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Saúde da Mulher - Infertilidade Conjugal

Por:   •  22/10/2018  •  5.371 Palavras (22 Páginas)  •  340 Visualizações

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E no Brasil existiam em 2010 aproximadamente 51 milhões de mulheres em idade reprodutiva, sendo que cerca de 8 a 15% dos casais em idade reprodutiva enfrentam o problema da infertilidade, podendo-se estimar a existência de 4 a 7 milhões de mulheres inférteis no Brasil (WHO, 2010).

Essa incapacidade de ter filhos pode gerar estresse, depressão, discriminação e ostracismo. (MASCARENHAS et. al, 2012)

Baseado nesse estudo o trabalho tem como objetivos destacar e definir as principais causas de infertilidade conjugal, descrever as repercussões da infertilidade conjugal na vida no casal e na vida da mulher e contextualizar a assistência de enfermagem na infertilidade conjugal.

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1 DESENVOLVIMENTO

1.1 Causas de infertilidade conjugal

As causas de infertilidade podem ser divididas em quatro grandes grupos (PASSOS, CUNHA-FILHO, FREITAS, 2004 apud BRASIL, 2010):

I. Causas anatômicas relacionadas ao útero ou às trompas (fator tubo peritoneal): pode haver alterações na parte interna do útero (endométrio), como mioma e aderência, ou pode existir obstrução ou aderências das trompas.

II. Hormonais (fatores do eixo hipotálamo-hipófise-gônadas): alterações hormonais que interfiram no processo de ovulação ou em alguma outra fase da reprodução.

III. Masculinas: o fator masculino pode estar envolvido em 30 a 50% dos casos de infertilidade. Podem estar relacionadas a alterações na produção do esperma, na quantidade ou qualidade dos espermatozoides, como capacidade de movimentação e a proporção de espermatozoide com formato normal. Vários fatores ou condições podem interferir ou ter influência na produção espermática, por exemplo: traumas testiculares, uso de fármacos, presença de varicocele, doenças, entre outros.

VI. Desconhecidas: para uma parcela significativa dos casos de infertilidade não se encontra nenhuma alteração ao se fazer a avaliação do casal – entre 10% e 30%. Contudo, em torno de dois terços dos casais cujo diagnóstico de infertilidade tem causa desconhecida concebem sem tratamento, embora a probabilidade de concepção seja baixa – em torno de 3% ao mês.

1.1.1 Causas masculinas

Alterações da função do sistema reprodutor masculino (produzir, nutrir e transportar espermatozoides) podem reduzir a quantidade, a movimentação, a forma e a capacidade de fertilização desses espermatozoides. A avaliação do homem infértil deve ser realizada por etapas, iniciando-se pela história clínica, exame físico, estudo citobioquímico de esperma e criteriosos testes laboratoriais, de forma a tentar classificar a causa da infertilidade (SILVA, 2014).

A Sociedade Portuguesa de Andrologia (2014), destaca as principais causas que podem causar a infertilidade no homem:

- Varicocele: consiste na presença de varizes nas veias do testículo. Muitos homens têm algum grau de varicocele, mas quando este grau é importante (veias visíveis no exame clínico), resulta em aumento da temperatura e acúmulo de substâncias tóxicas nesta região, prejudicando a produção de espermatozóides. Outros sintomas são a sensação de peso e dor na região.

- Processos infecciosos: as infecções podem levar a um processo inflamatório, que pode prejudicar a produção de espermatozoides e/ou aumentar o estresse oxidativo a qual estão submetidos.

- Exposição à toxinas: diversas toxinas podem levar ao comprometimento temporário ou definitivo da produção de espermatozoides. As principais são medicamentos usados em quimioterapia, radiação, calor ou hormônios exógenos.

- Obstrução dos ductos de transporte: as alterações podem ser congénita, com malformação ou ausência das estruturas ductais, ou adquirida, secundária a infecção, lesão iatrogénica, ou vasectomia. A obstrução pode ser uni ou bilateral, e pode ocorrer em só um local ou em múltiplos locais sincronamente.

1.1.2 Causas femininas

Segundo Sampaio (2008), estima-se que apenas 16,6% dos indivíduos conseguem uma gravidez após relação sexual no período de ovulação. Nesse processo é importante lembrar que as mulheres ficam aptas para reproduzir alguns anos após a puberdade, e esta aptidão é mantida por um período de tempo limitado, ou seja, até a menopausa. Sendo assim, esse período (antes da puberdade e após menopausa) é chamado de infertilidade fisiológica. Porém, a perpetuação da infertilidade pós-puberdade e pré-menopausa a tornará patológica necessitando de uma investigação cautelosa.

De acordo com Cardona (2013), as causas de infertilidade apresentadas pelas mulheres, interferem diretamente nas etapas do processo reprodutivo (ovulação, captação do óvulo pela tuba, fertilização, e implantação do embrião no útero). Qualquer etapa que não esteja em seu devido funcionamento pode gerar infertilidade nessa mulher.

Síndrome dos Ovários Policísticos

Uma das doenças que cursa com falta de ovulação é a chamada Síndrome dos Ovários Policísticos (ou síndrome da anovulação crônica), onde os cistos impedem a formação de ovócitos maduros, ou mesmo a ovulação, porque respondem aos níveis hormonais (produção elevada de LH, e redução de FSH) e crescem, ocupando no ovário o espaço livre necessário para o desenvolvimento do ovócito.

Endometriose

Na endometriose, fragmentos do endométrio penetram nas tubas (menstruação retrógrada) e produzem inflamação, que acaba por alterar a função da tuba, que é o transporte de gametas. Algumas vezes, a endometriose se estende aos ovários também, prejudicando a formação dos folículos. Em casos mais graves, podem formar-se aderências ou tecido cicatricial, que pode impedir uma gravidez. A endometriose causa disfunção ovulatória porque os focos ectópicos respondem aos níveis hormonais como se fossem o endométrio uterino, desregulando o ovário.

Infecções pélvicas

Em muitos casos são assintomáticas, são causadas por microorganismos que podem migrar da vagina para o útero e tubas. Como a endometriose, produz inflamação cuja cura promove cicatrização que acaba por alterar o funcionamento das tubas Quanto maior a frequência de infecções ginecológicas, maior a chance de ocorrer

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