A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL AO PACIENTE COM TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR

...

O CTDL instalado em veias de grande calibre é uma espécie de cateter venoso central (CVC). No entanto, demanda procedimentos especializados para o seu manuseio, especialmente, no que se refere ao fluxo de sangue para a terapia dialítica. Diante disso despertou o interesse em investigar as técnicas de implantação, manutenção do CTDL.

O presente trabalho é importante uma vez que poderá fornecer subsídios para ampliar o conhecimento acerca dos cuidados de enfermagem na prevenção de complicações do CTDL, investigando quais os agravos de maior relevância e os métodos preventivos, fundamentando novos trabalhos na área, bem como contribuir para a adoção de condutas que possam impactar no aprimoramento de técnicas de manutenção e conservação do cateter. Ainda, contribuirá para expandir a divulgação dos conceitos relacionados ao CTDL, por vezes, restritos aos especialistas da área, como forma de aprimorar a atuação dos enfermeiros que lidam direta ou indiretamente com a terapia dialítica.

Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, com abordagem qualitativa, do tipo dissertativo, desenvolvido no período de agosto de 2013 a novembro de 2014. Aplicou-se como metodologia de coleta das informações um amplo levantamento documental, por meio de pesquisas em literaturas especializadas de enfermagem sobre o tema, bem como áreas afins, donde as referências consultadas foram, principalmente, de fontes dos periódicos de enfermagem, versões impressas e digitalizadas, especialmente nos últimos onze anos, disponíveis na íntegra de sua publicação. Foram utilizadas como base para as versões digitalizadas a Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), Scientific Electronic Library Online (Scielo), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs), Portal do Ministério da Saúde e Revista de Gestão em Sistemas de Saúde.

O estudo teve como objetivo investigar as principais complicações relacionadas ao uso do cateter duplo lúmen para terapia dialítica substitutiva temporária e os procedimentos de enfermagem aplicados aos cuidados deste nos pacientes submetidos a esta técnica.

2 Aplicação do CTDL na terapia dialítica

Para se realizar a hemodiálise são necessários acessos vasculares calibrosos e que permitem a passagem de sangue de modo eficiente. Para tanto são utilizados cateteres e fístulas arteriovenosas. Os cateteres que tem sua utilização na terapia dialítica apresentam-se de duplo lúmen e triplo lúmen, e podem ser de curta duração ou de longa duração. Os cateteres temporários de duplo lúmen são indicados para casos agudos ou crônicos de insuficiência renal que não podem esperar confecção e maturação do acesso definitivo.6

O CTDL apresenta-se também como principal indicação de uso em pacientes que estão na unidade de tratamento intensivo (UTI) e desenvolveram insuficiência renal aguda aparecendo como complicação largamente encontrada neste tipo de ambiente. Ocasionada por condicionalidades de episódios isquêmicos, nefrotóxicos por medicações, infecciosos, obstrutivos, hipotensão arterial, choque (hipovolêmico, cardiogênico e séptico), insuficiências cardiovasculares, hepática e respiratória, neoplasias e tempo médio de internação superior a sete dias que podem acarretar em disfunção renal necessitando da hemodiálise os indivíduos que, na maioria das vezes, estão intubados em ventilação mecânica e aparatos pela tecnologia que oferece o setor.7

O CTDL é um tipo de cateter utilizado, normalmente, para tratamento de pacientes com quadro de insuficiência renal aguda, porém também é usado na crônica, pois alguns casos são direcionados pela atenção primária ao serviço de hemodiálise com fechamento do diagnóstico tardio, chegando com urgência da terapia. Considerado como uma via temporária para a terapia dialítica utiliza a punção de veias de grande calibre como as veias jugular, a subclávia ou a femoral, ou seja, um acesso venoso central (AVC).8

O CTDL de inserção percutânea é introduzido via AVC e empregado para terapia dialítica imediata, permanecendo como via de acesso à diálise por um período aproximado de três semanas, enquanto acontece a confecção e o amadurecimento da FAV. O CTDL percutâneo proporciona benefícios como objetividade, efetividade e facilidade na inserção do dispositivo.9,10

Já os cateteres de triplo lúmen possuem duas vias para a realização da HD e uma terceira via extra para infusão de medicamentos, fluídos, remoção de amostras de sangue, nutrição parenteral, entre outros, apresentando-se como uma variação de modelo que permite uma via central direta para outros procedimentos. São maleáveis, fabricados em silicone, de forma que têm maciez e resistência, facilitando seu manuseio, assim como no duplo lúmen, evitando dobras no ato da punção.11

Os cateteres temporários não possuem “cuff”, também conhecidos como balonetes, e são inseridos via acesso venoso profundo central, preferencialmente em veia jugular interna direita, e sua fixação se dá por meio de sutura na superfície da pele. São utilizados para prover um acesso imediato aos pacientes que tem urgência em realizar a hemodiálise até que a FAV esteja pronta para uso.12

Cotidianamente são mais utilizados os CTDL não-tunelizados tipo Shiley ou Quinton-Mahurkar. Eles apresentam menores taxas de complicações, como, por exemplo, o fato do sangue recircular, não comprometendo a eficácia da terapia. Na dificuldade da obtenção de acessos venosos definitivos, que são as FAV, utiliza-se acessos venosos temporários profundos que possibilitam o seu uso por tempo mais longo, empregando o tipo de cateter duplo lúmen tunelizado Quinton-Perm-Cath.13

A utilização do CTDL ao invés da FAV para a terapia hemodialítica tem sido empregado em cerca de 25% dos pacientes que iniciam terapia dialítica nos Estados Unidos, e no Brasil, conforme revela a Sociedade Brasileira de Nefrologia, censo realizado no ano de 2007, a média de pacientes submetidos ao procedimento era de 9,4%.14

No Brasil, acredita-se que para os pacientes que necessitam de hemodiálise, a porcentagem de utilização dos cateteres de curta ou longa permanência, atinge o patamar de 8% dos casos.10

O uso de cateter para terapia dialítica, em estudo realizado em sete Estados brasileiros, apresentou uma variação que vai de nenhuma indicação de uso, ou seja, 0% até 21,7%, onde 91,3% são cateteres de curta duração e sua indicação principal é caracterizada pela ausência de um acesso definitivo.12

Segundo orientações para a prática de inserção do CTDL, a técnica deverá ser