Características gerais da Antracnose em Phaseolus vulgaris e Glycine max
Por: Kleber.Oliveira • 2/10/2018 • 1.394 Palavras (6 Páginas) • 300 Visualizações
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O fungo Colletotrichum truncatum é diretamente associada à soja, no entanto, existem diversas espécies que podem ser associadas à antracnose na cultura da soja. A sobrevivência desse patógeno pode ocorrer, assim como C. lindemuthianum, em restos culturais ou sementes infectadas. O ciclo patógeno-hospedeiro desse fundo tem início através de sementes infectadas ou inóculos oriundos de restos culturais de safras anteriores. O fungo desenvolve-se, no hospedeiro, de forma sistêmica no interior do tecido cortical e pode não expressar qualquer sintoma ou sinal até o final do ciclo, variando conforme condições climáticas, fertilidade e densidade de semeadura. São observados maiores danos em solos de baixa fertilidade, principalmente aqueles que têm deficiência de potássio. Tudo isso, aliado com condições climáticas e alta população de plantas, elevam o grau de infestação da doença (Kimati et al., 2005).
Pode-se perceber que apesar de serem patógenos diferentes, ambos possuem, grosso modo, muitas características que assemelham-se.
O controle da antracnose no feijoeiro pode ser efetuado através de práticas culturais, resistência genética e controle químico. É de fundamental importância o uso de sementes livres do patógeno, já que existe uma relação crescente entre a incidência do patógeno na semente e a porcentagem de plântulas com sintomas de necrose. Para isso, faz-se necessário a análise de sementes em laboratórios fitopatológicos, mesmo que de sementes ditas tratadas. Pois, mesmo que com um índice pequeno de inóculos nas sementes, pode-se iniciar, através desses, uma epidemia. Nesse sentido, o tratamento de sementes tende a reduzir a quantidade de inóculos do patógeno nas sementes. Outro fator de grande valia para o controle dessa doença é a rotação de cultura. Entretanto, essa rotação deve seguir os métodos corretos para tornar-se efetiva no controle desse patógeno. É indicado a rotação por no mínimo um ano. Portanto, deve-se evitar o plantio consecutivo do feijoeiro, fazendo-se rotações com gramíneas. Outra medida que obtém grandes resultados é o uso de variedades resistentes. Nesse sentido, essas variedades, são de difícil obtenção, uma vez que o patógeno apresenta grande variabilidade patogênica. O controle químico deve levar em consideração o potencial de produção da lavoura, o retorno econômico, as condições no momento previsto para a aplicação e a possível ocorrência de condições climáticas que favorecem a proliferação dessa doença. Assim que constatada a doença no campo, deve-se efetuar aplicações de fungicidas registrados para a cultura (Kimati et al., 2005).
Os controles da antracnose na cultura da soja assemelham-se se não em todos, ao menos em alguns aspectos, à da antracnose do feijoeiro. Entretanto, deve-se adicionar cuidados como um maior espaçamento entre linhas (50-55 cm), e eficiente controle de plantas daninhas. É necessário, também, manejo adequado do solo, principalmente em relação à adubação de potássio (Kimati et al., 2005).
Tabela 1. Produtividade média (kg/ha), nota média para a reação do cruzamento à antracnose (A) e estimativa de correlação (r) entre as duas características em famílias do feijoeiro. Reprodução de Barbosa et al. (2003).
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Tabela 2. Redução estimada de rendimento de soja em toneladas para os 10 maiores países produtores de soja durante o ano de 1994. Reprodução de Wrather et al. (1997).
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Referências
Abreu, A. F. B de; Ramalho, M. A. P.; Gonçalves, F. M. A.; Mendonça, H. A. de. Utilização da produtividade de grãos na seleção para resistência ao Colletotrichum lindemuthianum no feijoeiro. Ciências Agrotécnicas V27, p. 363-369. 2003.
Kimati, H. et al. Manual de Fitopatologia: Doenças das Plantas Cultivadas. 4. Ed. Volume 2 Piracicaba, SP: 2005. 663p.
Wrather, J. A.; Anderson, T. R.; Arysad, D. M.; Gai J.; Ploper, L. D.; Porta-Puglia, A.; Ram, H. H. and Yorinori, J. T. Soybean disease loss estimates for the top 10 soybean producing countries in 1994. Plant Diseases, 81:107-110. 1997.
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