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FUNDAMENTOS FILOSÓFICOS E TEÓRICOS DAS TERAPIAS COGNITIVO-COMPORTAMENTAIS

Por:   •  22/4/2018  •  5.651 Palavras (23 Páginas)  •  450 Visualizações

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Para Coelho (2011) Sêneca foi um grande pensador estóico que influenciou outros filósofos contemporâneos. Ele acreditava e defendia que as grandes conquistas que um homem podia fazer na sua existência seriam aquelas que se desenvolvem no interior do próprio homem e isso ocorreria independente da sua realidade externa.

Ainda segundo Coelho (2011) este filósofo exalta a sabedoria filosófica como norte que pode guiar o homem a ter uma vida sábia que não se fundamenta nas exterioridades, mas na compressão do seu próprio ser. Sêneca faz então a seguinte interrogação: “quem é dono de si próprio não pode perder nada, mas quantos sabem ser donos de si próprios?”

De Boni, (2003, P. 56-57), contribui nesse sentido afirmando que o homem sábio vive acima das coisas passageiras da vida, os prazeres que sobrevém a isso podem ser vividos, mas estes prazeres não poderiam sobrepor ao sentido do agir humano.

De acordo com Sangalli (1998) na concepção do filósofo estóico Sêneca, o homem feliz seria aquele que sabe suportar qualquer que seja a dificuldade no curso da vida, porque a lei natural proporciona essas dificuldades e obedecer à lei da natureza significaria obedecer a Deus, nisso residiria a liberdade.

Para Matos (2010) o termo pnêuma, (do grego) faz referência ao espírito e ao vento que seriam os responsáveis pela união das coisas materiais, pela percepção, vontade e pela cognição do homem. O Logos (Deus) pneumático, segundo a concepção dos estóicos, se manifestaria no homem como razão, como capacidade própria para compreensões profundas das coisas.

Não objetivando o aprofundamento sobre o pensamento dos estóicos, tendo em vista amplas publicações sobre o tema, pode-se contribuir de modo sucinto que o solo filosófico sobre o qual o estoicismo está sustentado, traz amplamente compreensões sobre o dilema humano, enfatizando que é através razão, ou seja, da capacidade de pensar para além das coisas temporais é que reside o caminho viável para qualquer homem que almeja viver uma vida em harmonia consigo e a natureza.

No entanto, anos mais tarde, e após um longo período de ausência de compreensão humana sobre as questões existenciais e dilemas da vida, surgiu à proposta humanista como uma reação à insatisfação sentida frente aos dois conjuntos teóricos mais importantes sobre a realidade humana: o behaviorismo e a psicanálise.

Não se tratava de negar as descobertas feitas por essas duas linhas de pensamento, mas de um sentimento de que eles, permanecendo em suas perspectivas originais, não traziam as respostas de que se precisava. Ou seja, o ser humano com seus questionamentos atuais não estava lá, por mais válidas que fossem as explicações dadas nesse sentido, não era possível perceber a totalidade do ser.

Schultz (2011, p, 411) fala que a proposta humanista enfatiza o poder do homem, bem como as suas aspirações positivas, a experiência consciente, o livre-arbítrio (não o determinismo), a plena utilização do potencial humano e a crença da integridade da natureza humana. Brentano, opositor de Wundt e antecessor da psicologia da Gestalt, criticava o mecanicismo, o reducionismo, a abordagem científica natural da psicologia e aceitava o estudo da consciência como uma qualidade molar e não um método molecular.

Corroborando com esta orientação para entender o homem a fenomenologia aparece afirmando a importância dos fenômenos da consciência. Através das observações dos estudos sobre a fenomenologia, é possível compreender que ela pode ser um método interessante para investigar os fenômenos humanos, mas também pode ser entendida como uma nova concepção para abordar aspectos da existência do homem.

Segundo Ewald (2008) a história e o movimento fenomenológico estão diretamente relacionados ao final do século XIX e a três grandes filósofos especificamente, que são Frans Brentano, Karl Stumpf e Edmund Husserl, que foram figuras que realmente iniciaram o movimento fenomenológico, mais enfaticamente Husserl na década 1910, data a partir da qual começa a suscitar muitos seguidores.

A fenomenologia enquanto ciência rigorosa, porém, não exata, estar preocupada com os fenômenos vividos da consciência partindo de um conceito que é indispensável ao relançar a temática da percepção, ou seja, a consciência intencional.

Husserl em seus primeiros movimentos faz críticas ao psicologismo e faz uma grande distinção entre a necessidade de explicar a natureza e compreender a vida psíquica. Estava rodeado por saberes e buscavam explicar os mais diversos conflitos humano ou quase tudo que se percebia no indivíduo. Assim ele surge com uma proposta de compreensão a partir daquilo que se apresentava e não daquilo que podia supostamente explicar.

Segundo Moreira (2010) este filósofo surge criticando todas as formas de objetivismo, focalizando especificamente a maneira como os objetos são constituídos na experiência do sujeito, a estrutura e qualidade do objeto tal como experienciado pelo sujeito. Sobre a consciência, Husserl afirmava que ela não é uma substancia (alma), era uma atividade que era constituída por diversos atos humano, como a percepção, imaginação, volição, e outros com os quais se visa ou objetiva algo, assim a fenomenologia se propõe a revelar o que há de essencial nesses atos.

Moreira (2010) afirma que o termo consciência assim como para Husserl, para outros fenomenólogos passou a ser evitado, pois o termo traduziria caráter dualista da relação entre homem e mundo, e um de seus maiores empenhos era o afastamento do fantasma da dicotomia sujeito-objeto que no seu tempo era evidente. Não há como negar a importância da psicologia fenomenológica para o campo da psicologia e da psiquiatria considerando o resgate da subjetividade como fonte originaria da vida humana.

Ainda nesta direção, que aponta para o homem numa perspectiva centrada no próprio viver, o existencialismo surge a partir da inquietação de grandes filósofos sobre a ação e consciência do problema da escolha na existência humana e outros diversos temas.

Segundo Giles (1989) no século XIX o mundo parecia acreditar numa verdade absoluta, a razão clara e distinta era exaltada, via-se clareza, simplicidade e facilidade, o positivismo surgia apregoando as promessas de uma nova era. Já no século XX ver-se um mundo que parece não acreditar mais em nada e tudo parecia ser artificial e absurdo. Foi neste tempo que Kierkegaard e Sartre desenvolvem seus pensamentos sobre essa existência aparentemente gratuita.

Ao falar de existencialismo é necessário mencionar o grande filósofo Soren

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