como as águas poluídas, é necessária a criação de novas tecnologias que visem ao tratamento desses efluentes e que sejam eficientes e economicamente viáveis. Com isso em mente, a pesquisadora Milena Boniolo realizou pesquisas no Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) da USP, em Piracicaba, São Paulo, que estudou o potencial uso das cascas de banana na descontaminação de águas poluídas.
Segundo a pesquisadora as Cascas de banana foram caracterizadas por espectroscopia de infravermelho por transformada de Fourier e microscopia eletrônica de varredura, e investigadas como biossorvente de baixo custo para a remoção de íons de urânio provenientes de soluções nítricas. A influência das seguintes variáveis foi estudada: tamanho das partículas do adsorvente, tempo de contato, pH e temperatura. O percentual de remoção aumentou de 13 para 57% quando o tamanho da partícula foi reduzido de 6,000 para 0,074mm. O tempo de contato determinado foi de 40 minutos com remoção de 60% em média. A remoção aumentou de 40 para 55% quando o pH aumentou de 2 para 5. Os modelos de isotermas lineares de Langmuir e Freundlich foram aplicados para descrever o equilíbrio de adsorção. A cinética do processo foi analisada a partir dos modelos de pseudo-primeira e segunda ordens. Parâmetros termodinâmicos como variações da entalpia (H), entropia (S) e energia livre de Gibbs (G) foram calculados. No intervalo de concentração de 50 - 500mg.L-1 , o processo de adsorção foi melhor descrito pela equação de Freundlich. A capacidade de adsorção no equilíbrio foi determinada pela equação de Langmuir, e o valor encontrado foi 11,50 mg.g-1 a 25 ± 2ºC. A cinética foi melhor representada pelo modelo pseudo-segunda ordem. O processo de biossorção para a remoção de urânio das soluções foi considerado exotérmico, e os valores de H e S obtidos foram - 9,61 kJ.mol-1 e 1,37J.mol-1, respectivamente. Os valores da energia livre de Gibbs variaram de -10,03 para -10,06 kJ.mol-1 quando a temperatura aumentou de 30 para 50ºC. Este estudo mostrou o potencial de aplicação das cascas de banana como biossorvente de íons de urânio.
A ideia é interessante principalmente por ser um projeto que visa ao desenvolvimento sustentável, pois a banana é um fruto bastante presente nos mercados mundiais, mas que também é alvo de grande desperdício, principalmente porque as suas cascas geralmente são descartadas e somente a polpa é utilizada.
Para se ter uma ideia, as estimativas apontam que, no Brasil, há um desperdício de cerca de 20 a 40% das bananas produzidas, o que representa mais de dois bilhões de dólares. A quantidade de cascas de bananas jogadas fora nos
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