O Ser Humano, desde seu nascimento, necessita de outras pessoas para sobreviver, se tornando parte de um grupo.
Por: Salezio.Francisco • 23/11/2018 • 1.836 Palavras (8 Páginas) • 521 Visualizações
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2.5 Procedimentos para Análise dos Dados
Os eventos registrados foram compartilhados entre o grupo, que se reuniu, a fim de analisar os conteúdos observados. Na sequência, os integrantes da atividade, fizeram uma busca por fontes bibliográficas, se apoiando em referenciais teóricos para a fundamentação e interpretação do material obtido, fazendo uma relação entre o que foi observado e a teoria.
3.0 - DISCUSSÃO
Quando analisamos as relações entre diferentes gerações, podemos definir alguns pontos importantes que nos ajudam a levantar uma discussão coerente com o tema proposto. Um dos aspectos que merece atenção é o conflito, principalmente no mundo contemporâneo. A convivência entre diferentes é, quase sempre, um problema. Isso também ocorre quando a diferença envolve faixa etária, uma vez que grupos de variadas gerações podem possuir valores e interesses muito distintos, principalmente em meio a diversidade cultural, socioeconômica e política.
O conflito, algo tão comum que faz parte do mais profundo da essência humana, seja externo ou interno, causa, em algumas circunstâncias, polêmicas e questionamentos. Compreendê-lo é fundamental para propor métodos assertivos que facilitem o convívio entre gerações.
José Carlos Ferrigno, destaca em sua obra “Coeducação entre gerações” que “Com a reorganização social ocorrida na contemporaneidade, os espaços urbanos privaram jovens e idosos do convívio comum, ao criar ambientes sociais exclusivos. Com exceção de algumas comunidades rurais, crianças e adultos não partilham o cotidiano e as situações de festa ou de trabalho. Essas mudanças ocorridas ao longo da história geraram conflitos intergeracionais e, por consequência, a intolerância e o preconceito etário. (FERRIGNO; JOSE CARLOS, 2003).
Muito embora essas interações possam ocasionar conflitos, é primordial que a coexistência de valores seja mantida na medida em que ambas as gerações sempre possuirão conhecimentos que a outra desconhece, e o contato com esse conhecimento ajudará ambas a ampliar e aprimorar as opiniões que cada uma possui acerca do mundo em que convivem. (RAMOS; MARCELO, 2015)
Em diferentes contextos se faz necessário uma interação saudável entre gerações. No âmbito ocupacional, por exemplo, o maior desafio enfrentado é criar políticas e práticas capazes de integrar pessoas com pensamentos e valores completamente diferentes. A competência social e de integração entre as gerações é cada vez mais requerida de qualquer profissional. “Estamos vivendo mais e passando mais tempo em atividade produtiva, então as empresas, muitas vezes, se deparam com quatro gerações diferentes para gerir” (SANTANNA; ANDERSON, 2011).
Quando a ênfase é cultural, observamos ainda alguns costumes, inclusive considerados folclóricos, específicos de algumas épocas que ainda são mantidos na atualidade, como as datas comemorativas, festividades religiosas, criações culinárias e demais costumes que enriquecem a cultura nacional e que são transmitidos entre as gerações.
Por outro lado, algumas crenças e conceitos, de contexto afetivo foram descontruídos ao longo dos anos, como: proibição do ato sexual antes do casamento, repúdio ao relacionamento homo afetivo, entre pessoas com grande diferença de idade e diversas formas de repressão a mulher. Isso só foi possível graças a instalação de um estado laico e democrático, além de uma sociedade com poder de diálogo, que acredita na educação e na informação como aliadas na luta contra antigos estigmas machistas e misóginos, que são fortemente reprimidos nos dias atuais.
4.0 - CONCLUSÃO
Devemos desconstruir preconceitos etários estabelecidos ao longo do tempo, um deles, por exemplo, é que experiência está ligada intimamente a idade. Entendemos que a experiência está ligada a vivência de cada indivíduo, seu contexto cultural, a forma que esse aprendizado foi transmitido, internalizado e a intensidade com que ele foi praticado. Esse tipo de pensamento limita a possibilidade de crescimento do jovem, principalmente no mercado de trabalho.
“A tentativa de classificar um jovem com atributos baseados nas experiências que teve ou em suas interações com o mundo e suas inovações tecnológicas, culturais, econômicas e políticas, entre outras, pode ser reducionista, limitante e limitadora. Podemos sim falar em gerações, mas as generalizações podem cair num estereótipo que aprisiona o entendimento e tenta aprisionar os sujeitos concretos que estão diante de você. ” (BUGARELLI, REINALDO, 2012)
Outra forma preconceituosa de distinção etária percebida ainda no contexto ocupacional é afirmar que idosos não possuem capacidade de inserção no mercado de trabalho, principalmente no contexto tecnológico. Este pensamento é incoerente, pois como mencionamos, o conhecimento depende de fatores subjetivos, que são individuais.
A partir dessa análise, percebemos uma forma peculiar da relação entre as gerações e vemos que cada uma apresenta aspectos positivos e negativos, já que nenhuma cultura ou forma de pensar é superior a outra, pois cada uma detém sua riqueza e valor histórico. Assim, em qualquer lugar, uma geração está ligada a outra, não só nos aspectos hereditários, mas também sociais.
Precisamos instituir a complementaridade no convívio entre as diversas gerações, mesmo sabendo que ainda há especificação e delimitação de espaço entre faixas etárias nos dias de hoje. Em nossas observações que transcrevemos, percebemos que é possível ensinar e aprender usando uma via de mão dupla: a reciprocidade, visto que ninguém é detentor de todo o conhecimento produzido até hoje.
Nenhuma geração tem o poder de “salvar o planeta”. É injusto exigir dos mais velhos a solução de todos os problemas, também, para com o jovem, atribuir-lhes toda a tarefa de inovação e “salvação da lavoura”. Devemos desprender dos estigmas impostos ás diferentes faixas etárias. É incoerente traçar um destino baseando-se no ano de nascimento de alguém. As relações e interações dependem de fatores que vão além destes rótulos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PAPALIA, D. E. & FELDMAN, R. D. Desenvolvimento Humano. 12ª Edição. Porto Alegre: AMGH, 2013.
Plano de ensino da disciplina de Práticas Sociais e Subjetividade disponibilizado pela UNIP > Acesso em: 17 de Setembro de 2016.
RABELLO,
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