DEPENDÊNCIA E ABUSO DE DROGAS NA ADOLESCÊNCIA - PSICOLOGIA E A PREVENÇÃO
Por: Rodrigo.Claudino • 25/9/2018 • 2.822 Palavras (12 Páginas) • 354 Visualizações
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de Álcool e Drogas do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Políticas Públicas de Álcool e Outras Drogas (2012), 13.947.197adolescentes utilizaram substâncias ilícitas alguma vez na vida. E a substância ilícita com maior prevalência de uso é a maconha.
Para Diehl e Figlie2014, o uso abusivo de substâncias tem se mostrado um grande desafio nas áreas da saúde, social e da justiça em decorrência dos problemas acarretados não apenas para o usuário como também para o meio em que ele está inserido. Nesse contexto, a necessidade de uma educação preventiva se faz fundamental. A prevenção ao uso de álcool, tabaco e outras drogas devem ter como meta diminuir ou evitar os problemas causados pelas substâncias antes que eles surjam, oferecendo possibilidades de mudança efetiva na comunidade ao estimular comportamentos e hábitos saudáveis. A prevenção promove a saúde, e seu alcance é ampliado quando está alinhada a políticas públicas e utiliza estratégias redutoras de danos. Uma estratégia preventiva atua conscientizando o público-alvo, enfatizando a autoestima e a autoconfiança, trabalhando habilidades de resolução de problemas e necessidades definidas no contexto sociocultural e contando com a mobilização de recursos comunitários e redes sociais.
Segundo Cassins et al (2007), o trabalho do psicólogo trás a possibilidade de uma elaboração efetiva de projetos de prevenção ao uso de drogas. Sendo viável trabalhar aspectos de fortalecimento de vínculos com os familiares e com a sociedade em si, para que o adolescente possa se sentir inserido em seu contexto e dessa forma possa se conscientizar acerca do uso de drogas. Além de realçar aspectos, como por exemplo, a socialização, disciplina, cidadania crítica junto aos jovens, pode mostrar outra visão com relação aos entorpecentes. Todavia, a informação passada de maneira educativa faz com que a prevenção se torne mais eficaz.
De acordo com Melo e Maciel (2016), que realizaram uma pesquisa para saber qual a representação social do usuário de drogas na perspectiva de dependentes químicos. A amostra compreendeu 30 dependentes químicos em tratamento numa instituição psiquiátrica em João Pessoa-PB que foram entrevistados. Os resultados demonstraram que representações negativas, as quais são hegemônicas na sociedade, foram apreendidas pelos próprios usuários, de modo que esses estereótipos ligados ao usuário/dependente de drogas influenciam na formação de sua autoimagem. Nesse sentido, representações negativas, como, por exemplo, a de alguém não ser confiável, pode gerar no sujeito um sentimento de incapacidade em levar o seu tratamento adiante. Tais representações podem afetar sua autoestima. Portanto, essa representação negativa do usuário de drogas, pelo próprio usuário, é como uma marca que ele carrega e que traz sérias consequências para sua inserção social e familiar.
Brusamarello et al (2010), em sua pesquisa compreendeu-se como fatores de grande relevância no uso e abuso de drogas entre os jovens, saber quais os motivos que os pais atribuem a iniciação dos adolescentes no uso de drogas e como os mesmos percebem o papel da família e da escola na prevenção do uso de drogas entre os adolescentes. O estudo teve como sujeitos 23 pais de estudantes de 5ª a 8ª séries do Ensino Fundamental de uma escola da rede pública de Curitiba/PR. Os dados foram coletados mediante entrevista semiestruturada. Seus resultados apontaram que para os pais o uso de drogas entre os jovens está relacionado a diversos fatores: familiares, individuais e sociais. Os autores concluíram com essa pesquisa que a família e a escola são fundamentais na prevenção do uso de drogas: a família, como fundo para estabelecer limites, dar amor, respeito, transmitir valores, e a escola, por ser espaço privilegiado com possibilidades de promoção da saúde e à prevenção no uso de drogas.
Segundo Moreira, Vóvio e Micheli(2015) o consumo de drogas é apontado como uma das principais preocupações da sociedade e a escola tem sido considerada um espaço privilegiado para o desenvolvimento da prevenção e a promoção da saúde. No entanto, pairam dúvidas e incertezas sobre o papel que a educação escolar pode assumir nesse tema e sobre as possibilidades das ações preventivas que professores devem empreender. Esses autores realizaram uma pesquisa-ação em duas escolas públicas da cidade de São Paulo, na qual investigaram fatores que podem dificultar o desenvolvimento de ações preventivas na escola, bem como o que é possível e pertinente desenvolver nesse âmbito na visão dos participantes. Os participantes foram professores que atuam no ensino fundamental. Os principais resultados apontam dificuldades de prevenção na escola: a presença de representações sociais que relacionam o consumo de drogas à violência e à anormalidade, acarretando sentimentos de medo e insegurança nos professores; a responsabilização de outras instituições pela prevenção, como a família, as áreas da saúde, e segurança, desimplicando-se do papel preventivo proposto ao campo da educação e à figura do educador.
Ainda com estes autores, colocam que os participantes da pesquisa, apesar de apresentarem certa resistência em assumir o papel de atores diretos da prevenção/promoção de saúde frente aos diversos desafios que enfrentam (falta de vivências e representações sociais com efeitos paralisantes), reconhecem essa necessidade e sentem-se responsáveis e almejam ocupar esse lugar.
Souza et al (2015) realizou uma pesquisa-intervenção, baseada nos pressupostos da Psicologia Social, que teve como participantes 33 estudantes entre 13 e 15 anos de uma turma do 9º ano do ensino fundamental de uma escola pública da cidade de Muriaé-MG. O objetivo da pesquisa foi discutir a prevenção primária ao uso de drogas e a promoção da saúde dos jovens, destacando a redução dos fatores de vulnerabilidade que envolve o uso de álcool e outras drogas e a criação de modos singulares de cuidado, considerando a complexidade social, política e histórica do fenômeno em questão. As intervenções com os alunos foram realizadas através de oficinas temáticas que visavam à cooperação, participação grupal e compartilhamento de conhecimento através de reflexão durante as atividades desenvolvidas.
Ainda segundo esses autores os principais resultados apontam, sobretudo para a importância da referida temática no âmbito escolar, já que nesse contexto os jovens quando valorizados por meio de atividades que considerem suas experiências, assumem posicionamento consciente, ativo e político durante as discussões. Entretanto, o que se pode analisar com essa pesquisa é a ocorrência de um processo consistente de construção coletiva que proporcionou
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