AVALIAÇÃO CONTAMINAÇÃO DA ÁGUA DOS POÇOS TUBULARES PROFUNDO DA ÁREA URBANA DE CONCÓRDIA

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As caracteristicas de qualidade das águas derivam dos ambientes naturais e antropicos onde se originam, circulam, percolam ou ficam estocadas. Os problemas de escassez de água que ameaçam a sobrevivencia das populações e do ambiente favoravel à vida na Terra, segundo alguns, são originados pelo crescimento desordenado das demandas e, sobretudo, pelos processos de degradação da sua qualidade, atingindo níveis nunca imaginados, a partir da decada de 1950 (REBOUÇAS, 2006).

Agua e Saúde

A água é essencial para os processos vitais e para a saúde humana, para o funcionamento biologico em todos os niveis, desde o metabolismo dos organismos vivos até o equilibrio dos acossistemas. Porém, cerca de 1,5 milhoes de pessoas no mundo, não tem acesso a água de boa qualidade (CAFALONIERI).

Estima-se que cerca de 10% da carga global de doenças esteja vinculada a má qualidade da água e a deficiencias na disposição de excretas e na higiene. Quase 90% dos casos de diarréia, em todo mundo, esta relacionado as deficiências no esgotamento sanitário e no abastecimento de água de boa qualidade.

O Brasil é, na sua generalidade, um país com altos índices de incidência de doenças intestinais transmitidas pela água. Estes índices se refletem nas elevadas taxas de motalidade, em especial nas taxas de mortalidade infantil (TUNDISI, 2006).

A água relaciona-se à saúde humana de várias maneiras e as principais são (CONFALONIERI):

- Como veículo de agentes microbianos causadores de gastrointerites, especialmente pela contaminação fecal, ou de outras infeccões como leptospirose, comum e inundações urbanas.

- Como veículo de agentes tóxicos, quer naturais ou de origem antrópica.

- Como reservatório de vetores de doenças.

- Impactos fisicos diretos ou indiretos.

Agua subterranea

As águas subterrâneas são aquelas que se encontram sob a superfície da Terra, preenchendo os espaços vazios existentes entre os grãos do solo, rochas e fissuras (rachaduras, quebras, descontinuidades e espaços vazios). As rochas saturadas que permitem a circulação, armazenamento e extração de água são chamadas de aqüíferos. Geralmente os aqüíferos possuem a capacidade de armazenar grande quantidade de água (MMA, 2007).

Desde os primórdios das civilizaçoes antigas, a importância da agua subterranea era reconhecida como fonte de abastecimento das populações das áreas áridas e semi-áridas. A perfuração de poços profundos com varas de bambu teve inicio em cerca de 5 mil a.C. na China.

A partir da Revolução industrial, a sua importância passou a ser, tambem, reconhecida na Europa, a medida que as demandas de água cresciam de forma rapida, para abastecimento das nascentes atividades industriais e crescimento acelerado dos centros urbanos. Nos EUA, a utilização da água subterranea foi a base do desenvolvimento da maior economica de todos os tempos já implantada em região de 3 milhoes de Km² de clima semia-árido, árido, com um coração desértico.

No brasil, a captaçao subterranea para abastecimento das populações vem sendo realizada desde os primordios dos tempos coloniais, conforme atestam 'cacimbões' existentes nos fortes militares, conventos, igrejas e outras constuções dessa época.

Nesse contexto, em que o ciclo natural das águas não vem dando conta da reposição das águas utilizadas, e, especialmente, da renovação da sua qualidade, cresce cada vez mais o uso das águas subterrâneas, especialmente na região oeste de Santa Catarina e no do Rio Grande do Sul, e daí a importância de bem conhecê-las, para melhor utilizá-las.

O aumento da exploração das águas subterrâneas, como alternativa à deterioração da qualidade das águas superficiais, baliza a necessidade de uma gestão integrada das águas, inclusive aquelas provindas diretamente da chuva. A utilização das águas subterrâneas tem crescido de forma acelerada nas últimas décadas, e há indicações de que essa tendência deverá continuar, o que explica o crescimento contínuo do número de empresas privadas e órgãos públicos com atuação na pesquisa e captação dos recursos hídricos subterrâneos e do número de pessoas interessadas pelas águas subterrâneas tanto nos aspectos técnico-científicos e socioeconômico como no administrativo e legal (AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS - ANA -, 2009).

Aquiferos

O aquífero precisa ser uma formação rochosa capaz de permitir o armazenamento natural da água; caso contrário, esta água evaporaria ou tomaria outros rumos. Este, em geral, se mede por grandes ou pequenas extensões em quilômetros quadrados. Além de servir como uma grande cisterna natural, o aquífero precisa ainda ter facilidade de transmitir a água nele depositada. Portanto, a constituição geológica só será aquífera se, além de ter seus poros saturados (cheios) de águas, permitir a fácil transmissão da água armazenada. (BORGHETTI et al., 2004).

Os aqüíferos podem ser classificados quanto aos tipos de espaços vazios em (MMA, 2007):

- Porosos – com agua armazenada nos espaços entre o graos criados durante a formação da rocha; é o caso das rochas sidmentares, como os arenitos dos Sistema do Aquifero Guarani. Funcionam como esponjas onde os espaços vazios são ocupados com água.

- Fissural - a água circula pelas fissuras resultantes do fraturamento das rochas relativamente impermeáveis, como os basaltos, que estao sobre arenitos do guarani, o qual se representa pelo Sitema Aquifero Serra Geral.

- Carsticos – são aquiferos formados em rochas carbonaticas, onde as fissuras, devido a dissolução do carbonato peça água, podem atingir aberturas muito grandes , criando verdadeiros rios subterraneos.

Sistema Aquiferos Guarani/Serra Geral

Na região oeste de Santa Catarina existem basicamente dois grandes reservatórios de água subterrânea: o Aqüífero Guarani (também conhecido como Botucatu) e o Aqüífero Serra Geral. O Aqüífero Guarani encontra-se exclusivamente coberto pelas rochas vulcânicas da Formação Serra Geral, o que lhe infere um caráter de aqüífero confinado. O topo do Aqüífero Guarani ocorre em profundidades que variam de 360 metros, registrados nos poços profundos em Itá e Tangará, a 1.267 metros no poço profundo de São João D’ Oeste. Possui dimensão aproximada de 1,2 milhão