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Os efeitos do envelhecimento na recuperação pós-exercício

Por:   •  7/5/2018  •  3.315 Palavras (14 Páginas)  •  346 Visualizações

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Na última década, devido ao rápido crescimento no número de atletas veteranos em competições de esporte de característica predominante endurance, muitos estudos tentaram identificar os fatores metabólicos associados ao decréscimo na capacidade física resistência desencadeado pelo envelhecimento, especialmente em corridas de longa distância, entretanto o foco geralmente é o decréscimo na capacidade respiratória, mais especificamente no consumo máximo de oxigênio (VO2 máximo). (BRISSWALTER, J.; NOSAKA, K.;2012)

Pouco se encontra na literatura a respeito da recuperação dos atletas pós-exercício físico, fator crucial no desempenho dos atletas pois uma melhor recuperação significa um retorno mais rápido e efetivo à rotina de treinamentos. Diversos estudos mostram que os níveis de dano muscular pós-exercício são muito parecidos entre jovens e adultos quando submetidos a um estresse muscular proveniente de um treino máximo. (CLARKSON, P.M.; DEDRICK, M. E, 1988; DEDRICK, M.E.; CLARKSON, P.M, 1990) Entretanto, o dano permanece por mais tempo em indivíduos mais velhos, ou seja, a recuperação é menos efetiva e mais demorada para os atletas mais velhos em detrimento das alterações nos mecanismos de regeneração decorrentes do processo de envelhecimento. (BRISSWALTER, J.; NOSAKA, K., 2012)

Embora estudar os atletas da terceira idade seja importante para melhorar seus níveis de desempenho esportivo, este estudo traz consigo inúmeras contribuições importantes para estudar os mecanismos do envelhecimento. Estudar estes atletas (que geralmente tiveram uma vida ativa em praticamente toda sua plenitude) dá a oportunidade de investigação dos efeitos do exercício físico regular nos sistemas do organismo humano sem as, geralmente comuns, complicações associadas ao envelhecimento (obesidade, diabetes, etc.). (LEXELL, J.,1995) Dentro desses estudos ainda, pouco se foi estudado tendo a recuperação pós-esforço físico como viés principal para caracterizar a queda no desempenho esportivo com o avançar da idade.

Entende-se então a importância deste estudo para treinadores, atletas e todos envolvidos com atletas master para entender melhor os mecanismos de recuperação e qual a influência do envelhecimento em tais fatores, podendo então os mesmos utilizar-se dos resultados para elaboração e implementação de estratégias específicas de recuperação para atletas máster pois uma recuperação mais efetiva significa uma volta mais rápida para a rotina de treinamentos, preservando melhor então seus níveis de desempenho, e até mesmo podendo evitar overtraining e lesões. Assim como para futuros estudos que possam utilizar os dados aqui obtidos e aplicar outros métodos, como intervenções mais longas controlando fatores como volume e intensidade de treinamento, para caracterizar ainda mais as alterações ocasionadas pelo envelhecimento e suas consequências no desempenho esportivo,

OBJETIVOS

- OBJETIVO GERAL

- Comparar a recuperação de atletas de corrida endurance máster e jovens após exercício máximo;.

- OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Avaliar e comparar concentrações da enzima Creatina quinase (CK) na corrente sanguínea de atletas jovens e masters após corrida simulada de 5km e nas 24 e 48 horas subsequentes;

- Submeter os atletas a questionários desenvolvidos com o intuito de caracterizar a recuperação pós-exercício como a Escala de Qualidade Total de Recuperação ou Total Quality of Recovery (TQR) (Kentta, G.; Hassmén, P., 1998);

- Aplicar questionários, comparando e correlacionando os dados aos resultados obtidos, quanto aos hábitos cotidianos de treinamento como volume, intensidade e frequência semanal, assim como registros anteriores de desempenho em provas passadas;

- Comparar a recuperação pós-exercício máximo e identificar se houve diferenças e similaridades entre homens e mulheres dentro dos três grupos de faixa etária pré-determinados.

METODOLOGIA

Para atingir o objetivo proposto, uma revisão bibliográfica nos principais bancos de dados de artigos científicos será feita para buscar estudos relacionados ao tema recuperação de um exercício máximo e sua relação com o desempenho esportivo.

Atletas corredores de longa distância de diferentes idades e sexo serão convocados randomicamente para participar voluntariamente deste estudo. Todos os sujeitos deverão responder a um questionário quanto a rotina de treinamentos, recordes passados, históricos médicos, doenças crônicas e possíveis medicações controladas. Qualquer fator que possa alterar os resultados dos testes propostos automaticamente exclui o indivíduo como possível objeto de estudo.

Os sujeitos serão então submetidos a uma corrida simulada de 5 quilômetros em velocidade máxima (simulação de competição), para que depois sejam coletadas amostras de sangue para avaliação de concentração de CK (marcador bioquímico relacionado a recuperação (HYATT, J.P.; CLARKSON, P.M., 1998)) e por fim responderão a um questionário de Escala de Qualidade Total de Recuperação (TQR ou Total Quality of Recovery Scale) proposta por Kentta e Hassmén em 1998. Eles deverão voltar mais três vezes ao laboratório para mais 3 coletas, sendo elas 24, 48 e 72 horas pós-exercício pois estudos indicam que sua concentração pode manter-se elevada em até 4 dias após estresse muscular causada pelo esforço máximo. (CLARKSON, P.M. et al, 2006; BRANCACCIO, P.; MAFFULLI, N.; LIMONGELLI, F.M.; 2007; ISPIRLIDIS et al; 2008)

SUJEITOS

Serão convocados três grupos de atletas amadores corredores de longa distância (entende-se como corredores de provas de pelo menos 10km) para participar neste estudo. O primeiro grupo será composto por atletas mais jovens, entre 18 e 35 anos, o segundo e o terceiro composto por atletas máster, onde o segundo será com atletas de meia-idade entre 35 e 60 anos de idade e o terceiro composto por atletas com mais de 60 anos de idade buscando demonstrar diretamente qual a diferença no processo de recuperação entre estes três grupos. A literatura mostra que o desempenho esportivo geralmente começa a decair a partir dos 35 anos de idade, tendo uma queda linear até os 50 anos de idade em média, onde a partir dos 50 tem-se um aumento drástico nessa queda que se agrava exponencialmente a partir dos 60 (BERNARD, T; et al 2010; JOKL, P.; SETHI, P.M.; COOPER, A.J.;2004 ; MEDIC, N.; STARKES, J.L.; YOUNG, B. W, 2007; REABURN, P.; DASCOMBE, B.; 2008;

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