Adolescentes e as Implicações na Escolha Profissional
Por: YdecRupolo • 4/12/2017 • 2.994 Palavras (12 Páginas) • 441 Visualizações
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A escolha profissional é formadora da identidade do jovem, o qual estrutura sua vida a partir dos compromissos ideológicos, pessoais e elaborais que assume. A inserção laboral é associada pelos adolescentes ao valor moral do trabalho por meio das palavras como bom, importante, enobrece o homem, amadurecimento, dinheiro. E a condição financeira é um fator importante no trabalho na adolescência. Além disso, o trabalho permite independência e consumo ainda que de valores baixos, mas, de bens que o adolescente deseja e a família não pode financiar. (Amazarrai, Thomé, De Souza, Poletto, Koller, 2009)
Famílias carentes acabam por adotar o trabalho infanto-juvenil como um processo natural minimizando os prejuízos enaltecendo os seus benefícios. Da mesma forma que o trabalho é uma fonte de amadurecimento psicológico, intelectual e de socialização, ele pode causar o fenômeno da adultização onde o jovem recebe uma carga de responsabilidades além da sua capacidade. Os jovens buscam trabalho como forma de consumir o que seus pais não têm condições de lhe dar. O incentivo da família é comum em classes populares o termino do ensino fundamental, pois até essa fase os pais sentem-se responsáveis depois os filhos precisam aprender arcar com seus gastos. (Amazarrai, Thomé, De Souza, Poletto, Koller, 2009)
Podemos considerar que o desenvolvimento da identidade ocupacional se desenvolve junto com identidade pessoal, caminham juntos em determinado momento de transição da adolescência e da vida do indivíduo. É neste contexto de resolução de crise e formação da identidade que o adolescente se depara com a necessidade de implementar uma série de escolhas relativas ao seu futuro escolar e profissional. Quando o adolescente não tem uma definição da escolha profissional e tem uma experiência de trabalho a tendência é que ele aceite aquela condição, pois, ele acredita que não existem outras opções.
2.1 AS INFLUÊNCIAS PARA A ESCOLHA PROFISSIONAL
Há três fontes tradicionais da escolha ocupacional, a ocupação profissional do pai, o desejo da família e o interesse do adolescente. O reconhecimento social da profissão é um dos fatores de maior peso na escolha, seguido da profissão paterna. Os pais acabam apresentando um desejo maior de progressão social do que manter uma tradição da família. (PFROMM; 1976 apud GIORDANO, 1958)
A grande maioria dos jovens preocupa-se com sua capacidade de realizar suas ambições profissionais, ter o trabalho de que goste uma vida independente e sustentar-se economicamente, isso pode resultar num foco maior em arrumar um trabalho do que manter-se estudando.
A abordagem psicanalítica explica que, a escolha de um trabalho está relacionada com as pressões do superego originadas das exigências ou desejos parentais e a busca de satisfazer o ideal do ego. Existe uma grade motivação individual dependente do ambiente familiar e que os adolescentes jovens trabalhadores relatam amargura de não terem sidos orientados por seus pais em suas escolhas. Muitos pais por terem sofrido fortes pressões pelos seus pais para fazerem suas escolhas sentem-se culpados em desejar alguma coisa para seu filho e não tendem a orienta-los, pois desejam que eles sejam felizes. Essa resposta parental testemunha uma profunda incerteza, na melhor da hipótese, e uma indiferença, na pior, em face da escolha profissional do adolescente.
As incertezas sobre o futuro podem alterar a confiança e autoestima dos jovens e muitos pais não entendem essa falta de objetivo para auxilia-los nas escolhas. Alguns jovens já decidem cedo qual profissão seguir, mas outros seguem cursos que seus professores sugerem e acabam entrando em universidades sem decisão do que pretendem estudar e isso gera jovens em fim de cursos universitários sem ter ideia do que vão fazer da vida. Os pais podem auxiliar o adolescente na direção de um planejamento discutindo seus projetos e consultando opiniões dos professores.
O adolescente quando escolhe uma profissão, é influenciado pelos seus interesses e aptidões, maneira como ele vê o mundo, como ele próprio se vê, e as influências externas, convicções políticas e religiosas, valores, crenças, contexto socioeconômico, meio social, dos pares e, principalmente, da família, a tendência é que o jovem busque na família o primeiro apoio.
Quando o adolescente ele faz uma escolha de um curso ou uma atividade de trabalho, ele decide não só o que quer fazer, mais o que quer ser, (FILOMENO, 1997). Nesta fase surgem ansiedades, conflitos e luto das coisas que precisam ser renunciadas em favor da escolha, como o luto pela perda dos pais da infância, pela perda das escolhas profissionais realizadas, pelo corpo adolescente, pelas identificações profissionais que abandona, pelo papel e pela identidade adolescente.
As múltiplas relações entre o contexto socioeconômico, a qualidade da formação escolar e as competências pessoais, o interesse demonstrado pelos pais na escolha de um oficio para o seu filho e, a motivação individual pode apresentar quatro tipos de grupos de adolescentes. Os adolescentes que tem preenchido todos os itens acima geralmente tem um fácil acesso ao mercado de trabalho. Para aqueles que faltam motivação ou indiferença pode ter a ocorrência de depressão na adolescência. Aqueles que não contam com uma formação satisfatória devido a carência do sistema educacional ficam dependente da economia para ingressar no mercado de trabalho. E por fim, os adolescentes em que nenhuma das relações supracitadas são satisfatórias podem se tornar pessoas que recusam trabalho ou expressam escolhas irrealistas.
A lealdade torna-se uma obrigação a ser cumprida pelos filhos e a não realização da lealdade por gerar um impacto nos laços familiares, deixando a relação fragilizada. A escolha das profissões e ocupações na família, muitas vezes, obedece a essas lealdades. A influência explicita força o adolescente a seguir uma determinada carreira, porém o excesso de liberdade pode gerar insegurança, sensação de desamparo e dúvidas.
Conforme o estágio de identidade versus confusão de identidade de Erik Erikson, a adolescência deve permitir ao individuo descobrir quem ele é e para que serve, se ocorrer desta forma ele conseguirá prosseguir de forma positiva na vida, caso contrário terá uma confusão de identidade. A escolha profissional depende também desta fase, porém, muitos adolescentes nunca poderão ter esse momento de reflexão e isso varia conforme o contexto social, escolar e familiar.
2.2 AUXILIANDO O ADOLESCENTE NA ESCOLHA
Muitas pesquisas indicam
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