A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NO TRATAMENTO JUNTO A PACIENTES COM DOENÇA RENAL CRÔNICA
Por: YdecRupolo • 9/4/2018 • 3.055 Palavras (13 Páginas) • 561 Visualizações
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Nos casos de insuficiência renal aguda, na grande maioria das vezes o individuo já se encontra internado quando é diagnosticado com a doença. Isso se dá muitas vezes pela falta de sintomas e conhecimentos prévios sobre a doença. Sendo assim, o paciente vai atrás de ajuda médica se queixando de algo e depois de consultas e exames se descobre portador de uma doença já em estado grave.
O comprometimento do rim não saudável pode ocorrer de maneira rápida ou lenta e progressiva até a fase mais grave, de perda total de sua função, necessitando de substituição renal (através de diálise ou transplante). Ressalta-se que mesmo com a efetivação do transplante, o paciente está sujeito a um controle medicamentoso por toda a vida.
Assim como a diversidade de doenças responsáveis por causar a IRC, vários são seus sintomas, como: diminuição da produção de urina, inchaço nas mãos, pernas ou pés causados por retenção de líquidos, sonolência, náuseas e vômitos, perda de apetite, sensação de frio e fadiga e outros.
- Tratamentos Disponíveis
A IRC como já salientado não tem cura, por isso seu tratamento tem como objetivos aliviar os sintomas da doença e poupar a vida do paciente. Os tratamentos oferecidos são: o tratamento conservador, a diálise peritoneal ambulatorial contínua, a diálise peritoneal automatizada, a hemodiálise e o transplante. (Martins & Cesarino, 2005 apud Pascoal et al., 2009)
O tratamento conservador envolve remédios, modificações na dieta e estilo de vida, utilizado para retardar a piora do quadro, reduzir sintomas e prevenir complicações. Vale lembrar que mesmo com essas medidas a IRC é progressiva e irreversível. Ele é iniciado no momento do diagnóstico, que quanto mais precoce, melhor. Quando a doença renal crônica progride rapidamente o paciente é preparado ou para os tratamentos de diálise ou transplante.
Diálise peritoneal é um processo que pode ser feito em domicílio, ele ocorre dentro do corpo do paciente através de um filtro (peritônio) implantado, substituindo a função renal. É colocado um liquido na cavidade peritoneal, este permanece por um tempo depois é drenado por um cateter, implantado por uma pequena cirurgia. Esse líquido entra em contato com o sangue o que permite que certas substâncias sejam removidas.
Na modalidade Ambulatorial Contínua o processo é realizado diariamente e manualmente, podendo ser feito pelo paciente ou por alguém que o auxilie, 4 vezes ao dia, durante aproximadamente 30 minutos. Ficando o paciente livre das bolsas de líquido e de drenagem nos outros períodos.
Já na modalidade Automatizada há a utilização de uma pequena máquina cicladora que faz a troca do líquido, o processo também é realizado todos os dias, em casa, porém feito durante a noite, tendo que o paciente se conectar a máquina antes de dormir.
Por fim a Hemodiálise, que é o um procedimento feito através de uma máquina que limpa e filtra o sangue, realizando a função do rim, liberando do corpo resíduos prejudiciais a saúde, como o excesso de sal e de líquidos. Na hemodiálise a máquina recebe o sangue do paciente via vascular, podendo ser por um cateter ou uma fístula, depois é impulsionado por uma bomba até um filtro de diálise, onde o sangue entra em contato com a solução de diálise que retira o líquido e as toxinas em excesso e devolve o sangue limpo ao corpo do paciente. Este processo é feito geralmente em clínicas especializadas ou hospitais. O tempo varia de acordo com o caso clínico, porém geralmente tem duração de quatro horas, três ou quatro vezes por semana.
Esta fístula arteriovenosa pode ser feita com a própria veia do individuo ou com materiais sintéticos através de uma pequena cirurgia no braço ou perna. Esse processo serve para tornar a veia mais grossa e resistente, para que as punções com as agulhas possam ocorrer da melhor maneira possível. Esta fístula deve ser colocada de 2 a 3 meses antes do inicio do tratamento.
É implantado nos pacientes que não possuem a fístula, mas precisam iniciar a hemodiálise, um cateter no pescoço, tórax ou virilha, sendo um método provisório que pode causar obstruções e infecções fazendo com que o cateter tenha que ser trocado.
As vantagens desses tratamentos é a melhora de sintomas como a falta de apetite, indisposição, náuseas e cansaço. Além da diminuição das restrições dietéticas, o que resultara em uma melhorar qualidade de vida.
Esses tratamentos não tem um fim na IRC, sendo necessários até o resto da vida, podendo variar entre hemodiálise e diálise peritoneal. Há um acompanhamento do nefrologista com revisões mensais e exames laboratoriais pra garantir que a diálise seja feita adequadamente.
A escolha entre hemodiálise ou diálise peritoneal dependerá das condições clínicas e da escolha do próprio paciente, ou seja, será uma decisão conjunta do nefrologista, do paciente e de sua família.
De acordo com Almeida (2003 apud RUGGI, 2014) há uma relação entre o perfil psicológico do paciente e o tratamento que este fará. Pacientes mais ativos frente a obstáculos e que procuram mais informações para enfrenta-los podem ter um maior beneficio na diálise peritoneal, uma vez que exige participação mais ativa. Já pacientes mais passivos que evitam o confronto direto com os obstáculos podem se beneficiar mais com a hemodiálise, de maneira que nesse processo abdica-se da responsabilidade.
O caso de realizar transplante é sugerido para pacientes em estados de doença crônica avançada. Podendo ser de um doador vivo ou falecido. Os rins do paciente se não causam infecções ou hipertensão são mantidos, só acrescentando o novo rim. Esse procedimento é o que garante mais liberdade no cotidiano do sujeito.
Quando se tem um prodiagnóstico, o que não é comum por ser uma doença silenciosa é feito o tratamento conservador, sendo possível planejar o transplante, desde que se tenha um doador vivo. O transplante é contraindicado de acordo com o caso clínico do paciente e também aqueles com distúrbios psiquiátricos, uso abusivo de álcool ou drogas e problemas graves na estrutura familiar.
Dessa maneira a melhor escolha de tratamento deve ser individualizada, levando em consideração a idades, aspectos clínicos, psicológicos, socioeconômicos, etc. Além disso, tudo o que diz respeito a todos esses processos deve possibilitar ao paciente acesso as informações de acordo com sua disponibilidade em recebê-las, diminuindo os efeitos ansiógenos vivenciados por esses pacientes durante a doença e tratamento. (PASCOAL,
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