O papel do enfermeiro tratamento paciente alcoolista
Por: Sara • 8/4/2018 • 4.419 Palavras (18 Páginas) • 507 Visualizações
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Key words: Alcoholism, treatment, epidemiology, Alcoholics Anonymous, consumption, Experience of professional
SUMARIO
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. O ALCOOLISMO
4. CARACTERISTICAS DA INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO NO TRATAMENTO
5. ALCOÓLICOS ANONIMOS UMA OPÇÃO DE TRATAMENTO
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
7. REFERENCIAS
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INTRODUÇÃO
Os Centros Especializados no tratamento de distúrbios relacionados às bebidas alcoólicas, também conhecidos como Alcoólicos Anônimos, iniciaram em 1935, em Akron, Ohio. A irmandade foi criada por dois homens que tiveram seu passado marcado pelo constante estado de embriaguez e posterior vitória contra o vício (CAMPOS, 2004).
O primeiro foi Bill, um corretor da bolsa de Nova Iorque, que deixou o vício e vinha mantendo a sua sobriedade por um longo período, graças a reuniões que pregavam valores espirituais na vida diária. As reuniões não visavam propriamente à cura do alcoolismo, mas tinha grande valor, e preconizavam o autocontrole e uma vida espiritualizada (CAMPOS, 2004).
Logo após, foi o Dr. Bob, um cirurgião que também enfrentava problemas devido a distúrbios relacionados a bebidas alcoólicas, conheceu Bill, encontrando nele a motivação para manter sua sobriedade e nunca mais beber (CAMPOS, 2004).
Ambos iniciaram o trabalho de conscientização destinado aos alcoólatras e como consequência de seus esforços conseguiam que um alcoólatra deixasse o vício. A partir daí esses três homens se uniram e criaram o primeiro Grupo de Apoio e, desde então outros grupos foram criados em outros países, obtendo cada vez mais sucesso no seu objetivo (CAMPOS, 2004).
O primeiro livro da Irmandade, publicado em 1939, foi escrito por Bill, expondo sua filosofia e seus métodos, que atualmente são conhecidos como “os doze passos de recuperação pregados pelo Alcoólicos Anônimos. ” (CAMPOS, 2004).
É preciso lembrar que nos dias atuais o Alcoólicos Anônimos é uma Irmandade Mundial, demonstrando que os métodos utilizados conseguiram superar grande parte das barreiras de raça, credo e idioma. A Reunião de Serviço Mundial, foi realizada pela primeira vez em 1969, e vem ocorrendo a cada dois anos desde 1972, alternando sua sede entre Nova Iorque e cidades de outros países (CAMPOS, 2004).
Os estudos comprovam que 52% dos brasileiros admitem o consumo de bebida alcoólica pelo menos uma vez no período de um ano, e o restante da população (48%) encontra-se abstinente (ANDRADE, SILVEIRA, 2010).
O uso disfuncional de alcoólicos é um grande problema para a saúde pública, constituindo-se em causa estimada de aproximadamente 4,5% das incapacidades, 3,8% (ou 2,5 milhões) do total de mortes no mundo em 2004. É o maior fator de risco de diversas patologias, entre essas a doença hepática alcoólica cujo espectro varia da esteatose a hepatite e cirrose. (BRASIL, 2004).
Em relação a avaliação por escala de 1 a 5 pontos elaborados pela Organização Mundial de Saúde para classificação dos prejuízos à saúde atribuídos ao uso disfuncional de álcool, o Brasil obteve o nível 3 no ano de 2004. Nesse mesmo ano, a taxa de mortalidade por cirrose hepática alcoólica na população brasileira acima de 15 anos de idade foi de 24,4 por 100.000 para habitantes do sexo masculino e 4,7 para a população feminina (BRASIL, 2004).
Estima-se, ainda, que no Brasil, em 2004, o álcool foi a droga mais consumida nas 108 cidades com mais de 200 mil habitantes do país, com prevalência de uso na vida de 74,6% deles, e com um quadro de 12,3% de dependentes, superando a prevalência de 10,1% de tabagistas, o que representa cerca de cinco milhões e oitocentas mil pessoas que apresentaram sinais e sintomas característicos do alcoolismo (BRASIL, 2004).
Além do prejuízo orgânico do paciente, é observada a consonância a atos violentos e ainda, descontrole psíquico em determinadas situações induzindo à agressividade afetando negativamente os membros familiares dos pacientes (ANDRADE, SILVEIRA, 2010).
Na busca por meios de tratamento, muitos se deparam diretamente com às situações de maus tratos que se violência torna-se relevante, sendo que nem sempre a terapêutica por meio de grupos de autoajuda é o escolhido, devido variedade de fármacos existente (ANDRADE, SILVEIRA, 2010).
Diante dessa situação, assim como para outras condições de saúde estigmatizadas, muitos usuários ou dependentes de álcool e outras drogas que poderiam se beneficiar da rede de serviços de saúde, não buscam quaisquer serviços, ou quando buscam não cumprem o tratamento da maneira proposta para evitar os danos associados ao rótulo de dependente químico.
É fundamental demonstrar a importância dos centros especializados no tratamento de distúrbios relacionados às bebidas alcoólicas na modificação comportamental dos pacientes alcoólatras.
Este estudo reflete a importância dos centros especializados em alcoolismo paralelamente aos tratamentos medicamentosos na terapêutica dos alcoolistas.
A preferência pelo tema veio da vivência prática, que consequentemente despertou o interesse de conhecer o trabalho dos grupos de autoajuda e sua eficácia no restabelecimento da integridade física e moral dos alcoólatras.
Segundo Rangé Mariatt (2008), o alcoolismo não tem cura, assim como substâncias ilícitas, pelo fato de o álcool ser um causador de dependência, desta forma, temos como grande problema a conscientização do usuário de que ele é um dependente, e ainda, o incentivo do consumo do álcool pela mídia, através de propagandas feitas por grandes empresas do ramo.
Entretanto, a doença causada pelo álcool gera grande preocupação para o sistema de saúde, já que a estimativa do número de dependentes alcança entre 10% a 15% da população mundial (CAMPOS, 2004).
Segundo Simon (1974), os Alcoólicos Anônimos têm se demonstrado de grande valia no auxílio da recuperação de dependentes. Dados estatísticos apresentam que, dentre o total de recuperando, as mulheres correspondem a 35% e os jovens com idade inferior a 21 anos é 5%.
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