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Atividade de Campo - Observação da interação humanística entre fisioterapeuta-paciente

Por:   •  18/5/2018  •  1.661 Palavras (7 Páginas)  •  415 Visualizações

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MetodologiaFoi realizada uma observação cuja principal proposta é compreensão a cerca das relações humanísticas entre fisioterapeuta-paciente. “Há uma busca pela compreensão individual, pela apreensão do sentido da vida humana como um todo, rompendo com a distinção entre sujeito e objeto de estudo, uma vez que ambos compartilham das mesmas características por meio da intencionalidade” (Freitas, 2007).

Para tanto foram realizadas observações críticas, havendo a nossa participação dos observadores como dos observados. A nós coube refletir sobre as respostas faladas do profissional, expressando a experiência do mesmo, ainda que grande parte das ideias finais foram tidas da ação não questionada, durante os exercícios fisioterapêuticos.

O primeiro momento que tido foi de fato a observação do processo clínico. Tivemos a oportunidade de olhar afundo dois atendimentos, procedidos por profissionais diferentes em uma clínica muito bem ambientada. Participaram da observação o paciente Gabriel (acompanhado de sua mãe) e Lúcia (acompanhada de sua filha), e os dois estagiários, graduandos do curso de fisioterapia pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB).

Lúcia tem 36 anos e sofre das sequelas de um tumor no cérebro e no intestino. Já foi internada por suspeita de AVC depois da segunda cirurgia. Apresenta uma grande independência nos afazeres do dia-a-dia, e certa dependência para banho e locomoção. Seu problema está ligado as dores e o desconforto ao dormir, muitas vezes impossibilitando a atividade.

Gabriel tem 1 ano e alguns meses, sofre de uma síndrome, não sinalizada na entrevista, caracterizada pela ausência de movimentos no corpo. Gabriel utiliza sonda para algumas atividades fisiológicas e não tem mobilidade de uma criança da sua idade. Ação fisioterapêutica nele visa o fortalecimento estrutural e a geração de firmeza corpórea.

Para a análise das ações fisioterapêuticas foram considerados três pontos; A prática da humanização durante os procedimentos prestados pelo profissional fisioterapeuta, a empatia quanto a dor e os limites do paciente, e as respostas quanto as ações do profissional atendente. Cabe ressaltar que todos os nomes abordados são fictícios, considerando o sigilo ético.

ConsideraçõesRefletindo as ações observadas na Clínica-escola de Fisioterapia, a nossa primeira constatação acerca da análise é de que a humanização ideal aconteceu em apenas um dos casos. As características que embasam o atendimento humanístico e mecânico foram presentes na observação, entre as duas profissionais, de modo que pudemos vivenciar ambas, que contribuíram extremamente para o sucesso do tratamento e do exercício.

A humanização é um aspecto facilitador da reabilitação, uma vez que o paciente responde melhor ao processo se houver algum tipo de preocupação durante o atendimento, seja da família, de amigos, mas principalmente da equipe de saúde, dando o suporte necessário neste período de angústia. É por meio desta característica que encontram forças para superar o sofrimento, encontrando disposição e determinação pessoal para continuar as atividades do dia-a-dia e para aceitar a própria condição de saúde.

Percebemos que no momento de reabilitação tanto da Lúcia quanto do Gabriel o apoio de sua família foram presentes e que os incentivaram para que os exercícios fossem cumpridos, levando-os a buscar novas formas de lidar com suas limitações, ou simplesmente trazendo a atenção para facilitação e conforto no exercício.

No caso de Lúcia, nos deparamos com um momento de falta de humanização da profissional que a atendeu. Durante a nossa apresentação foi relatado todos os problemas que Lúcia passava sem o devido consentimento da própria. Existiu uma exposição de forma um tanto grosseira que a deixou visivelmente sem graça com a nossa presença. Foi o momento que nos mantemos preferencialmente calados para que não acontecesse nenhum outro constrangimento partido de nossa conduta. Existiu certa necessidade de cumprimento dos exercícios pela fisioterapeuta, ainda que existisse certa limitação da paciente, era grande o esforço para que Lúcia terminasse-os. Tivemos momentos onde a presença da empatia foi usada; a profissional a chamava de “Lu” e deu momentos de descanso onde existiram diálogos que foram totalmente voltados para o seu estado pessoal. Ainda assim o que ficou foi à impressão de incomodo de Lúcia quanto a nossa presença e a forma abrupta que foi exposta.

Já com Gabriel, podemos notar um caso completamente diferente. A apresentação de fato foi para a mãe dele, onde nada foi relatado. Observamos todo o liame entre mãe e filho, e como isso equivaleu de apoio para as intervenções. Constantemente a mãe diligenciava a deter a atenção de Gabriel para que a fisioterapeuta cumprisse a grade de procedimentos. Existia todo um aparato físico para o seu conforto e poucos problemas aconteceram durante o processo. A fisioterapeuta tinha deveras cuidado e dialogava constantemente com a genitora acerca da condição da criança e suas respostas à fisioterapia. Notamos um ambiente leve e de procedimentos muito mais fluidos em comparação as circunstâncias encontradas com Lúcia. Ao fim do atendimento, sem mais a presença do paciente e de sua mãe tivemos informações importantes que nos levam a crer que a profissional é extremamente competente quanto ao exercício da humanização. Ela explicou porque de não falar nada na frente da mãe e seu compromisso como profissional a frente da Ética. Foi uma suavização terminar a observação com um caso bem sucedido.

O próprio tratamento fisioterápico, entre outras atividades realizadas durante a reabilitação, podem ser possibilidades de relações interpessoais quando os pacientes encontram auxílio necessário no atendimento da equipe de saúde. Entretanto, considerando os aspectos abordados em sala de aula, percebemos ao acompanhar Lúcia na Clínica-escola de Fisioterapia,

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