O Mecanismo de Defesa
Por: Hugo.bassi • 19/12/2018 • 2.694 Palavras (11 Páginas) • 399 Visualizações
...
e racionais para justificar pensamentos e ações inaceitaveis. É o modo pela qual a rigidez do superego é seguido, de forma que a pessoa passa á tomar apenas decisões moralmente corretas. (FADIMAN E FRAGER, 2002, p.20)
Formação reativa é o nome dado ao mecanismo na qual sentimentos reais são substituidos por sentimentos opostos. Esta defesa é desenvolvida na infância e traz como exemplo claro, a vergonha e a repugnância que a criança sente e à coloca no lugar da excitação sexual que não pode ser vivenciada. Segundo Fadiman e Frager (2002) a formação reativa é muito nociva e pode gerar grandes efeitos colaterias nos relacionamentos interpessoais pois o individuo torna-se excessivelmente rigido. (FADIMAN E FRAGER, 2002, p.20)
O mecanismo de defesa conceituado como Isolamento diz respeito ao individuo distanciar-se de pessoas, objetos, pensamentos ou comportamentos que causam desconforto, distanciando-se dos seus proprios sentimentos, escolhendo sobre o que falar ou não para que suas emoções não sejam acessadas. (FADIMAN E FRAGER, 2002, p.23)
A Projeção segundo Fontana (1998) consiste na prática insistente de colocar no outro, caracteristicas próprias, não às reconhecendo como suas, como por exemplo alguém que afirma categoricamente que todos os homens só pensam em sexo, essa pessoa pode na verdade estar refletindo sua própria necessidade e pensamento. Portanto, projeção é o mecanismo pelo qual, aspectos da personalidade de um indivíduo são deslocados de dentro dele e é lançado no meio externo. (FONTANA, 1998, p.229)
Encontra-se, também dentre os mecanismos considerados acima como patógenos, a Regressão. Defender-se regressivamente significa dizer que o individuo retorna à formas anteriores, comportando-se infantilmente, a fim de escapar da realidade para aliviar a ansiedade, como por exemplo a criança que chora para não apanhar, o adulto comporta-se tal como criança por medo de encarar seus medos e frustrações. Este mecanismos é um dos mais primitivos e, embora diminua a tensão, mantém sem solução a fonte de ansiedade. (FADIMAN E FRAGER, 2002, p.23)
A Sublimação foi propositalmente deixado por ultimo por ter sido considerado benéfico por Fadiman e Frager (2002), esse mecanismo de defesa funciona na impossibilidade de realização de um desejo, encontrando um substituto para o contentamento. É uma forma de deslocamento e um recalque bem sucedido, por meio do qual a frustração ou impulso é canalizado em outras situações que também proporcione prazer mas que são aceitas, por exempo um relacionamento afetivo e sexual mal resolvido que é sublimado na paixão pela leitura. (FADIMAN E FRAGER, 2002, p. 18)
A sublimação é a construção de canais alternativos que, por sua vez, podem ser usados para gerar energia elétrica, irrigar áreas outrora áridas, criar parques e oferecer outras oportunidades recreativas. A energia original do rio foi desviada com sucesso para canais socialmente aceitáveis ou culturalmente sancionados. (FADIMAN E FRAGER, 2002, p.18)
De forma sintetizada é possivel dizer que as defesas acima relacionadas, são meios em que a psique se protege das tensões, sejam elas internas ou externas. Algumas servem para evitar a realidade (repressão), outras lançam fora a realidade (negação), dão outro sentido (racionalização), ou troca-se com ela (formação reativa). Põe para fora sentimentos internos (projeção), repartem a realidade (isolamento), ou se esquivam dos efeitos dela (regressão). Em todos esses casos há um gasto de energia prazerosa para a manutenção dos mecanismos de proteção, de modo que o Ego se torna inflexível e menos eficiente. Se as defesas se quebrarem o Ego não terá à quem recorrer e o individuo será entregue a ansiedade. (FADIMAN E FRAGER, 2002, p. 24)
Feito todas essas considerações, destaca-se para embasamento da discussão teórica, os mecanismos de defesa: Repressão, Negação, Formação Reativa e a Sublimação relacionando-os com aspectos observados na analisanda.
3) Discussão teórico-prática
M.A. é técnica de enfermagem, casada há vinte anos, mãe de dois filhos. Natural do Paraná morou grande parte do tempo em Campinas, mas reside em Jaguariúna há dois anos devido o marido que é pastor assumir a responsabilidade de cuidar de uma igreja evangélica na cidade.
A paciente em grande parte dos atendimentos refere ter um casamento harmonioso, “mais do que merece”, sendo seu marido um excelente homem, amoroso, integro, bom pai e, seus filhos obedientes, dedicados e atenciosos, constituindo-se assim uma família de quem se orgulha e sente-se abençoada por tê-los.
M. se auto descreve como uma mãe dedicada, extremamente organizada, econômica. Relata que não gosta de atrasos, bagunça e sujeira, e dedica todo o tempo do dia ao marido, filhos, trabalho e igreja, sendo sua rotina organizada e pautada em horários que dificilmente se quebram, M. diz que não aceita atrasos e é rigorosa com seus filhos para que os mesmos cumpra com suas tarefas e compromissos.
A queixa trazida pela cliente é sobre seu filho mais novo, que segundo ela, nutre um apego muito grande por sua sogra e isto a incomoda muito. Para ela, a sogra ultrapassa os limites com o neto, dando a ele coisas das quais ele não precisa, sem nenhum motivo festivo, comprando a atenção e o carinho no neto. Segundo seus relatos a sogra que quinzenalmente vem passar alguns dias em sua casa, representa uma ameaça entre ela e o filho.
Com a sogra por perto constantemente, M. conta que tem vontades de dizer muitas coisas a ela, inclusive de forma grosseira, tendo muitos pensamentos ruins e constantes contra a mãe de seu marido. A paciente relata que não consegue esconder sua fisionomia de incomodo com a presença da avó paterna de seus filhos, preferindo muitas vezes ficar em seu quarto a ter que lhe fazer companhia, sentindo-se muitas vezes invadida e sem liberdade para realizar suas tarefas diárias. Entretanto, por ser cristã M. verbaliza que sentem-se culpada por ter esses sentimentos, sobretudo por se tratar da mãe de seu marido, de maneira que quando ela se sente muito nervosa, angustiada, aborrecida com a presença da sogra, ela faz orações pedindo a Deus que ajude a lhe dar com a situação, referindo que após esta pratica os sentimentos negativos tendem a diminuir, sem que ela precise dizer para ninguém o que sente.
Mediante a alguns relatos da paciente, sobre suas orações, e sobre o porquê não conversar com a sogra sobre seus sentimentos, a paciente verbalizou que prefere evitar dialogo e confronto, afinal por ser esposa de pastor não pode demonstrar tudo o que vive, pensa ou sente em relação às pessoas, sem passar pelo crivo da critica ou da decepção
...