A construção social da realidade
Por: Carolina234 • 12/9/2018 • 2.745 Palavras (11 Páginas) • 393 Visualizações
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A Sociedade como realidade Objetiva
Institucionalização – Organismo e atividade
O que diferencia o homem dos outros animais é que o homem não nasce biologicamente determinado a ter uma vida baseada em extintos; o homem se desenvolve biológica e socialmente, ao passo que também forma (e reformula) a sociedade. Esse processo de desenvolvimento e aprendizagem contínua fazem emergir o “eu”, que também não é estático, intricado, mas está sujeito a mudanças. Por isso, não há homem fora do contexto social.
Em vista disso, o aparelho biológico não é determinante no sentido de propiciar uma boa convivência social contínua; esta é produzida e mantida por meio da Ordem Social, uma invenção feita para os seres humanos consigam viver de forma civilizatória, que existe a partir da atividade humana.
As origens da institucionalização
A institucionalização é um modo que, à priori, serve para que haja uma convivência cômoda, sem grandes conflitos que abalem a Ordem Social ou a Civilização. A institucionalização faz parte de um processo histórico (e não pode ser compreendida fora dele). Surge de uma tipificação que toma grandes dimensões e é interiorizada e passada às gerações seguintes, que podem ou não modificar as instituições existentes.
Organizações institucionalizam realidades cotidianas que existem objetivamente, independente das pessoas. As pessoas não as entendem, necessitam “sair de si” para entendê-las. Entretanto as objetividades do mundo institucional, por mais maciça que apareça ao indivíduo, é uma objetividade produzida e construída pelo próprio homem.
Assim a sociedade é um produto Humano. A Sociedade é uma realidade objetiva. O Homem é um produto social, gerando a dialética do Homem criador X Homem criado.
Afirmando o processo de institucionalização, devemos considerar que os indivíduos analisam o seu mundo social pela ótica construída a partir do próprio mundo, das próprias vivências e experimentações.
Sedimentação e tradição
As experiências mais relevantes para um indivíduo ou para um grupo, são discutidas e lembradas; a esse processo dá-se o nome de sedimentação. As sedimentações objetivadas encontra na linguagem a sua forma de transmissão, no sentido de que mesmo quem não passou por uma determinada experiência possa ter experiência dela.
Essas sedimentações objetivadas acabam por criar necessidades, gerando uma repetição dessa experiência para as gerações futuras, criando, assim, a tradição.
Na sociedade há uma imensa variedade de papeis e responsabilidades, estipulados e aceitos sem grandes problemas. No entanto, toda a transmissão desse significado implica em dizer que há por trás um procedimento de controle da situação.
Papeis
Há, na sociedade, um clamor institucional que determinam uma amálgama de papeis cuja função primordial é controlar a institucionalização, uma vez que o instituinte/instituído está aí para dizer de onde fala; de qual lugar político, com qual posicionamento, representando qual instituição.
Ao passo que os papeis representam as instituições, eles também são dispositivos de controle visto que também são legitimadores da sociedade. Por exemplo, o papel de presidente, na República, ou de Ditador.
Mesmo as produções de conhecimento dentro da sociedade não são distribuídas de forma igualitária entre todos os membros da sociedade. Há um conjunto que é de acesso a todos, mas outras partes ficam restritas em diversas instituições e para ter acesso é necessário fazer parte dela, ou seja, ter um papel naquela instituição. Há um novo estabelecimento normativo:as ordens sociais só existem a partir da existência dos papeis, ao passo que estes são estruturados a partir da ordem social vigente.
Extensão e modos de institucionalização
Finalmente a institucionalização pode ser completa ou parcial. Em situações onde todos os problemas são comuns, todas as realidades são compartilhadas, onde a ordem institucional abrange toda a vida social, a institucionalização é completa. Exemplos são as sociedades reais.
O oposto é verificado quando existem um pequeno conjunto de problemas em comum, havendo a institucionalização apenas deste pequeno conjunto de problema, não existindo, em decorrência, um acervo de conhecimento.
Legitimação
Compreendendo a origem dos universos simbólicos, dos mecanismos conceituais e as ações das organizações sociais no papel de manutenção deste universo, é possível então compreender o processo de legitimação que se dá a partir desses fatores.
Os Universos Simbólicos, que são os significados das coisas, são via de entendimento e de subjetivação da realidade. Os Universos Simbólicos estão sempre em um movimento de transformação, enriquecendo-se, empobrecendo, progredindo, alienando, mas nunca fechado, pronto. Pode ser uma via de fugir da realidade, ou de criar uma hierarquia fixa nela.
No entanto, para que haja a manutenção desse universo são necessários mecanismos conceituais, que são as ideias, ideais, as instituições, estratégia, processos que ocorrem ou que surgem para manter a realidade objetiva tal como é, para que essa realidade seja legitimada, e reproduzida. Os mecanismos conceituais se fundamentam nos universos simbólicos. Podem ser descritos como mecanismos conceituais a mitologia, a teologia, a filosofia e a ciência; eles são apropriados por uma classe que deseja a perpetuação de uma realidade vigente, menos a mitologia; esta pode ser concebida por qualquer que presencie um fenômeno de ordem natural. Mas uma vez que a mitologia é apropriada por alguém de algum setor da sociedade pode virar uma religião, um dogma ou um ritual esotérico.
Aos indivíduos que cometeram algum ato de rebeldia ou cujos atos de alguma forma incidiram no abalo da ordem social, restam a punição, que existe em vários níveis; desde prisões ou multas que punem pequenos delitos, ou mesmo a morte que é reflexo da busca por aniquilação (exclusão) do indivíduo de um grupo social.
Um terceiro fator de legitimação são os vários tipos de organizações sociais, uma vez que os mecanismos sociais para a manutenção do universo se fundamentam na organização das atividades humanas, ou seja, no trabalho. Todos esses fatores influenciam na formação
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