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Fundamentos filosóficos da Gestalt-terapia: Análise Crítica

Por:   •  18/4/2018  •  1.110 Palavras (5 Páginas)  •  375 Visualizações

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Na obra Ser e Tempo de Heiddeger, há três modos de ser no mundo, os quais são: Projeto: Homem cheio de possibilidades, que vive as escolhas que faz, e as faz com coerência em sua vivência. Lançado: O homem que depara-se com impossibilidades e limitações não escolhidas por ele, foi lançado no mundo sem sentir que possui oportunidades de escolhas. Decaído: Caracteriza-se pelo homem que perdeu-se de si mesmo, falta sentido para si, vazio.

Ressalta-se a importância da Gestalt-terapia para o encontro ou reencontro desse homem, provendo cura através do cuidado. Observa-se que o cuidado dentro desse aspecto não se desenvolve através de assumir a responsabilidade e a escolha do outro, mas sim, na oportunidade de voltar-se para o outro, promovendo possibilidades desse homem se encontrar, se responsabilizar e se conhecer quanto alguém no mundo.

Quando compreende-se que a Gestalt-terapia, em junção ao existencialismo não produz técnicas de lidar com o outro, mas sim, uma compreensão total do outro, alinhado a busca de conhecimento e cuidado engajados em ajudar o outro ser, percebe-se que não é tarefa fácil e simples de ser praticada; requer zelo e atenção em um setting terapêutico, a fim de facilitar a cura, o cuidado, e o encontro do outro com ele mesmo.

Outra abordagem filosófica que deu vida a Gestalt-terapia, foi o humanismo, fundamento este que nasceu muito antes do existencialismo. O Humanismo é o Homem valorizado, são princípios que dignificam e valorizam esse ser. No humanismo ocidental, três máximas eram destacadas: O homem visto como centro do mundo, a exaltação da razão (racional), e o Homem pensado como fim e não como meio.

O Humanismo trouxe consigo aspectos extremamente necessários para que a visão de homem fosse ampliada, já que se achava limitada dentro de duas correntes até então compreendidas: Behaviorismo e Psicanálise. É importante frisar que o humanismo não se opunha a tais visões, apenas esclarecia que o homem não poderia ser observado apenas em seus aspectos comportamentais e inconscientes, mas deveria ser visto por inteiro, surgindo dessa forma, o pensamento holístico, que enxerga o homem em sua totalidade.

Outro importante enfoque que o humanismo nos da é a retomada do positivismo do homem, o homem consciente, aquele que é capaz de encontrar em si a melhor saída.

Dessa forma, percebemos o quanto o existencialismo e humanismo influenciaram a Gestalt-Terapia de forma positiva, trazendo um novo olhar, uma nova perspectiva. São bases filosóficas que só ganharam força com o tempo, trazendo dessa forma, uma liberdade antes não experimentada.

REFERÊNCIAS

Cardoso, C. L. (2013). A face existencial da Gestalt-terapia. In: L.M Frazão & K. O. Fukumitsu (orgs), Gestalt-terapia: fundamentos epistemológicos e influências filosóficas (pp. 76-98). São Paulo: Summus.

Mendonça, M.M. (2013). A psicologia humanista e a abordagem gestáltica. In: L. M. Frazão & K. O. Fukumitsu (orgs), Gestalt-terapia: fundamentos epistemológicos e influências filosóficas (pp. 76-98). São Paulo: Summus.

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