CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS, AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS

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O alimento é conduzido pelo esôfago através de movimentos peristálticos até o pró-ventriculo e moela, quando os mesmos se encontram repletos de alimento, os músculos esofágicos conduzem o bolo alimentar para o papo pare serem armazenados.

A motilidade gastroduodenal é o processo de condução da ingesta da moela para o duodeno. Observa-se uma sequência de cerca de três contrações por minuto, esses movimentos peristálticos conduzem o alimento entre os órgãos.

O tempo para o alimento passar por todo canal pode levar de 2 a 3 dias. A velocidade de passagem pode ser influenciada pelo teor de gordura, consistência, dureza e teor de água no alimento.

4.2 Secreção, digestão, absorção e excreção.

A cavidade oral é a primeira estrutura em que o alimento tem contato, e a mesma é composta por glândulas salivares, secretando apenas muco. Porém segundo Dukes, H. HUGH (Fisiologia dos animais domésticos) 12ª ed. p. 455 “foram relatadas células serosas em poucas espécies, e a amilase foi encontrada na saliva dos frangos”. As glândulas salivares secretam de 7 a 30mL de saliva por dia, a depender da umidade do alimento.

O muco também é secretado pelo papo na galinha. A amilase encontrada no papo pode se originar das glândulas salivares, uma vez que este órgão não produz esta enzima. A significativa digestão de amido no papo é resultado da ação bacteriana, porém digestão não-bacteriana também ocorre.

No pró-ventrículo predominam dois tipos de glândulas: Mucosas simples que secretam muco e glândulas submucosas compostas que secretam muco, ácido clorídrico e pepsinogênio. O primeiro estágio da digestão proteica inicia-se no ambiente ácido da moela, onde a pepsina secretada pelo pró-ventrículo hidrolisa as proteínas.

A moela tem papel importante na ação trituradora que reduz o tamanho da partícula alimentar e mistura de fluidos digestivos com o alimento. O pH do suco gástrico varia de cerca de 0,5 a 2,5. O frango secreta cerca de 8,8 mL/Kg de peso vivo.

O intestino delgado é o local primário onde ocorre a digestão química, realizada pela ação das enzimas digestivas secretadas pelas células exócrinas do pâncreas no intestino delgado.

“A tripsina, quimiotripsina e elastase pancreática são secretadas no lúmen intestinal e hidrolisam ligações específicas dentro das moléculas proteicas grandes, para produzir pequenos fragmentos de oligopeptídeos e de dipeptídeos, completando dessa forma o segundo estágio da digestão proteica” Dukes, H. HUGH (Fisiologia dos animais domésticos) 12ª ed. p. 455.

A terceira e última fase da digestão proteica ocorre pela ação de duas enzimas secretadas pelo pâncreas e pelas aminopeptidases e dipeptidases. A atividade dessas enzimas libera aminoácidos que serão absorvidos pelas microvilosidades da parede intestinal e posteriormente conduzida aos capilares.

O amido é clivado à maltotriose pela ação enzimática da α-amilase produzida pelo pâncreas e secretada no lúmen do intestino delgado. A maltase e sacarase-isomaltase na membrana interna hidrolisam esses açucares à glicose que é absorvida pelos enterócitos.

“Nos frangos, 65, 85 e 97% do amido ingerido é digerido durante a passagem para o final do duodeno, jejuno e íleo respectivamente. A atividade da lactase não se encontra presente nas aves.” Dukes, H. HUGH (Fisiologia dos animais domésticos) 12ª ed. p. 456.

A absorção dos carboidratos ocorre na forma simplificada e na preferência de galactose, glicose, xilose e frutose em ordem decrescente. Esta absorção ocorre na parede do intestino, sendo dependente do sistema de transporte de sódio.

De forma simplificada a digestão de nutrientes no intestino ocorre como resultado da atividade enzimática pancreática e atividade microbiana e pelas secreções intestinais.

A bile é outro suco de grande importância no processo de digestão de alimento, a mesma auxilia na neutralização do alimento oriundo do ventrículo. Os sais biliares emulsificam a gordura, as partículas de lipídios digeridos (ácidos graxos), bem como as vitaminas lipossolúveis, passam através das células intersticiais, formando lipoproteínas denominada de quilomicrons e assim são lançadas na circulação sanguínea. A bile é reabsorvida no íleo e reencaminhados para o fígado a fim de ser novamente utilizada.

As vitaminas hidrossolúveis são absorvidas de formas distintas. Podendo-se verificar o exemplo da biotina que é transportada no intestino delgado. O potássio pode ser absorvido também no intestino grosso e o Sódio entra na parede do órgão via difusão.

Quanto à absorção dos sais minerais, a mesma acontece no intestino delgado, principalmente no duodeno e jejuno. Esta obsorção é interferida pelo estado nutricional das aves, gerando um feedback negativo para determinada necessidade.

O Intestino grosso é subdivido em cólon/reto e cecos. Os cecos realizam funções importantes no processo de digestão, mas o órgão é dispensável. A digestão microbiana da celulose é uma das funções do ceco que é duplo nos Galliformes (Ordem que inclui a galinha doméstica).

“O ceco tem função de fermentação dos carboidratos não digeridos no intestino delgado, cujos produtos finais são ácidos graxos voláteis, absorvidos como fonte de energia para as aves. A absorção de água e síntese microbiana de vitaminas, também ocorre no ceco, mas estas vitaminas são pouco aproveitadas pelas aves. As aves que não possuem ceco substituem estas funções em outras porções do trato digestivo”. BENEZ, ESTELA MARIS. Aves – Criação – Clínica – Teoria – Prática Robe Editorial – 3.a Edição 2001.

No reto se dá a ultima absorção, sendo posteriormente liberada a excreta pela cloaca.

- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.

- Dukes, H. HUGH - Fisiologia dos animais domésticos - 12ª ed.

- BENEZ, ESTELA MARIS. Aves – Criação – Clínica – Teoria – Prática Robe Editorial – 3.a Edição 2001.

- JUNQUEIRA, LUIZ C. – Histologia básica – Texto/Atlas – 11ª ed.

- ATLAS DE HISTOLOGIA VETERINÁRIA – Sistema Digestório das aves – Universidade Federal Fluminense - http://www.uff.br/atlashistovet/Sistdigestoriogalinha.htm#Sistdigestoriogalinha.