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TCC SOBRE AÇÚCAR MALEFÍCIOS E BENEFÍCIOS PARA O ORGANISMO HUMANO E PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS

Por:   •  17/12/2018  •  7.021 Palavras (29 Páginas)  •  596 Visualizações

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no padrão de hábitos alimentares devido a alta demanda e expansão no comércio dos alimentos, em especial os industrializados.

Na década de trinta, o consumo médio anual de açúcar era de 15 quilos por habitante, aumentando este consumo rapidamente nas décadas seguintes, chegando em 50 quilos por habitante/ano em 1990.

Segundo Ramos e Storel Júnior (2001), nos anos 60, o surgimento do movimento hippie representou uma forte crítica ao sistema burguês e consumista da sociedade, sendo direta no campo alimentar, quando surgiu os produtos e dietas “naturais” de todas as espécies, sendo eleito como alvo de ataque o complexo de gorduras e o açúcar.

O complexo de gorduras foram responsavéis pela obesidade e problemas cardíacos causados na população, principalmente pelo aumento das taxas de colesterol e o açúcar foi considerado uma verdadeira droga (lícita), utilizada pelas grandes indústrias alimentícias com conhecimento de causa, tornando crianças e jovens dependentes de seus produtos. O açúcar foi considerado como o causador de câncer, doenças cardíacas, diabetes, problemas dermatológicos, hiperatividade, lerdeza mental, dentre outras.

Figura 1. Evolução da produção brasileira de açúcar (BRASIL, 2007)

Na década de 80, quando a mulher foi inserida no mercado de trabalho, a demanda de alimentos mais práticos e rápidos no seu preparo fez-se necessário, sendo portanto introduzidos mais alimentos industrializados na rotina familiar, gerando assim maior dependência destes produtos alimentação do cidadão, gerando assim conflito na questão alimentar.

Desta forma como economizar tempo no preparo das refeições e procurar as opções mais saudáveis para a família? Quais são essas opções mais saudáveis? Esses são alguns dos questionamentos encontrados em Casotti et al. (1998) que debate as dificuldades práticas e teóricas no consumo de alimentos.

Nos dias atuais o Brasil é um dos maiores consumidores mundiais de produtos per capita (industrializados). Segundo pesquisas realizadas desde o ano de 2007 até hoje, cada brasileiro consome em média, 51 a 55 quilos de açúcar por ano, contrastando com a média mundial por habitante de 21 quilos por ano. A expectativa é de que o mercado brasileiro tenha um crescimento no consumo de açúcar devido principalmente à expansão na produção de alimentos industrializados e o surgimento de fast foods (comida rápida).

Dentro da bioquímica, ciência que trata dos compostos e das reações que ocorrem nos seres vivos, a classe dos glicídios ou carboidratos abrange desde o açúcar comum até compostos mais complexos, como a celulose e o amido.

Na classificação dos glicídios têm-se o grupo das oses ou monossacarídeos, moléculas mais simples que não se hidrolisam, dentre elas, a glicose e frutose (C6H12O6). O outro grupo, os osídios são moléculas mais complexas que se hidrolisam, resultando em moléculas menores denominadas holosídeos. Os holosídeos podem ainda ser subdivididos em dissacarídeos e polissacarídeos, conforme produzam, na hidrólise, duas ou muitas moléculas de oses respectivamente.

A sacarose ou açúcar comum (C12H22O11) é um dissacarídeo de cadeia orgânica constituídas por duas unidades de monossacarídeos (glicose e frutose), unidas por uma ligação glicosídica. Sob condições normais, a sacarose deve ser hidrolisada antes de ser absorvida, o que ocorre por obra da sacarase (invertase), enzima presente nas paredes do intestino delgado, onde os monossacarídeos componentes são absorvidos participando da glicólise (quebra da glicose), a fim de produção de energia.

Na digestão, o amido sendo um polissacarídeo também se transforma em glicose, molécula que é necessária na produção energética. Segundo Lehninger (1976), o amido, contido nos alimentos como pão, arroz, batata e outros, pode ser hidrolisado enzimaticamente pela alfa-amilase, que está presente no suco pancreático e na saliva.

A diferença é que enquanto o açúcar comum chega rápido ao intestino para ser absorvido (na forma de glicose + frutose), o amido demora mais para ser processado em maltose (glicose + glicose) até ser transformado em glicose, onde é distribuída para todas as células a fim de produzir energia.

A passagem da glicose do sangue para o interior da célula, só ocorre pela presença dos receptores de insulina existentes na membrana celular, que reconhecem o complexo molecular glicose-insulina e permitem sua passagem (FUKUDA, 2004). A insulina é um hormônio polipeptídico (molécula complexa formada de aminoácidos) produzido pelo pâncreas, atuando na membrana celular. No interior da célula, a glicose se desprende da insulina, é desdobrada pela glicólise em duas moléculas de piruvato (molécula com três carbonos), sendo transportado à mitocôndria (organela intracelular, responsável pela produção de energia). Já no interior desta organela, ocorre a liberação de grande quantidade de energia pelo processo bioquímico conhecido como ciclo de Krebs.

Dessa forma, necessitamos, diversas vezes ao dia, todos os dias, ingerir alimentos contendo carboidrato, pois a reserva de glicose de nosso corpo é escassa, podendo estar depositada no fígado, como glicose, ou convertida em glicogênio. Essa forma energética em depósito é lançada no sangue toda vez que o intervalo entre uma refeição e outra é muito espaçada e a glicose no sangue diminui. A gordura depositada debaixo da pele é outra forma de reserva de energia.

É necessário um determinado nível basal de glicose no sangue, em torno de 80 - 90 mg dL-1,

passando este para 130 - 140 mg dL-1quando a glicose passa do intestino ao sangue. Paralelamente, o nível de insulina aumenta, propiciando a passagem da glicose para o interior celular, retornando após três a quatro horas ao nível basal de glicose e também de insulina. Há um

nível ótimo deste hormônio para o corpo funcionar perfeitamente, onde qualquer variação causará transtornos como, por exemplo, hiperinsulinemia (excesso de insulina) ou hipoinsulinemia (falta de insulina), sendo que o estímulo mais potente à produção de insulina é o provocado pela glicose que provém do açúcar refinado, ativando fortemente o pâncreas. Este estímulo freqüente e forçado do pâncreas aumenta cada vez mais a produção de insulina. Dessa forma, uma pequena quantidade de açúcar acarreta o desequilíbrio dessa produção, causando hiperinsulinemia, que tendo influência do fator genético, sofre maior influência pelo consumo excessivo do açúcar por meses e anos seguidos. O pâncreas não foi adaptado

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