A SAÚDE-DOENÇA COMO PROCESSO SOCIAL

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Também foi feito pela já citada autora um raro estudo latino-americano que comprova o diferencial de morrer na infância segundo a classe social, o material foi coletado em Behm na Costa Rica. “Esta investigação demostrou que o risco de morrer nos primeiros anos esta diretamente relacionada com a ocupação do pai, ou seja, como o modo com este se insere na produção. Assim a possibilidade de uma criança proletária urbana morrer antes dos dois anos de idade é quatro vezes do que uma criança de alta ou média burguesia; o risco da criança camponesa é cinco vezes maior”. (Laurell p.8)

Com base na informação acima pode se verificar que a morte prematura entre os filhos de operários que são oriundos da classe de poder aquisitivo mais baixo é maior do que no outro grupo de classe mais alta. Situação que vai se repeti em todos os outros grupos de idade.

Assim, verifica o caráter social do processo saúde-doença, enquanto fenômeno material que se expressa no perfil patológico dos grupos humanos. Perfil que se modifica de acordo com o período histórico vivido pela população, essa diferente formações sociais apresentam perfis patológicos que vão se diferenciando conforme o desenvolvimento das forças produtivas e das suas relações sociais.

Ao confrontarmos a historia das sociedades em geral, verificamos o desejo e a afirmação das classes dominantes, em atender suas necessidades em totalidade. Um exemplo recente é o que ocorre dentro da sociedade capitalista, que a doença explícita esta concentrada na biologia individual, retirando assim um caráter social e ao analisarmos a literatura epidemiológica, nos deparamos com dois conceitos distintos: o de médico clinica que entende a doença como processo biológico individual, e o outro chamado ecológico, que entende que a manifestação da doença é o resultado do desequilíbrio na interação hóspede e seu ambiente.

Conceitos que não permitem um aprofundamento sobre o caráter social da doença, pois o processo biológico estudado no individuo não revela de imediato o seu caráter social. Para se descobrir o caráter social é preciso conhecer os processos biológicos dos grupos.

Pois, é no o processo saúde-doença do grupo que se adquire a sua historicidade, e para explica-lo não basta apenas os fatores biológicos, é necessário conhecimentos sobre o seu processo social. Com estas informações percebemos que o processo saúde-doença não se esgota em sua determinação social, pois o próprio processo biológico humano é social.

Pode se concluir que o processo saúde-doença ocorre no passo que o ser humano se apropria da natureza através de seu trabalho, baseado nas forças produtivas e nas relações sociais de produção e com isto surge a real necessidade de ampliar o conhecimento de forma critica, utilizando-se de argumentos para explicar os fatores biológicos que formam a chamada doença e assim construir um pensamento distinto sobre o processo saúde-doença e assim impulsionar o desenvolvimento de novos conhecimentos.