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Abordagem Realista - Hans Morgenthau e Edward Carr

Por:   •  13/2/2018  •  1.274 Palavras (6 Páginas)  •  414 Visualizações

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Edward Carr, por sua vez, propõe um foco de discordância com a abordagem idealista que se formulou nos períodos subsequentes a Grande Guerra, o autor critica a ideologia liberalista e como a mesma não consegue avaliar o sistema internacional em sua plenitude pratica, desde que, esse sistema propõe uma avaliação do mundo a partir de uma Idealização do que ele deveria ser e não como ele é como faz o Realismo. Então Carr classifica o idealismo em sua obra como uma utopia e diversas vezes tenta contrapor essa “utopia” às premissas realistas.

O realismo atua na obra de Carr como uma ferramenta critica as concepções utópicas do liberalismo e busca ao mesmo tempo retomar a ideologia de poder. O autor classifica os utópicos como voluntaristas que renegam a existência da realidade e que utilizam da teoria como um pressuposto para forjar e impor interesses, além de serem historicamente condicionados. Ou seja, o autor critica a escola liberalista por usufruir de pressupostos éticos para poder expandir suas zonas de influencia em prol de suas preferencias individuais.

A crítica de Carr aos pensamentos idealistas pode ser sintetizada nos conceitos liberalistas de harmonia de interesses e solidariedade nacional O autor utiliza dos conceitos para explicar como os “utópicos” utilizam desse pressuposto para transmitir um bem universal para o mundo, quando na verdade o interesse é individual de seus países. A crítica aos pensadores “idealistas” com relação à harmonia de interesses é justamente evidenciar que a ideologia dos Estados de criar uma harmonia universal de interesses expandindo o comércio e as normatizações nas relações internacionais em busca da “Paz Perpetua” nada mais era do que um pressuposto dos Estados para expandir suas zonas de influencia. Segundo o próprio Edward Carr:

“Ele argumenta que o que é melhor para o mundo é melhor para seu país e, então, inverte o argumento para ler que o que é melhor para seu país é melhor para o mundo, as duas proposições sendo, do ponto de vista utópico, idênticas.” (CARR, 2001, p, 100)

Edward Carr conclui seu pensamento colocando que a paz e a cooperação em quaisquer esferas são um fim de caráter comum e universal, ou seja, de certa forma há um interesse mutuo em manutenção de uma ordem. No entanto, na medida em que esses pressupostos são utilizados com caráter supostamente universal e comum, mas que na verdade são apenas reflexos de interesses nacionais há uma distorção dos princípios iniciais, que deixam transparecer interesses egoístas, que é o que a teoria liberalista realiza. Contudo, apesar da forte crítica ao Liberalismo, Carr também delimita determinados limites para o Realismo, buscando então, aparar os excessos presente na teoria e manter as contribuições específicas que a mesmo pode oferecer.

Ambos os autores são complementares, com teorias semelhantes e apresentam argumentos muito plausíveis acerca do funcionamento da política internacional a partir da ótica realista. A obra de Morgenthau, contudo tem caráter mais radical e Realista apresentando ate algumas extravagancias, enquanto que obra de Carr apresenta determinados limites à teoria sendo mais plausível também. Mas ao cabo, há uma complementação, pois enquanto Carr expõe uma critica ao Liberalismo e propõe uma perspectiva Realista, Morgenthau retoma suas ideologias e aprofunda os conceitos basilares do Realismo.

Bibliografia:

MORGENTHAU, Hans. A Política entre as Nações. Brasília: Ed. UNB, 2003. Cap. I e II, p. 3-45

CARR, Edward H. Vinte anos de crise – 1919-1939. Brasília: Ed. UNB, 2001. Cap. V, p. 85-115

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