Análise de Posto de Trabalho de Acordo Com a QVT
Por: Lidieisa • 28/3/2018 • 3.241 Palavras (13 Páginas) • 377 Visualizações
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Existe bastante ruído, tanto por conta das próprias máquinas, quanto por conta de um aparelho de som que fica sintonizado na rádio, e por conta do intenso barulho quando é preciso conversar algo é necessário aumentar o tom de voz, gerando assim ainda mais ruído.
O salão onde se localiza a produção está dividido da seguinte forma, são quatro filas de costura, um balcão virado para a parede onde as revisoras trabalham, e um pouco mais afastado, porém sem divisões, se localiza o balcão onde é feito o corte. O espaço entre as máquinas e os corredores entre as maquinas é um pouco estreito.
Além do salão principal, existe ainda uma sala onde pequena, onde algumas outras atividades são desenvolvidas, nesta sala trabalham a estilista e a supervisora, está também desenvolve o trabalho modelista. A sala apesar de pequena e estreita é bem arejada, graças à ventilação artificial. Na organização da sala existem duas escrivaninhas e um balcão de corte, como no salão principal, o escritório é repleto de material, principalmente, tecido, existem lugares para as duas sentarem e mais cadeiras de apoio. Porém o maior problema da sala é o espaço pequeno.
Descrição das tarefas e atividades
A organização do trabalho é feita da seguinte forma: são encaminhadas as peças que serão trabalhadas naquele dia, e podem ser também peças que sobraram do dia anterior, e também as peças que cada uma das costureiras vai trabalhar. Durante o dia é comum, também, a mudança de máquina entre as costureiras (e pelas entrevistas este é um costume apreciado pelas costureiras, em sua maioria). Existem metas que devem ser alcançadas todo o dia e é descriminada por turno (manhã e tarde) – apesar de incentivos (benefícios financeiros) as metas não estão sendo atingidas pela produção, e hoje, é uma problemática que é constantemente exposta para a produção. Não existem pausas oficiais entre os turnos (somente o almoço), há algumas paradas quando os colaboradores vão ao banheiro ou tomar água (existe um bebedouro em um corredor próximo ao salão principal, mas a maioria das costureiras mantém uma garrafinha de água no balcão), essas saídas ao banheiro e para beber água se tornam uma oportunidade para mudar de posição e andar um pouco. A supervisora (que também exerce a atividade de modelista, entre outros) afirma que tem autonomia, pois ela pode escolher a ordem de suas atividades e pode organizar seu dia. Ela também tem autonomia de organizar o salão e tem hierarquia com as colaboradoras, porém, o próprio número de atividades que ela tem que desempenhar, e o fator de que muitas dessas atividades apenas ela tem treinamento para desempenha, acaba por acumular muitas funções para uma só pessoa.
Relações socioprofissionais
No que diz respeito às relações socioprofissionais, a supervisora trabalha em parceria com a estilista e também dividem a mesma sala, o que facilita com que a comunicação entre as duas seja mais eficiente, a comunicação com as demais funcionárias é feita de forma informal, se é necessário comunicar algo, elas são chamadas e prontamente o que precisa ser informado é dito.
Apesar de relatar que suas opiniões sobre o trabalho são respeitadas e ela tem a possibilidade da fala, a supervisora relata que a comunicação com a gestão muitas vezes se restringi a reclamações do seu trabalho, principalmente em relação a metas que as costureiras precisam cumprir. Não existe o hábito de realizar reuniões sistematizadas, nem com a chefia nem com a produção.
Apesar destas observações, ela classifica a relação com a chefia e as colegas como sendo uma relação satisfatória, e que há também uma relação de amizade por parte da chefia com os outros colaboradores.
Como já destacamos a atividade avaliada neste trabalho foi a da supervisora, e a descrição das tarefas desse posto de trabalho são realizadas da seguinte maneira, ela responsável pela organização do salão e também organização e distribuição das atividades e peças que as costureiras irão desenvolver.
É responsável também pela modelagem das peças e preparação das peças pilotos, nesta função ela precisa saber qual o tempo estimado para a produção de cada peça.
É responsável ainda por uma espécie de “treinamento” dos funcionários da produção. Acompanha as metas e produção diária, e desempenha também o papel de gerente de produção.
Analise do custo humano de trabalho
A análise deste cargo nos apresenta alguns custos para esses funcionários, custos ligados as áreas física, cognitiva, afetiva, bem como as repercussões sobre a saúde, ou seja, são custos humanos do trabalho.
Sendo um dos riscos físicos que pode ocorrer o de corte por conta das máquinas, mas pelo que foi investigada não é algo comum de acontecer. Em algumas funções existe a necessidade de trabalhar em pé todo o expediente, a justificativa para tal, é a que a produção é maior, essa postura de trabalho também pode acarretar problemas na postura, nos músculos e até dores em algumas partes do corpo.
Os riscos cognitivos se apresentam através da constante pressão em relação às metas. Há uma cobrança constante sobre as metas e é uma das grandes reclamações da gestão para com a produção, o que reflete na exigência na supervisora que é culpabilizada pela forma como gere a produção, e pelo desempenho da produção. Essa desvalorização da supervisora também reverbera no seu salário, que apesar de desempenha várias funções, só recebe o salário que compete à função de modelista. Ela exerce muitas atividades sozinhas, sem apoio, e muita vez exerce mais de uma atividade ao mesmo tempo, ela diz que tenta organizar por prioridade, e no começo do expediente faz a parte da modelagem e tenta organizar como será o dia. Mesmo desenvolvendo diversas atividades, a supervisora afirma que gosta disso, pois essas variações lhe dão certa autonomia no seu posto de trabalho, pois ela pode escolher por qual atividade quer começar.
As repercussões sobre sua saúde já começam a aparecer, ela diz sentir dores nos ombros, problemas no sono, e sofre de ansiedade.
ASPECTOS CRÍTICOS
As atividades não são descritas formalmente na fábrica. Não existe uma descrição de cargo definido para nenhuma das funções na organização, influenciando assim para um distanciamento entre atividade prescrita e atividade real, pois não existe uma referência documental.
Para
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