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O Sindrome de Down

Por:   •  6/12/2018  •  1.723 Palavras (7 Páginas)  •  332 Visualizações

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As células do corpo humano contam com 46 cromossomos, distribuídos em 23 pares. Porém, durante a gravidez podem acontecer mutações genéticas que alteram a composição normal dos cromossomos, resultando na Síndrome de Down, ou outras síndromes, dependendo dos cromossomos afetados.

A síndrome de Down pode ter quatro origens: erro na divisão meiótica ( 47, XY, +21 ou 47, XX, +21); translocação robertsoniana; mosaicismo e duplicação de uma porção do cromossomo 21.

Em cerca de 95% dos casos de síndrome de Down, a trissomia 21 é simples, pois o cariótipo mostra três cromossomos 21 livres. Em 3% dos afetados, um dos três cromossomos 21 está ligado a outro cromossomo, geralmente um acrocêntrico dos grupos D ou G, como resultado de uma fusão cêntrica (translocação robertsoniana), em que desaparecem os braços curtos e os longos se unem pelos centrômeros. Há ainda casos (mais ou menos 2% dos pacientes) em que ocorrem num mesmo indivíduo, duas linhagens celulares, uma normal e a outra trissômica quanto ao cromossomo 21 (mosaicismo).

A causa da trissomia livre é a não-disjunção do cromossomo 21, a qual pode originar-se na gametogênese materna ou paterna, ou ainda na primeira clivagem de um zigoto normal. Dos conceptos com trissomia 21 livre, viáveis ou não, 21% são devidos a não-diesjunção na meiose paterna (12% na primeira e 9% na segunda divisão meiótica) e os resultantes 79% originando-se na materna (62% na primeira e 17% na segunda divisão meiótica). Esses resultados resultaram da análise de polimorfismos de bandas cromossômicas em afetados e em seus progenitores, o que permite, nas famílias informativas, determinar-se não só a origem (materna ou paterna), como também a fase da meiose (primeira ou segunda divisão) em que ocorreu a não-disjunção.

Em 1% dos casos de síndrome de Down, a causa é uma translocação envolvendo o cromossomo 21 e um cromossomo do grupo G (21 ou 22); em 2% dos pacientes um cromossomo 21 está translocado em um cromossomo do grupo D. Em 80% dos casos de translocação 21/G, o outro cromossomo também é o 21. Quanto as translocações 21/D, em aproximadamente 60% dos casos o cromossomo envolvido é o 14; nos casos restantes, o cromossomo D é o 13 ou o 15 com frequências aproximadamente iguais (20% cada).

Os casos de mosaícismo podem originar-se através de uma não-disjunção nas primeiras divisões de um zigoto normal, com eliminação de linhagem monossômica e persistência apenas das linhagens celulares com 46 e 47 cromossomos. Também é possível que o mosaícismo se origine através da perda de um cromossomo 21 em uma célula durante as primeiras divisões de um zigoto originariamente trissômico. Este último evento, no entanto, deve ser de ocorrência bem menos frequente que o primeiro.

O fenótipo encontrado em casos de translocação é idêntico ao decorrente da trissomia livre. O mesmo pode ser dito em relação aos casos de mosaicismo cromossômico, o que se explica pela grande variabilidade de sinais clínicos que ocorrem tanto nos casos de mosaícismo quanto nos de trissomia simples. Há uns poucos casos de síndrome de Down em que apenas determinadas regiões do cromossomo 21 apresentam-se em triplicata (trissomias parciais).

Segundos os trabalhos de Niebuhr, Williams e Raoul, a região responsável pelas manifestações clínicas da síndrome de Down é a parte distal do braço longo do 21 (21q22). Nesta região encontra-se o gene produtor de enzima SOD 1 (superóxido dismutase 1). Nos casos de suspeita de síndrome de Down, é muito mais rápido dosar estar enzima do que fazer o cariótipo. (MOTTA, 2005, p.94-95)

Entre as crianças que nascem com a síndrome, 90 por cento tem o cariótipo de trissomia, que pode ser visualizado na imagem a seguir.

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Imagem 1 Trissomia no cromossomo 21 (Fonte: https://www.diarioliberdade.org/)

- SINTOMATOLOGIA DA SÍNDROME DE DOWN

A síndrome de Down é a mais frequente das síndromes de defeitos congênitos múltiplos associados a retardo mental. Sua incidência é de 1 a 2 afetados por 1000 crianças nascidas vivas.

As crianças, os jovens e os adultos com síndrome de Down podem ter algumas características semelhantes e estar sujeitos a uma maior incidência de doenças, mas apresentam personalidades e características diferentes e únicas.

É importante esclarecer que o comportamento dos pais não causa a síndrome de Down.

Os sinais clínicos da síndrome decorrem principalmente de um atraso no desenvolvimento pré e pós-natal. O peso e a estatura são baixos ao nascer, mesmo quando corrigidos para se levar em conta que o período gestacional se encontra ligeiramente diminuído.

As características de um portador de síndrome de Down são bem marcantes, na cabeça é constante a microcefalia, quase sempre acompanhada de occipital e face achatados. O occipital achatado é uma deformidade postural, e geralmente ocorre pelas crianças ficarem deitadas quase que imóveis de decúbito dorsal ou seja, de barriga para cima nos primeiros meses de vida.

Já o achatamento facial é resultado de uma hipoplasia dos ossos do maciço médio da face.

O nariz é pequeno, com ponta nasal baixa, os olhos são puxados e exibem pregas epicânticas internas, que é a pele da pálpebra superior do olho, e fendas palpebrais oblíquas com os ângulos externos elevados, a mandíbula e cavidade bucal são pequenas, a língua é levemente projetada pra fora e apresenta fissuras grosseiras (língua escrotal), palato é estreito e alto, os dentes com erupção tardia e irregular, orelhas pequenas e de baixa implantação, com malformações da hélice, pescoço é curto e largo, estrutura é baixa e as mãos e dedos são curtos e gordo. Geralmente o 5º dedo é encurvado lateralmente (clinodactilia) por ser a falange média hipoplásica e por vezes ausente, o dedão do pé é mais separado dos demais. Os ângulos acetabular e ilíaco apresentam se diminuídos aos raios-X, são suscetíveis a infecções das vias respiratórias.

Também é comum defeitos no tubo digestivo (fístula traqueoesofágica, hérnia diafragmática, estenose pilórica, atersia duodenal), causa frequente de morte já durante o primeiro mês de vida.

Devido principalmente ás cardiopatias congênitas e à deficiência imunológica, os afetados tem uma expectativa de vida diminuída. A longevidade média era de 9 anos no final da década de 20, mas atualmente ultrapassa 30 anos. Cerca

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