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Rastreamento dos sintomas depressivos

Por:   •  20/10/2018  •  4.053 Palavras (17 Páginas)  •  373 Visualizações

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A escala de depressão geriátrica (EDG) vem sendo um dos instrumentos mais utilizados para detecção de sintomas depressivos em idosos e variados estudos apontam altos índices de confiabilidade e validade para a referida escala (PARADELA et al., 2005; ALMEIDA et al., 1999; AZAMBUJA 2007; FERRARI et al., 2007).

Azambuja (2007) afirma que a EDG, construída por Yesavage em 1983, é um instrumento de triagem de depressão, simples e com boa correlação com o diagnóstico de depressão, além de ser um bom parâmetro para avaliar a resposta terapêutica do indivíduo.

A escala original tem 30 itens, foi construída por Yesavage, desenvolvida especialmente para o rastreamento dos transtornos de humor em idosos, com perguntas que evitam a esfera das queixas somáticas. Ela é composta por perguntas fáceis de serem entendidas, tem pequena variação nas possibilidades de respostas e pode ser auto-aplicada ou aplicada por um entrevistador treinado.

Segundo Paradela et al. (2005), existe a versão curta da EDG, que possui 15 itens (EDG-15), elaborada por Sheikh & Yesavage (1986) a partir dos itens que mais fortemente se correlacionavam com o diagnóstico de depressão. Vale destacar que tais itens mostraram boa sensibilidade, especificidade e confiabilidade. Essa versão reduzida é bastante atraente para rastreamento dos transtornos do humor em ambulatórios gerais, assim como em outros ambientes não-especializados, pois o tempo necessário para a sua administração é menor (PARADELA et al., 2005).

Neste contexto, pode-se evidenciar a importância de um rastreamento dos sintomas depressivos na população idosa, para que futuramente ocorram intervenções eficazes a fim de minimizar os efeitos adversos da depressão.

Frente ao que foi discorrido até o momento, o presente estudo teve como objetivo rastrear a presença de sintomas depressivos leves e graves nos idosos cadastrados em uma Estratégia de Saúde da Família do município de Três Lagoas (MS), por meio da Escala de Depressão Geriátrica (EGS).

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo descritivo, de corte transversal, com abordagem quantitativa, no qual foi realizado um rastreamento dos sintomas depressivos leves e graves dos idosos cadastrados na Estratégia da Saúde da Família da Vila Haro do município de Três Lagoas (MS). O estudo foi autorizado pela diretora de Saúde Coletiva da Prefeitura Municipal de Três Lagoas e foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Todos os sujeitos da pesquisa assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (duas vias).

A amostra foi composta por 319 idosos, sendo que os critérios de inclusão foram: ter idade igual ou superior a 60 anos; estar cadastrado na Estratégia da Saúde da Família da Vila Haro e aceitar participar da presente pesquisa, após serem informados dos objetivos e receber esclarecimentos de possíveis dúvidas, com assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (anexo I).

A coleta de dados foi realizada no período de maio a novembro de 2008. Inicialmente foi levantado o nome e endereço de todos os idosos cadastrados na ESF da Vila Haro. Posteriormente foi realizada uma visita domiciliária ao idoso, na qual foi convidado a participar da pesquisa solicitando que a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Após o consentimento, foi realizada uma entrevista na qual foram coletadas informações por meio do Instrumento de Caracterização dos Sujeitos, o qual levanta informações sobre: sexo, idade, escolaridade, religião, estado civil, interação social e renda familiar, fora também utilizado a EDG de 15 itens, sendo uma versão curta da escala original elaborada por Sheikh & Yesavage (1986), validada no Brasil por Almeida & Almeida (1999).

Os dados coletados foram transportados para uma planilha de dados do programa Excel for Windows XP e então, ao programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), em sua versão 10.0 para windows, para análise descritiva com confecção de tabelas de freqüência, medidas de posição (média, mediana, mínima e máxima) e dispersão (desvio padrão).

RESULTADOS

A amostra foi composta por 319 idosos, sendo que 186 (58, 3%) eram do sexo feminino e 133 (41,7%) do sexo masculino. A proporção, de acordo com a faixa etária, foi de 179 (56,1) dos idosos perteceiam à faixa etária de 60 a 69 anos, 107 (33,5%) idosos estão na faixa etária de 70 a 79 anos, 29 (9%) com 80 a 89 anos e 4 (1,3%) pertecem a faixa etária de 90 anos ou mais. Com relação à escolaridade da população estudada, observou-se que 97 (30,4%) dos idosos eram analfabetos, 100 (31,3%) tinham de 1 a 3 anos de escolaridade, 86 (26,9%) com 4 a 7 anos, 20 (6,3%) com 8 a 11 anos, 11 (3,5%) com 12 ou mais anos de escolaridade e 5 (1,6%) não sabiam quantos anos tinham de escolaridade.

No concernente à religião, 197 (61,8%) dos idosos são católicos, 91 (28,5%) são evangélicos, 16 (5%) são espíritas, 2 (0,6%) budistas, 1 (0,3%) ateu e 12 (3,8%) outras religiões. Quanto ao estado civil um total de 15 (4,7%) dos idosos estudados nunca se casou ou morou com companheiro. A grande maioria 174 (54,5%) estavam casados ou moravam com companheiros, 91 (28,5%) estava na viuvez e 39 (12,3%) estavam separados, desquitados e/ou divorciados. No atinente à renda familiar mensal, 124 (39,3%) recebiam até 1 salário mínimo, 158 (49,5%) de 1 a 5 salários mínimos, 17 (5,3%) mais de 5 salários mínimos e 20 (6,3%) não sabem o quanto ganha. Quanto à moradia, 222 (69,6%) afirmaram ter moradia própria do entrevistado e/ou cônjuge, 36 (11,3%) possuem moradia própria, de familiares que moram junto, 31 (9,7%) relata que é alugada, 18 (5,7%) é cedida e 9 (2,8%) possui outro tipo de moradia (tabela 1).

Tabela 1 - Características sócio-demográficas dos idosos cadastrados na Estratégia da Saúde da Família da Vila Haro I e II – Três Lagoas, MS, 2009.

CARACTERÍSTICAS SÓCIO-DEMOGRÁFICAS

FREQÜÊNCIA

%

Sexo

Feminino

Masculino

186

133

58,3

41,7

Faixa etária

60 a 69 anos

70 a 79 anos

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