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O papel da família na iniciação do uso de drogas nos jovens

Por:   •  29/11/2017  •  5.392 Palavras (22 Páginas)  •  518 Visualizações

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No que se diz aos fatores estressantes da vida, como a morte, doenças ou acidentes entre membros da família e amigos; mudanças de escola ou residência; separação; divorcio ou novos casamentos dos pais; problemas financeiros na família podem influenciar o uso abusivo de drogas quando associados a outros fatores predisponentes, incluindo-se disposições individuais. 5

Evidências têm mostrado que até mesmo em ambientes que submergem o adolescente em fatores de risco, muitos destes passam ilesos quanto ao uso se estiverem sob influência destes mecanismos. O estudo dos fatores de risco e proteção para o consumo de drogas resulta em especial interesse, pois estes são fundamentais para o planejamento e desenvolvimento de programas de prevenção eficazes baseados na modificação. 6

Esta análise e identificação são fundamentais, não só para determinar os objetivos dos programas, mas também as populações, os grupos ou os indivíduos que se encontram em situações de alto risco em relação ao consumo de drogas e que precisam de intervenções específicas. Considerando que a maioria dos programas de prevenção ao uso de drogas ainda são ineficazes, o presente estudo teve como objetivo avaliar, entre adolescentes e jovens em situação de risco social (de baixa condição socioeconômica, expostos ao consumo e tráfico de drogas em seu local de moradia), quais seriam os motivos que teriam os afastado do uso experimental de drogas ilícitas, enfatizando-se, dentre eles, o papel da informação e de seus meios de divulgação.6

O uso de álcool (bebida espirituosa) entre adolescentes é, naturalmente, um tema controverso no meio social e acadêmico brasileiro. A sociedade como um todo adota atitudes paradoxais diante do tema: por um lado, condena o abuso de álcool pelos jovens, mas é tipicamente permissiva ao estímulo do consumo por meio da propaganda.7

Desenvolver ações de atenção à saúde dos adolescentes difere da assistência clínica individual e da simples informação ou repressão. 7

Acentuar a necessidade de elaboração e, principalmente, implementação de programas que visem à promoção da saúde e à prevenção de danos aos adolescentes, que enfoquem a detecção precoce de fatores de risco para o uso/abuso de drogas lícitas e ilícitas, e viabilizem o acesso dos adolescentes aos serviços de saúde e à informação. 7

Nesse sentido, políticas públicas são desenvolvidas para o adolescente, garantindo seu acesso às ações de promoção da saúde e prevenção de doenças, atenções a agravos e doenças, e reabilitação, respeitando os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS). 7

O homem é o único ser possuidor de cultura e isso o distingue dos outros animais. É possuidor de diversas capacidades como a comunicação oral, fabricação de instrumentos, modificação da natureza para adequar as suas necessidades e transmissão dos conhecimentos.8

O consumo de drogas está ligado à convivência familiar e em sociedade. O álcool, por intermédio da figura do vinho, integra os cerimoniais religiosos judaicos, cristãos e alguns rituais do candomblé. Da mesma forma, observa-se o uso das bebidas fermentadas em quase todas as civilizações.8

Nessa passagem do adolescer é comum observar a oposição das idéias e valores pela necessidade de testar, agredir e contrariar as normas impostas pelos pais ou pela sociedade em busca de novas experiências e desafios. Na atualidade, observa-se que as pessoas bebem para comemorar um casamento, a vitória do seu time de futebol, o nascimento do filho, enfim, há diversas circunstâncias em sociedade em que a droga, mesmo a lícita, tem a função de fazer parte de um momento especial da vida das pessoas, das famílias, dos grupos.8

A busca pela identidade social é um dos compromissos psicossociais mais decisivos para o adolescente, portanto a necessidade de destacar em seus grupos familiares e pares é dotada de personalidade própria. É quando o adolescente começa a vivenciar novas experiências, assumir compromissos pessoais, familiares e sociais e passa a desempenhar vários papéis muita das vezes incompatíveis entre si gerando conflitos e a tensão resultante se manifesta quando não se tem habilidades para cumprir satisfatoriamente todos os papéis são contemporizados. 9

Ao citarmos o uso ocasional de droga por adolescentes, podemos entender como uma manifestação apropriada para sua etapa de desenvolvimento e busca de direção para a vida. E diferenciar entre adolescentes que se abstém e que experimentam e que abusam de drogas, pode concluir que é para aceitação de seus pares e não são surpreendentes indivíduos psicologicamente saudáveis, sociáveis e curiosos se sintam curiosos e tentados a experimentar o produto. 9

Alguns estudos demonstram que não ocorrem somente influências dos pais, mas também dos irmãos no desenvolvimento da dependência química na adolescência, um fator principal para as meninas em relação as irmãs mais velhas na questão de exemplo onde tem a responsabilidade de passar modelos saudáveis para as meninas. Essa influência pode ser benéfica quanto colocar essas meninas em risco, já que elas podem ter irmãs mais velhas que fazem uso de drogas na adolescência, inclusive o tabaco. 10

Esse consumo crescente e precoce de substâncias psicoativas pelos jovens têm causado preocupações constantes na comunidade científica, nos profissionais de saúde e educação, bem como nos governantes e nas pessoas em geral. 11

Os adolescentes costumam buscar uma série de justificativas para o uso de drogas, acreditando que possuem o controle da situação e que podem parar no momento em que desejarem. 11

A educação e a saúde do adolescente em família assumem grande importância; pois implicam em experiências familiares positivas para afirmação do mesmo como pessoa. Promovê-lo a comportamentos saudáveis diante das influências negativas da vida social é função dos membros familiares adultos. Os modelos que os familiares representam para os adolescentes são significativos para a construção das práticas saudáveis de vida dos adolescentes.11

Por tanto é necessário refletir sobre a inofensividade, do ponto de vista protetor, ao que se repete por toda parte “diga não ás drogas”, muito utilizado pela mídia. A falta de adesão dos jovens torna evidente a falha em reconhecer a inadequação das propostas moralistas e autoritárias que não se fundam na visão complexa dos fatores de risco e de proteção analisados. 12

Com o aparecimento da doença há uma reorganização familiar, por causa dos medicamentos,

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