Compostagem e uso como fertilizante do lodo de efluente de indústria de carne avícola
Por: Kleber.Oliveira • 11/5/2018 • 5.226 Palavras (21 Páginas) • 379 Visualizações
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Para que o processo de compostagem se desenvolva de maneira satisfatória, é necessário que alguns parâmetros fisico-químicos sejam controlados permitindo que os microrganismos encontrem condições favoráveis para se desenvolverem e transformarem a matéria orgânica (FERNANDES et al., 1996). Em caso de perda excessiva da umidade, a água pode ser adicionada sobre o material em compostagem e em caso de excesso, materiais absorventes como palhas, camas e serragens devem ser incorporados em níveis suficientes para a adequação do teor de umidade. Quando o teor de umidade supera 75%, o processo de compostagem geralmente não atinge temperaturas adequadas (KIEHL, 2004; BOMBILIO, 2005).
Esse trabalho foi realizado como o objetivo de avaliar a produção de composto orgânico como alternativa para o tratamento e reciclagem do lodo de ETE de agroindústria avícola. Para isso, avaliou-se o desempenho do processo de compostagem e a composição do composto orgânico quanto os valores de coliformes totais e termotolerantes, e aos teores de nutrientes e metais pesados.
As unidades experimentais caracterizaram-se por pilhas de misturas de lodo de ETE, serragem e aditivos acondicionadas em composteiras pilotos, dispostas em local coberto. As composteiras foram, confeccionadas com painéis isolantes pré-fabricados. As dimensões utilizadas para cada composteira foram de 0,904m de largura, 1,0m de altura e 1,20m de comprimento, com volume total de aproximadamente 1,0 m3 de mistura inicial depositada dentro de cada composteira.
MATERIAIS E MÉTODOS
O trabalho compreendeu a avaliação, em escala piloto, da compostagem para produção de compostos orgânico a partir da mistura de lodo residual de ETE, serragem e aditivos em diferentes concentrações. O experimento foi implantado e executado em área da indústria alimentícia Vossko do Brasil, em Lages, SC, durante o período de novembro de 2014 a janeiro de 2015.
Avaliou-se o desempenho de cinco diferentes tratamentos constituídos de combinações (misturas) do lodo residual de ETE, serragem, cama de aves e cinzas, conforme detalhado na Tabela 1, em um ciclo de compostagem. Os tratamentos foram aplicados em três repetições, perfazendo um total de 15 unidades experimentais.
Tabela 1 – Caracterização dos tratamentos avaliados em ensaio de compostagem
TRATAMENTOS
MISTURAS
L40 / S60
40% lodo + 60% serragem
L35 / S65
35% lodo + 65% serragem
L30 / S70
30% lodo + 70% serragem
L30/S65/CA5
30% lodo + 65% serragem + 5% cama de aves
L30/S60/CZ10
30% lodo + 60% serragem + 10% cinza de caldeira
Fonte: produção do próprio autor (2016).
O lodo empregado foi coletado da saída do decantador da estação de tratamento de efluentes (ETE) da indústria alimentícia Vossko do Brasil S.A. e continha em torno de 90% de umidade. Não foram realizados procedimentos de drenagem ou secagem do lodo. As características do lodo, da serragem e dos aditivos empregados constam na Tabela 2.
Tabela 2 – Características dos resíduos e aditivos utilizados no processo de compostagem
Resíduo
pH
%H2O
C
N
C/N
---g kg-1 ---
Lodo
5,9
89
506
59,1
5,56
Serragem
8,5
40
532
0,8
665
Cama de aviário
7,6
33
232
34,25
6,73
Cinza de caldeira
8,3
19,5
178
3,4
52,4
Fonte: produção do próprio autor (2016)
A serragem utilizada no experimento foi proveniente de madeiras não tratadas da região serrana. A cama de aviário foi proveniente de aviário localizado em Ponte Alta-SC. A cinza foi proveniente da usina termoelétrica de biomassa localizada em Lages.
As unidades experimentais caracterizaram-se por pilhas de misturas de lodo de ETE, serragem e aditivos acondicionadas em composteiras pilotos, dispostas em local coberto. As composteiras foram confeccionadas com painéis isolantes. As dimensões utilizadas para cada composteira foram de 0,904m de largura, 1,0 m de altura e 1,2 m de comprimento, com volume total de aproximadamente 1,0 m3 de mistura inicial depositada dentro de cada composteira.
O método de compostagem empregado consistiu na montagem inicial das leiras em camadas sobrepostas de maneira alternada, de lodo de ETE, serragem e aditivo, até obter-se o volume desejado, dentro das composteiras. Posteriormente realizou-se o revolvimento periódico para aeração, realizado com perfuratriz motorizada, com operação manual.
No período inicial da compostagem o revolvimento ocorreu a cada 2 dias, com o decaimento da temperatura passou a ser a cada 4 dias.
Durante a compostagem as leiras receberam um esquema de monitoramento, o qual consistia na determinação periódica da earação, temperatura, umidade e pH.
Na fase termófila, as leiras foram revolvidas
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