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Sistema Nervoso e o Uso de Drogas

Por:   •  6/4/2018  •  3.134 Palavras (13 Páginas)  •  442 Visualizações

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Logo em seguida, a bomba de sódio e potássio age no sentido de restabelecer o repouso (repolarização).

Entende-se então que a comunicação intercelular ocorre graças à geração de “sinais elétricos na forma de mudanças no potencial de membrana. Algumas dessas mudanças disparam a ação de um neurotransmissor, que, então, transmite sinal para outra célula” (STANSFIELD, 2013, p.202).

Esses eventos estão esquematizados nas imagens a seguir:

Sequência de eventos que culminam na despolarização da membrana neuronal

fonte:www.sobiologia.com.br

1.2 Neurotransmissores

Os neurônios são “moléculas do sistema nervoso que desempenham um papel fundamental na comunicação intercelular” (COSTA, 2015). Nosso corpo possui dezenas de neurotransmissores e cada um deles age de maneira distinta. Isto os tornam abrangentes e versáteis.

Na tabela podemos ver alguns deles e onde agem:

Neurotransmissor Efeitos

Acetilcolina contração muscular, controle de áreas da aprendizagem, memória e atenção

Norepinefrina batimentos cardíacos, pressão sanguínea, excitação física e mental e bom humor

Epinefrina aumento da frequência cardíaca, da glicemia, estado de alerta

Dopamina estimulação e controle motor

Glutamato excitação do organismo, atua na memória de longo prazo e na aprendizagem

Serotonina regulação do humor, ansiedade e agressividade

Ácido gama-aminobutírico

induz inibição do sistema nervoso central

Um neurotransmissor é produzido no corpo celular a partir de um aminoácido vindo do meio externo; em seguida é transportado para a parte final do axônio, onde fica acondicionado em vesículas até que ocorra sua exocitose no momento da despolarização. Uma vez na fenda sináptica, esse produto atuará sobre o neurônio seguinte ou célula alvo. Em seguida será removido através de recaptura ou metabolização enzimática.

Alterações nos níveis dessas substâncias provocam distúrbios de ordem física, como a síndrome de Parkinson e psicológica, como depressão, ansiedade, tendências comportamentais.

1.3 Lobos cerebrais

Por ser o centro de controle do organismo, muitas funções estão compartimentalizadas em setores específicos do córtex cerebral, mas isso não significa que estejam isoladas, pelo contrário, há conexões entre essas áreas continuamente. Os lobos cerebrais são divididos em quatro segmentos singulares, cujos nomes remetem ao osso de referência. No entanto, muitas atribuições podem estar em mais de uma região. Assim, temos os lobos:

Frontal Movimento voluntário

Planejamento dos movimentos

Produção da fala (área de Broca)

Funções cognitivas

Resposta emocional

Parietal

Sensibilidade somática geral

Percepção espacial de objetos, sons, partes do corpo

Compreensão da fala (área de Wernicke)

Temporal Audição (córtex auditivo e área de associação)

Olfato (córtex olfatório)

Identificação de objetos

Resposta emocional

Occipital

Informação visual (visualização e processamento)

2. O uso de drogas e seus efeitos no sistema nervoso.

Existem compostos que interferem na fisiologia do sistema nervoso, especialmente o cérebro, alterando a comunicação entre as células no nível das sinapses. Eles transformam o funcionamento cerebral ao mimetizarem o efeito dos neurotransmissores ou intensificá-los quando bloqueiam sua recaptura. Esses compostos são conhecidos como drogas ou, mais especificamente, de psicoativos.

O consumo dessas substâncias acompanha a vida do homem há milhares de anos, por motivos de recreação, religiosos, tratamentos de saúde, socialização, ou ainda fuga da realidade. Em nosso país já era hábito entre os indígenas pré-Cabralinos, entre os africanos escravizados, e entre os europeus colonizadores. A cocaína, por exemplo, era normalmente vendida em farmácias. Foi somente no século XIX que foram tomadas atitudes no sentido de restringir ou proibir o uso dessas substâncias, por conta de seus efeitos devastadores.

2.1 Tipos de psicotrópicos

Uma droga pode aumentar ou diminuir a atividade dos neurônios, produzindo efeitos diferentes sobre o comportamento, podendo ser classificada como depressora, estimulante, opióide e perturbadora. Seu uso repetitivo ativa fortemente o sistema de motivação mediado pelo neurotransmissor dopamina, que em altas concentrações danifica áreas ligadas à regulação da impulsividade, da avaliação ambiental e funções de decisão. O uso da droga estimularia uma recompensa que não é produzida pelas vias naturais.

O consumo regular de drogas ainda provoca:

Dependência: estado que pode ser mental e/ou físico, no qual existe a compulsão de servir-se do produto continuamente a fim de evitar a angústia gerada pela sua falta.

Tolerância: necessidade de doses cada vez maiores para obter o mesmo efeito, porque o organismo já se adaptou à droga.

Com relação à população de rua, por exemplo, fatores desestruturantes como o desemprego, migrações malsucedidas, divórcio, entre outros, tornam essas pessoas carentes de aspectos fundamentais da vida, o que resulta na perda da autoestima e da capacidade de reagir positivamente às dificuldades. Estes fatores estariam relacionados à alta porcentagem de consumo de drogas entre essas pessoas.

Um estudo realizado pela FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) em 2010 na cidade de São Paulo apontou que 65% dos moradores de rua consomem álcool e 27% fumam crack, constituindo os psicoativos

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