LEVANTAMENTO DA RELAÇÃO CUSTO X BENEFÍCIO DOS PROJETOS MINHA CASA MINHA VIDA EM UNIDADES UNIFAMILIARES
Por: Carolina234 • 3/5/2018 • 4.394 Palavras (18 Páginas) • 512 Visualizações
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No entanto, ainda é preciso pensar em formas de otimizar o processo de construção civil, principalmente no ponto de vista da sustentabilidade. Nos dias atuais, com a acentuação da escassez de inúmeras matérias primas e com o crescente esgotamento dos recursos naturais, é preciso desenvolver alternativas conscientes de utilização e reutilização de materiais da construção civil.
Assim, este trabalho busca entender como funciona a dinâmica de geração dos resíduos no processo de construção e/ou reforma de edificações. Em busca de oferecer um espectro amplo da realidade da construção civil no país, bem como levantar a discussão de alternativas já existentes que busquem fazer o gerenciamento dos resíduos da construção para otimizar esse processo e evitar o desperdício, o que reduz custos e amplia a margem de liquidez do imóvel.
Ainda, é importante discutir como a maior política pública de habitação do país, o Programa Minha Casa, Minha Vida do Governo Federal faz a gestão dos seus resíduos e pensa a construção civil do ponto de vista da sustentabilidade. Também, se essa ação federal pode se tornar uma referência dessa área fazendo a relação entre o social, o ambiental e o econômico.
Garantir que a construção civil seja a cada dia mais sustentável é uma importante função para os profissionais dessa área. Este trabalho busca, por meio da revisão de literatura, da pesquisa e da análise de dados, contribuir para que a engenharia civil trabalhe em consonância com o meio ambiente e com a ideia de que é preciso sempre repensar as práticas de construção em todos os âmbitos, inclusive o das políticas públicas de habitação e moradia.
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 RESÍDUOS
Toda e qualquer atividade humana proveniente das indústrias, comércios e residências gera resíduos que podem ser ou não aproveitados. Mesmo os considerados não aproveitáveis constituem cerca de 40% dos materiais recicláveis. Toda essa parte com potencial reciclável, se manejados de forma adequada, acabam se tornando atrativos na questão econômica, ambiental e energética podendo se tornar novas matérias-primas (FIGUEIREDO, 1994).
A questão do gerenciamento de resíduos está enquadrada no saneamento básico, pois existe uma relação de interdependência entre os dois no âmbito da saúde e meio ambiente. A preocupação com o saneamento ambiental urbano trouxe necessidade de ampliação desse conceito de gestão para todos os componentes que participam da qualidade de vida populacional.
Nos últimos anos, o interesse por políticas públicas para os resíduos gerados pelo setor da construção civil tem se acirrado com a discussão de questões ambientais. Uma vez que desperdiçar materiais, seja na forma de resíduo (mais comumente denominado “entulho de construção”), seja sob outra natureza, significa desperdiçar recursos naturais, o que coloca a indústria da construção civil no centro das discussões na busca pelo desenvolvimento sustentável nas suas diversas dimensões (SOUZA et al, 2004).
Na construção civil tem-se a geração de volumes muito grandes de resíduos, tanto na etapa construtiva, quanto antes da construção na etapa produtiva dos insumos a serem utilizados. Podemos observar, também, uma grande quantidade de resíduos provenientes de atividades como reforma e demolição.
A definição técnica de resíduos sólidos da construção civil, segundo a resolução nº 307/02, Art. 2°, Inciso I do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA, 2002):
os provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha. (CONAMA, 2002)
A investigação da origem residual é de grande importância para a obtenção de dados qualitativos e quantitativos da geração dos volumes. A geração de Resíduos da Construção e Demolição (RCD) se dá em quatro etapas construtivas, sendo elas: as fundações, a estruturação, alvenaria, o revestimento e acabamento, onde necessitam ter diferenciação em relação ao tempo, à quantidade gerada e à atividade.
2.2 RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL E DEMOLIÇÃO (RCD)
Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE, pág. 33, 2013), “em geral os municípios coletam os RCD de obras sob sua responsabilidade e os lança em logradouros públicos”. Com os dados da ultima pesquisa “Panorama dos Resíduos Sólidos” (pág. 33, 2013) realizada pela ABRELPE, pode-se ter uma noção da quantidade de RCD que os municípios coletaram por dia no ano de 2013. Somente no sudeste são coletados cerca de 61.487 ton/dia, em todo o Brasil o número chega a mais de 117 mil toneladas por dia. Para Pinto (2000),
os principais impactos sanitários relacionados aos resíduos de construção e demolição (RCD) são aqueles associados às disposições irregulares, sendo uma conjunção de efeitos deteriorantes do ambiente local, comprometendo a paisagem, o tráfego de pedestres e de veículos, a drenagem urbana, atraindo resíduos não-inertes, além da multiplicação de vetores de doenças e outros efeitos. (PINTO, 2000 apud Karpinsk, 2009)
As empresas ou responsáveis pelos RCD costumam depositá-los em caçambas de entulho ou contratarem pequenos transportadores de volumes, como carroceiros para futuro descarte em locais impróprios, sendo que na maioria das vezes também são descartados resíduos domésticos, animais mortos, pneus, móveis, eletrônicos, etc., podendo criar risco impacto ambiental e desconforto à população do entorno.
Os dados da figura a seguir foram retirados de Pinto e Gonzales (2005), neles observar-se que a maior parte dos RCD se originam nas reformas, representando mais que a metade do total gerado. O maior problema da disposição inadequada dos RCD se origina nos casos onde são transportados e descartados em locais inadequados.
Figura 1 – Origem dos RCD
[pic 2]
Fonte: (Pinto e Gonzales, 2005)
2.3 DESPERDÍCIO
A quantidade de entulho gerado nas etapas construtivas
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