Contexto histórico do lazer no âmbito nacional
Por: SonSolimar • 11/4/2018 • 2.053 Palavras (9 Páginas) • 383 Visualizações
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DIREITO AO ÓCIO.
Foi só no século 19 que todos os trabalhadores ganharam direito ao ócio
Desde que existe civilização, a humanidade valoriza os feriados e dias de festas, dedicados a teatros, jogos, banquetes e carnavais. Mas o conceito de que todas as pessoas têm o direito de dedicar parte da semana ao lazer só surgiu na Grã-Bretanha, em meados do século 19. “Foi uma resposta à Revolução Industrial, quando a maioria dos trabalhadores se tornou assalariada e passou a enfrentar jornadas de trabalho de 18 horas ou mais”, afirma Christianne Luce Gomes, professora de mestrado em Lazer da Universidade Federal de Minas Gerais.
Antes disso, não existia a separação entre o tempo ocupado com o trabalho e as horas dedicadas ao lazer (palavra que vem do latim licere, que significa “ser livre”). Na Antiguidade, a contemplação do ócio e da arte era restrita às classes privilegiadas. Durante a Idade Média, uma minoria se dedicava às artes, à literatura, à ciência e à política, mas a grande massa de camponeses pegava no batente, no mínimo, seis dias da semana, e dormia para valer no pouco tempo livre que sobrava. O máximo de diversão a que os mais pobres tinham direito eram as festas religiosas e as comemorações de vitórias militares. A outra forma de ganhar folgas era quando epidemias, inundações, secas ou guerras acabavam com as colheitas. Mas aí sempre havia o risco de passar fome.
Essa situação começou a mudar no século 19 e se consolidou depois da Segunda Guerra Mundial. Foi quando o direito ao lazer foi documentado no artigo 24 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada pela Organização das Nações Unidas em 1948. Naquela época, muitos pensadores começaram a prever uma “revolução do ócio”, quando o avanço da tecnologia permitiria que cada vez mais horas livres pudessem ser dadas aos trabalhadores. No fim das contas, o fim de semana não ficou mais longo, mas a indústria do entretenimento cresceu e aumentou o leque de alternativas para curtir o tempo de lazer.
LAZER NO BRASIL NA ERA VARGAS E JK.
O Estado Novo foi implantado no Brasil na década de 1930, durante o governo de Getúlio Vargas, onde o nacionalismo era fortemente valorizado nos aspectos econômico, político e financeiro com o objetivo de construir uma nação independente. E foi onde o Brasil deixou a condição de país agrário-exportador para se transformar em uma sociedade urbano-industrial. A agitação política, econômica e social decorrente das idéias de nacionalismo, desenvolvimentismo, industrialismo e urbanismo, repercutiu sobre a produção cultural que impulsionou as artes, os espetáculos e os divertimentos do tempo livre. Houve um exponencial aumento na publicação de livros, revistas, folhetos, cartazes, programas de rádio com noticiários e inúmeros musicais, além do surgimento da rádionovela, cine-jornal e documentários cinematográficos que tiveram um papel importante na formação do lazer do trabalhador, que foi utilizado estrategicamente para o exercício de poder do governo. O lazer desenvolve-se enquanto campo social a partir da urbanização, sendo assim, existe uma relação entre o desenvolvimento urbanotecnológico e a ampliação das atividades de lazer.
Com o fim da era Vargas, o lazer de cunho nacionalista passou a ser cosmopolita, de protesto e de consumo. As atividades de lazer foram ampliadas devido o crescimento do desenvolvimento industrial, da urbanização e do acesso aos bens culturais estrangeiros. O governo de Juscelino Kubitschek, principalmente na década de 1950, enfatizava o desenvolvimento econômico e industrial, o que acabou estimulando algumas transformações que favoreceram o acesso ao lazer, por meio do desenvolvimento das artes e espetáculos.
Em 1960 a população urbana ultrapassou a rural. Com isso, os operários passaram a exigir mais tempo livre e atividades de lazer, o que revolucionou o lazer nas cidades industrializadas. Alguns fatos como o suicídio do presidente, os problemas na sucessão e a criação do Plano de Metas foram suficientes para impulsionar as mudanças culturais. A crescente urbanização, a diferenciação de trabalhos, o aumento do poder aquisitivo, o surgimento de vários estamentos, a democratização das atividades artísticas e a popularização do divertimento podem ser considerados frutos da complexificação da sociedade e parte do processo de expansão do lazer no Brasil.
Na chegada de DUMAZEIDE no Brasil apartir da década de 70, advindo por seminários internos promovidos pelo serviço social do comércio (SESC), foi onde o lazer teve uma melhora na visão dos brasileiros, que virão a importância do lazer. Naquela época o Brasil industrial onde não se tinha muito tempo para o ócio, só trabalho, apartir de 70 com o aparecimento de artigos, e estudos sobre lazer a população nacional viu o lazer com outros olhos e buscaram mais por seus direitos.
A partir de que momento surgiu a preocupação em pesquisar o lazer?
Em um campo internacional, é importante salientar o interesse pelo desenvolvimento do lazer e das primeiras investigações planejadas sobre o assunto que datam da segunda metade do século XIX. Naquela época, o lazer era tratado apenas como um tempo livre depois das ocupações, supracitado no “Dictionnaire de la langue française, elaborado por maximilien litté em meado dos anos de 1860”. Apartir de joffre dumazeider o lazer passou a ser entendido como destrações, ocupações as quais o indivíduo poderia se entregar de espotâ-nea vontade, durante o tempo não ocupado pelo trabalho.
Autores expressivos para as pesquisas sobre o lazer apartir da década de 70.
O sociólogo Renato Requixa (1977, 1980), a educadora Renato Requixa Ethel Bauzer Medeiros (1975) e a professora de Educ Ethel Bauzer Medeiros ação Física Lênea Gaelzer (1979), entre outros, foram alguns dos estudiosos brasileiros que se dedicaram às reflexões sobre o lazer nesta época. Valendo salientar que alguns desses autores privilegião a discurssão da recreação.
A partir de meados da década de 1980, as produções de alguns autores forneceram contribuições significativas para o estudo do lazer, tais como Luiz Octávio de Lima Camargo (1986, Luiz Octávio de Lima Camargo 1998) e Nelson Carvalho Marcellino (1983, 1987, 1990). Nelson Carvalho Marcellino limeira obra de Camargo (1986), fruto dos conhecimentos Camargo construídos ao longo de seu doutoramento sob orientação de Dumazedier, teve grande difusão e auxiliou a uma compreensão Dumazedier mais abrangente do objeto
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