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TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL NO TRANSTORNO COMPULSIVO OBSESSIVO .

Por:   •  22/11/2018  •  3.281 Palavras (14 Páginas)  •  422 Visualizações

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Ao falar sobre o que ela nomeou como “mania de limpeza”, ela comenta “eu gosto de casa limpa e muito organizada” e reafirma sua observação dizendo que sempre teve uma casa impecavelmente limpa e que continua sendo assim, pois foi o que desde cedo aprendeu com sua mãe, isso e mesmo com os três filhos ela afirma que a sua casa sempre foi muito organizada. Ao tocar nesse assunto ela reforça que amava muito o marido e fazia de tudo para agrada-lo e não aceitava que ele se apaixonará por outra mulher, “o que será que ela tem de tão especial que eu não? ”. E por ser uma pessoa reservada, ela diz que nunca reclamou com ninguém a respeito da separação, “sofri calada, chorei escondida de todos... Eu devia ter ouvido o meu pai quando ele disse para eu não me casar... Me sinto culpada por isso”

Depois de mais ou menos 9 meses de separação, M. conheceu uma nova pessoa e teve um breve relacionamento com ele, pois quando comentou com a família que o rapaz queria se casar com ela, o seu pai lhe aconselhou que não era o momento, pois sua filha tinha apenas 10 anos e ele tinha um certo receio de que pudesse acontecer algo com a neta, então ela resolveu escutar os conselhos do pai dessa vez e terminou o relacionamento, porém não deixou de sair para festas da cidade, viajar e/ou ir à casa de parentes e amigas, pois era o que ela mais gostava de fazer.

Porém, quando a sua filha fez 14 anos começou a proibi-la de sair de casa, discutia se ela insistisse, porque achava que a mãe poderia encontrar alguém e se casar novamente, algo que ela não aceitava, então M. começou a não sair mais e afirma que após essa decisão ela começou a tomar café e a fumar cigarros demasiadamente, dedicando-se apenas a cuidar da casa e de sua mãe, mas afirma que foi apenas aos 34 anos que começou a perder o controle em relação a limpeza, “não consigo deixar absolutamente nada fora do lugar, organizo os porta-retratos, bibelôs e toalhas o tempo todo. Também não suporto olhar para a pia e ver que tem louças que não foram lavadas. Limpo a minha casa e o banheiro todos os dias e depois fervo água e jogo no lavatório e no vaso sanitário para tentar acabar com todos os germes.... “Se eu não fizer isso, acho que a minha casa não está limpa o suficiente”. Ultimamente ela tem se percebido muito impaciente, extremamente nervosa e que a sua tolerância está cada dia menor e que está sofrendo muito com questão da limpeza, pois mesmo com visitas em sua casa, ela não consegue dar atenção a eles porque sempre está limpando ou organizando alguma coisa e que por esse motivo, e por insistência dos seus irmãos, ela resolveu procurar tratamento.

Formulação de Caso

- Histórico

- Identificação: M. de 47 anos, divorciada, três filhos e dois netos. Mora com a mãe, pois cuida da mesma e desde o divórcio não se casou novamente, apenas teve um breve relacionamento.

- Queixa principal: “Estou muito cansada, estafada, esgotada e ando muito nervosa. ”

- História da Psicopatologia Presente: Depois de 11 anos de casada, M. afirma que o “seu mundo caiu e seu chão se abriu” quando o seu marido pediu o divórcio juntando suas roupas e indo embora avisando que tinha outra pessoa. Disse que se sentiu abandonada por ele e que não entendia o motivo pelo qual ele fez tal coisa. Afirma que lidou com a separação “sozinha, calada e chorando escondida” se perguntando o por que não ouviu o seu pai quando ele pediu que ela não se casasse. Após nove meses de separação, M. conheceu uma nova pessoa e ao comentar com os pais que o mesmo gostaria de se casar com ela, o pai novamente foi contra, pois se preocupava com a neta de dez anos alegando que tinha medo que acontecesse algo com a menina, sendo assim, M. ouviu os conselhos do pai e terminou o relacionamento, mas continuava tendo os seus momentos de lazer sem deixar de ir em festas e/ou de ir viajar. Porém quando sua filha fez 14 anos de idade, começou a proibi-la de sair de casa porque não aceitava que a mãe encontrasse alguém e se casasse novamente, dessa forma, M. começou a parar de sair com as amigas e depois de um tempo começou a fumar e a tomar muito café. Como não gosta de crochê e/ou de tricô, a cliente começou a limpar constantemente a sua casa, sempre foi uma mulher organizada e caprichosa, mas a partir dos 34 anos começou a “perder o controle” como ela mesma diz, pois, todos os dias ela começou a limpar o banheiro e após a limpeza ela fervia vários canecões para jogar a água quente no vaso sanitário e no lavatório alegando que só assim ela iria conseguir acabar com todos os germes. M. também não consegue ver a pia cheia de louças para lavar, assim como toalhas e bibelôs fora do lugar. Nunca procurou um tratamento psiquiátrico e/ou psicológico para tratar essa questão.

- História Psiquiátrica Pregressa: M. não possui nenhum histórico médico.

- História Pessoal e Social: M. teve uma infância muito feliz, embora sua mãe fosse exigente com o trabalho de casa e devido a necessidade de ajudar a família foi trabalhar com 11 anos, como doméstica em casa de família. Na adolescência se divertia bastante com seus irmãos nos passeios locais, mas com 14 anos foi trabalhar na roça como seus irmãos

- História Médica: Cliente afirma que sempre teve uma ótima saúde e nunca fez tratamento para nenhuma doença.

- Exame Mental: M. tem o cabelo castanho claro, porém eles sempre estão amarrados em um coque. A sua estatura é baixa e sua aparência é de uma pessoa cansada, porém ela explica que passa muitas noites em claro cuidando de sua mãe, o que a desgasta demais. Afirma não ter tempo para se cuidar, mas faz o que pode e quando sobra tempo para isso. Em relação ao seu humor, a cliente possui leves alterações e diz que só percebe essas pequenas alterações quando não está limpando e/ou arrumando a sua casa. A cliente raramente mantém um contato direto e quando o faz, logo se desvincula e começa a olhar para outro ponto do consultório. Quando o assunto do seu passado surge na sessão, ela começa a ficar inquieta e ansiosa, e na maioria das vezes dá respostas curtas, sem dar muitos detalhes.

- . Diagnóstico DSM-V: Transtorno Obsessivo Compulsivo

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- Formulação de caso

- Precipitantes: Na época do divórcio, M. se sentiu abandonada e começou a se questionar o que a mulher, com quem o marido foi morar, possuía que ela não e por

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