Farmácia clínica e farmacologia dos medicamentos isentos de prescrição
Por: Jose.Nascimento • 25/4/2018 • 3.022 Palavras (13 Páginas) • 312 Visualizações
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A Resolução do Conselho Federal de Farmácia (CFF) nº 357, de 20 de abril de 2001, aprova o regulamento técnico das Boas Práticas de Farmácia. Essa resolução expõe que o farmacêutico tem responsabilidade sobre a automedicação responsável, e para que seja realizado o mesmo deve estimular informação e educação sanitária ao paciente ou consumidor e desenvolver ações na dispensação e seleção dos MIPs. Em vista disso, devem ser avaliadas as necessidades do paciente por meio de análise dos sintomas e das condições individuais com o objetivo de escolher o medicamento e o aconselhamento adequado para cada indivíduo (BRASIL, 2003).
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MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO
Os medicamentos isentos de prescrição (MIPs) ou conhecidos como OTC (Over The Counter) são, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), aqueles permitidos pelas autoridades sanitárias para tratar sintomas e males menores, acessível sem prescrição ou receita médica, desde que são usados conforme as orientações disponíveis nas bulas e rotulagens do produto, todavia, não quer dizer que não tenham riscos ou que os pacientes não necessitem de orientações para utilizá-los (INEPHARMA, 2012).
Diante do princípio de que “nenhuma substância” farmacologicamente ativa é inofensiva ao organismo, à automedicação é capaz de ser prejudicial à saúde individual e coletiva. Segundo a ANVISA, além dos efeitos colaterais característicos a qualquer medicamento, o MIP tem capacidade de atrasar o diagnóstico de uma doença se houver a utilização de forma abusiva ou sem orientação do profissional farmacêutico. Os medicamentos isentos de prescrição não estão livres de causar intoxicação e feitos adversos, como exemplos: analgésicos podem causar intoxicações crônicas, mantendo permanentes quadros de dor, ao passo que os descongestionantes nasais podem causar dependência (INPHARMA, 2012).
Entretanto, o profissional farmacêutico passa a ter necessidade de aperfeiçoar seu conhecimento sobre o processo de atenção, prescrição, indicação e orientação farmacêutica, com o objetivo de adquirir o reconhecimento e à confiança da população e de outros profissionais da saúde e contribuir principalmente no bem-estar. Diante do trabalho elaborado utilizou-se uma metodologia de literatura bibliográfica, esboçando dados retirados de matérias publicadas em livros e artigos.
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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A farmácia clinica é uma área da farmácia focada na ciência e na prática do uso racional de medicamentos, em que os farmacêuticos prestam atenção e cuidados aos pacientes, de forma a aperfeiçoar a farmacoterapia, “Tratamento de pacientes com medicamentos”, assim promovendo a saúde e bem-estar e prevenção de doenças (CRF- SP, 2015).
O Conselho Federal de Farmácia tornou-se legal a prescrição farmacêutica em acordo com as tendências de maior integração da profissão farmacêutica com as demais profissões da área da saúde. O profissional pode realizar a prescrição de medicamentos e outros produtos com finalidade terapêutica, na qual a dispensação não necessite de prescrição médica, incluindo medicamentos industrializados, alopáticos ou dinamizados, preparações magistrais, plantas medicinais, drogas vegetais e outras categorias ou relações de medicamentos que possam ser aprovadas pelo órgão sanitário federal para prescrição do farmacêutico (CRF, 2013).
A indicação de medicamentos para um paciente deve primeiramente ser avaliada e estudada pelo farmacêutico se há necessidade de realmente fazer uso e se o medicamento prescrito e o ideal para o indivíduo. Entretanto, o profissional farmacêutico precisar está sempre buscando informações e realizando estudos da farmacologia dos medicamentos (CRF, 2013).
A ação farmacológica de um medicamento sobre o outro no organismo, provoca o que se denomina de interação medicamentosa, na maioria das vezes reverte-se em malefícios para os pacientes. Uma boa maneira de evitar alterações é analisar com mais profundidade os hábitos do paciente no cotidiano. Isso ocorre por as interações medicamentosas não são provocadas apenas pela relação medicamento- medicamento. Fatores externos, além da alimentação e as próprias doenças já existentes no organismo, podem resultar em efeitos inesperados quando associados a outras drogas (KENNETH, 2006)
Conforme Lisboa, 2001, os três fatores que aumentam a incidência de interações são: Desinformação, Automedicação e Polifarmácia. E os tipos de interações:
- Farmacocinética: o fármaco ou alimento interfere na absorção, distribuição e metabolismo ou excreção de outros fármacos.
- Farmacodinâmica: ocorre quando se administra fármacos de efeito semelhantes ou contrário juntos. Os de efeito semelhante causa sinergismo e os de efeito contrário causa antagonismo. A interação farmacodinâmica não depende da ligação a um mesmo sítio receptor.
Os profissionais clínicos necessitam no Acompanhamento Farmacoterapêutico de protocolos, manuais de atuação e consensos para sistematizar parte do seu trabalho, pelo fato dessa ser uma tarefa muito rigorosa por várias razões. Se por um lado trata-se de uma atividade clínica e, portanto, condicionada à decisão livre e responsável de um profissional, por outro lado exige que seja realizada com o máximo de informação possível. Isto é, trabalhar para que algo tão pouco previsível como a resposta e o benefício da ação de um medicamento em um paciente tenha maiores possibilidades de êxito (MACHUCA, 2007).
O Acompanhamento Farmacoterapêutico (AFT) é um processo composto de três fases principais:
- Anamnese Farmacêutica: trata-se de uma entrevista inicial, onde se toma conhecimento dos hábitos de vida, problemas de saúde e medicamentos utilizados pelo paciente, questionando sobre a quantidade utilizada, a hora e a forma de uso, para que é utilizado, alguma possível reação e seu histórico farmacoterapêutico. Recomenda-se fazer com que este narre os fatos através de respostas a perguntas adequadamente estruturadas.
- Interpretação de dados: interpretação pelo farmacêutico dos dados colhidos após a anamnese através dos seus conhecimentos científicos.
- Processo de orientação: instrução do farmacêutico sobre o melhor uso para o medicamento após a interpretação dos dados colhidos.
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