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Toxicidade do Petróleo em Ambiente Marinho

Por:   •  3/3/2018  •  5.358 Palavras (22 Páginas)  •  334 Visualizações

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Os hidrocarbonetos saturados podem apresentar-se dispostas sob a forma de cadeias abertas, conhecidos como hidrocarbonetos parafínicos ou alifáticos e, em forma de anel, chamados hidrocarbonetos naftênicos ou ciclo-parafinicos.

PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DOS COMPONENTES DO PETRÓLEO

As propriedades físico-químicas do petróleo são determinadas por sua composição total e características de cada um dos seus constituintes. O petróleo pode ser classificado, de acordo com sua densidade relativa, em leve, médio e pesado. Os hidrocarbonetos encontrados no petróleo podem se apresentar sob diferentes formas físicas. Nas condições normais de temperatura e pressão, os hidrocarbonetos podem estar nas formas gasosa, líquida ou sólida, dependendo do número e disposição dos átomos de carbono nas suas moléculas.

Dependendo do tipo de formação geológica do campo produtor, a consistência e coloração do petróleo podem variar de líquido amarelo-amarronzado a preto viscoso e semi-sólido. Esta variação está diretamente relacionada com o tipo de hidrocarboneto predominantes.

O petróleo constituído por hidrocarbonetos de cadeia pequena poderá apresentar-se na forma líquida e conter grande quantidade de gás dissolvido, enquanto aquele contendo uma proporção maior de hidrocarbonetos de cadeia longa será altamente viscoso, com nenhuma ou pouca presença de gás (WHO, 1982).

A interação dos hidrocarbonetos entre si e a sua solubilidade na água dependerão de quanto mais polares sejam suas moléculas. Os hidrocarbonetos aromáticos são mais solúveis e menos voláteis na água do que os hidrocarbonetos parafínicos com o mesmo número de átomos de carbono correspondentes.

Uma característica física muito importante é o ponto de ebulição, pois, geralmente, a persistências de um hidrocarboneto no meio ambiente está diretamente relacionada a este fator.

CONTAMINAÇÃO AMBIENTAL

O petróleo e seus produtos são liberados para o meio ambiente através de acidentes durante a carga, descarga, transporte ou produção de subprodutos. Para avaliar os efeitos à saúde e ao meio ambiente é importante compreender o comportamento dos componentes do petróleo no solo, água e ar.

Durante o transporte dos componentes do petróleo, vários processos podem ocorrer, como a volatilização, hidrólise, fotólise, biodegradação, biotransformação, degradação física e dissolução, e estes serão tão relevantes e velozes de acordo com a situação, o que dificulta a mensuração da composição dos subprodutos de degradação a partir da composição inicial do petróleo, bem como a toxicidade de cada parcela.

O petróleo liberado na água espalha-se quase que de imediato. Os componentes polares e de baixo peso molecular solubilizam-se e são lixiviados para fora da mancha de óleo; os componentes voláteis presentes na superfície da água sofrem evaporação e o óleo se emulsifica. A perda por evaporação depende da área exposta, da pressão de vapor da fase oleosa (os componentes com pressão de vapor maior do que o n-octano evaporam rapidamente da superfície da mancha de óleo, enquanto os de pressão inferior ao n-octadecano persistem e formam um resíduo viscoso que retarda a volatilização dos demais constituintes. Depende também da velocidade dos ventos e da difusibilidade do hidrocarboneto e, da formação de emulsões ou de “crostas” na superfície da água.

A dissolução dos óleos derramados é o processo mais representativo, pois estudos evidenciam a aceleração da dissolução dos compostos presentes na mancha de óleo após um período inicial, devido à modificações químicas por oxidação ou degradação microbiana, ou seja, imtemperismo químico e biológico, respectivamente.

Os óleos derramados se espalham sobre a superfície da água formando um filme de espessura de 0,1 mm e os fatores que influenciam a velocidade de espalhamento são a tensão superficial, gravidade específica e viscosidade. O aumento de temperatura reduz a tensão superficial do líquido agravando o efeito em águas mais quentes. A maioria dos componentes do petróleo é menos densa que a água, portanto ele flutua, mas com a evaporação das substâncias mais leves, a densidade pode aumentar, fazendo com que os óleos mais pesados afundem formando “bolas de asfalto” ou chegando até o fundo entrando em contato com rochas e sedimentos.

Os processos de evaporação, degradação e emulsificação, os quais reduzem a severidade do dano, ocorrem de forma diferenciada na água doce e na água salgada devido à movimentação da água, que quando pouca, provoca o empoçamento do óleo e aumenta o contato com o substrato e a vegetação afetando os organismos presentes no local.

No mar aberto, peixes e baleias podem nadar para longe da mancha de óleo, mas tartarugas e golfinhos vivendo próximo à enseadas tem o risco aumentado em relação à contaminação. A contaminação de recifes afeta diretamente organismos aquáticos como camarões, ouriços e pequenos peixes, os quais são expostos ao óleo através do contato direto com suas guelras, pela absorção de compostos tóxicos presentes na coluna d´água pelos seus ovos e larvas; pela ingestão de alimento contaminado. Em contato com o petróleo podem apresentar alterações cardíacas, respiratórias, hepatomegalia, redução de crescimento, alterações bioquímicas, celulares, reprodutivas e comportamentais. A exposição crônica a alguns componentes do petróleo pode provocar anomalias genéticas e carcinoma em espécies sensíveis. A utilização de dispersantes na remediação de áreas contaminadas eleva o estresse de cardumes, por aumentar a concentração de hidrocarbonetos em solução, provocando a maior atividade destas enzimas e do consumo de oxigênio e pode favorecer a contaminação de peixes e moluscos, o que pode afetar o homem em áreas de pesca comercial ou recreacional. A exposição de salmões à baixa concentração de óleo revelou a persistência na alteração da lactato-desidrogenase, favorecendo seu uso como biomarcador de efeito. Além dos peixes, aves e mamíferos podem ser afetados pelo óleo derramado por meio de contato físico direto, exposição aos vapores de substâncias toxicas, destruição do habitat e de fontes de alimento e problemas evolutivos. Estudos recentes indicam que a exposição de aves ao óleo pode afetar sua longevidade dependendo da espécie, do tipo de petróleo, de fatores ambientais, da estação do ano, das condições físicas das aves, dos recursos e do treinamento dos responsáveis pela reabilitação daquelas. Parâmetros hematológicos

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