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A construção social da realidade

Por:   •  17/9/2018  •  2.703 Palavras (11 Páginas)  •  291 Visualizações

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A realidade cotidiana também está inserida num mundo intersubjetivo, no qual o indivíduo sabe que do jeito que ele tem pensamentos e ações em relação à sociedade, outras pessoas também tem e que todas essas ideias são de suma importância para a população. De modo diferente do mundo dos sonhos, na vida cotidiana não estamos sozinhos e nossas ideias não são o centro das atenções. Dessa forma, surge o fato da sociedade ser conflito, pois a partir do momento que precisamos conviver numa sociedade que o outro é importante para a construção da realidade como eu sou, necessitamos aprender a respeitar a contribuição do outro mesmo que não concorde com a mesma. O autor Georg Simmel trata sobre a relação do indivíduo com a sociedade e do individualismo no livro “Simmel e a modernidade”, usando como objeto pessoas do século XVIII e XIX e falando sobre os conflitos que surgem nessa relação homem e sociedade, na qual o homem pode se dividir em partes para ir se colocando como um ser social.

E na questão do conflito, surge o fato de se existir na sociedade um setor problemático e um não problemático. Esses setores não são estáticos, pois vai chegar um momento que vai surgir um problema que o setor não problemático vai passar a ser problemático. Nesse momento vai surgir à união desses dois setores, para assim haver a solução ou pelo menos a tentativa da solução desse problema. Em razão disso, foi dito anteriormente que a sociedade é conflito.

Uma circunstância que pode exemplificar a interação social na vida cotidiana é a situação face a face, na qual os indivíduos partilham de experiências muito parecidas, podemos dizer que eles vivem numa mesma realidade, tem pensamentos quase idênticos. Um exemplo disso é um grupo de amigos que pensam da mesma forma sobre a descriminalização do aborto, que quando um ri o outro sorri ao mesmo tempo. Essa situação face a face permite que nós conheçamos muito o outro, mas sempre nos conhecendo melhor já que somos subjetivos e ninguém nos conhece melhor que nos mesmos.

Na vida cotidiana usamos alguns objetos como meio de linguagem e comunicação, esses objetos são feitos pelo homem e tem uma subjetividade do homem aplicado nele. Um exemplo é o livro que você não conhece pessoalmente quem o fez, mas sabe que ele tem como intenção passar conhecimento para quem o lê. Então o livro ao mesmo tempo em que é um produto humano, ele é um objeto de subjetividade humana. Já que cada pessoa que o lê pode receber aquele conhecimento de um modo diferente, vai depender inclusive de por qual e para qual objetivo leu. A linguagem atribui significados aos objetos humanos, e é parte fundamental da realidade humana.

No segundo capítulo do livro Berger e Luckmann vão tratar sobre a sociedade como realidade objetiva. Começando dando enfoque na institucionalização, mas precisamente na relação do organismo e da atividade. Para (BERGER & LUCKMANN, 1997, pág. 72) “Embora seja possível dizer que o homem tem uma natureza, é mais significativo dizer que o homem constrói sua própria natureza, ou, mais simplesmente, que o homem se produz a si mesmo”. No caso, podemos dizer que o homem diferente de outros animais ainda tem muito a se desenvolver depois que saí do útero da mãe, e esse progresso vai ocorrendo de acordo com o meio que ele está inserido e com as pessoas que ele convive. Essa aquisição de conhecimento que o indivíduo tem do meio onde ele vive é explicado por Émile Durkheim no livro “As regras do método sociológico”, quando Durkheim fala nos fatos sociais, que nada mais é que a questão que a maioria das nossas ideias são geradas no meio em quem vivemos e não dentro de nós.

Ao mesmo tempo, que ele o indivíduo recebe pensamentos dessa sociedade na qual nasceu ele também vai dar contribuições para ela. Diante disso, existe uma troca de valores entre o homem e a sociedade na qual ele brotou. Exemplo, se uma criança nasce na favela e tem um grande contato com o mundo do crime ele ficará mais propenso a entrar nesse mundo. O que não impede que uma criança que tenha nascido num lugar com padrão de vida mais elevado também entre para o mundo do crime.

Por todo o percurso da nossa vida, vamos realizando algumas atividades quase que diariamente e isso vai se tornando hábitos. Não importa a parte da sociedade na qual o indivíduo está inserido, mas ele sempre terá hábitos. Essas práticas são tão comuns, que dificilmente alguém vai questionar porque a faz. Alguns desses costumes são regidos por instituições, que são criadas de acordo com o local onde estão inseridas. Essas instituições têm como atribuição fundamental a organização e o controle social, através de diretrizes. Elas definem o certo e o errado, o bem e o mal. Para assim manter uma ordem simbólica na sociedade. As instituições em parte exercem uma soberania sobre o indivíduo, pois não importa o seu pensamento ele terá que seguir as condutas aplicadas pelas instituições.

Na sociedade existem algumas experiências pelas quais passamos que logo são esquecidas, exemplo aquele domingo que passamos em casa sem fazer nada só assistindo televisão. Mas também existem aquelas experiências que não importa o tempo que passe ela sempre será lembrada e pode até servir de ensinamento para outras pessoas, exemplo a aprovação no vestibular de Psicologia. As pessoas ao nosso redor, principalmente aquelas que ainda não prestaram vestibular vão ter a pessoa que foi aprovada como padrão, e tentar fazer o que ela fez para conseguir uma aprovação também. Essas experiências que ficam acumuladas no nosso inconsciente são muito importantes para nós, e pode se tornar tradições na sociedade.

Nessas instituições existem pessoas que representam papéis, que simbolizam a ordem das instituições. O papel que cada indivíduo desempenha na sociedade depende de fatores como o nível de conhecimento. Existem sujeitos que estudam e buscam o conhecimento cientifico para assim se tornar um farmacêutico, enquanto outras pessoas possuem conhecimentos sobre os fármacos, mas devido não ter o estudo necessário não podem atuar no papel de farmacêutico.

A extensão da institucionalização vai depender da sociedade onde está inserida, se for uma população com um setor de institucionalidade grande consequentemente a extensão será vasta. Se for uma sociedade na qual as atividades estejam inseridas num setor não institucionalizado essa extensão será pequena, pois essas atividades não precisam da ordem social para ser feitas.

Para falar dos universos simbólicos, primeiro é preciso falar sobre os níveis de legitimação. O primeiro nível ou legitimação incipiente é responsável pela

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