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O PEQUENO HANS

Por:   •  16/10/2018  •  1.242 Palavras (5 Páginas)  •  292 Visualizações

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Freud nos ressalta que de início toda criança é auto erótica. O prazer erótico de Hans era no pênis e na excreção anal. Sabemos também que toda criança está sujeita à bissexualidade e todos um dia na vida fizeram em seu inconsciente uma escolha de objeto homoerótico, pois de início o prazer é o mesmo, então ser cuidada por uma figura feminina ou masculina trará o mesmo prazer. Por isso Hans gostava de meninas e meninos. Faz parte do desenvolvimento da criança realizar explorações sexuais. Hans gostava de manipular e exibir seu membro, o que poderia ser normal se não fosse a intensa frequência e fixação que demonstrava, na vã tentativa de afastar sua ansiedade, porque quanto mais usava desta fuga mais ansioso ficava, a ponto de desenvolver a fobia.

Um instinto componente que apareceu no caso Hans foi a agressividade, o sadismo. Quando ele via um cavalo ser maltratado se penalizava, também quando batia no pai logo o beijava, mostrando a transformação do ódio em amor, a troca dos impulsos hostis pelo de afeição.

A ansiedade de Hans do anseio por sua mãe. Hans dormia com os pais e só com sua mãe na ausência do pai. Isto causou um erotismo precoce com o contato de pele, sendo que na sequência da gestação e nascimento de sua irmã foi privado deste contato sem esclarecimentos.

No caso de um filho do sexo masculino, o primeiro objeto de desejo é o seio e logo depois a mãe. Tem-se o desejo de casar-se com ela, ter filhos e tomar o lugar do pai. O genitor deve então intervir com esclarecimentos reais de que a mãe já é mulher dele – pai - e que o filho vai crescer e quando for adulto, encontrará uma mulher para si e terá filhos com ela. Entretanto, o pai de Hans não tinha maturidade suficiente para oferecer uma explicação plausível ao menino, por motivo dos preconceitos da época, talvez.

Todas estas frustrações - de ser proibido de se tocar, de não ter sua mãe só para si, do medo da fantasia de castração, da omissão de informações sobre a vagina e a gestação, da mentira sobre a cegonha, da falta de objetos pra investir sua libido que eram os amiguinhos – gera em Hans falta de capacidade de adaptação a realidade e o menino então sucumbi à hostilidade devido a estes desapontamentos que tanto o preocupavam, já que era uma criança inteligente, sensível, estimulada eroticamente e precoce.

A falta de informação não permitiu ao menino elaborar suas emoções e a ansiedade, que antecipa ao trauma, gerou a fobia através do delírio persecutório devido a culpa pela destrutividade aos pais e irmã. Sentia medo do pai por sua posição de marido de sua mãe. Em contrapartida, o menino sentia medo de perdê-lo, numa ambivalência de emoções e sentimentos que resultou nos sintomas relatados.

Viu-se que o tratamento de Hans deveria ter sido através de esclarecimentos reais sobre os temas obscuros para ele, tais como reprodução. A inteligência observadora do menino elaborou as mais temíveis fantasias que originou a fobia por não suportar conviver com o medo.

Percebesse então que o intelecto é poderoso e a capacidade da imaginação pode alcançar níveis incontroláveis. Tantos sonhos quanto pesadelos são tão intensos que a mente sem contato com a realidade se perde num labirinto de pensamentos da qual não encontra saída.

BIBLIOGRAFIA

FREUD, S. Duas histórias clinicas: O pequeno Hans e o Homem dos Ratos. Volume X. Editora Imago. 1909.

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