Efeito do Treino Mental na Precisão do Manual do Idoso
Por: Salezio.Francisco • 3/10/2018 • 4.976 Palavras (20 Páginas) • 333 Visualizações
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Metabolismo basal e nutrição
Com o avançar da idade, é comum ocorrer declínio de mais de 15% do gasto metabólico basal (CALLOWAY et al, 1980; VAUGHAN et al, 1991), que acontece devido à redução de tecido magro, principalmente de células musculares metabolicamente ativas (GREENLUND et al, 2003). A redução da ingestão alimentar, a “anorexia do envelhecimento”, é fator importante no desenvolvimento e progressão da sarcopenia, principalmente quando associada a outras co-morbidades. Múltiplos mecanismos levam à ingestão alimentar reduzida no idoso, tais como perda de apetite, redução do paladar e olfato, saúde oral prejudicada, saciedade precoce (relaxamento reduzido do fundo gástrico, aumento da liberação de colecistocinina em resposta à gordura ingerida, elevação da leptina). Fatores psicossociais, econômicos e medicamentos também estão envolvidos (BALES et al, 2002). A ingestão reduzida de proteínas, de acordo com as DRIs (DietaryReferenceIntakes), ocasiona redução da massa e força muscular em mulheres na pós-menopausa e, por conseguinte, discute-se a necessidade de suplementação protéica na população idosa (CAMPBELL et al, 1994).
Estímulos catabólicos
O aumento de estímulos catabólicos em idosos tem sido aventado como outra causa provável de redução da massa muscular. Estudos descreveram um aumento da produção de citocinas pró-inflamatórias (IL-6, TNF-a e IL-1) em idosos, que podem estimular a perda de aminoácidos e incrementar a quebra de proteínas das fibras musculares (ROUBENOFF et al, 2000).
Inatividade física e limitação funcional
A inatividade física é um fator contributivo importante para a sarcopenia relacionada ao envelhecimento. Homens e mulheres idosos com menor atividade física têm também menor massa muscular e maior prevalência de incapacidade física (EVANS, 1995; EVANS, 2002). A prática regular de exercícios, desde jovem, lentifica a perda muscular do idoso. E a intervenção mais eficaz para prevenção e recuperação da perda muscular são os exercícios de resistência. A habilidade para desempenhar atividades da vida diária, a massa e força muscular são bastante relacionadas entre si. No estudo do Novo México, mulheres e homens sarcopênicos tinham respectivamente 3,6 e 4,1 maiores chances de incapacidade, quando comparados àqueles com maior massa muscular. Da mesma forma, o uso de órteses e maior frequência de quedas foram mais relatados pelos idosos com menor massa muscular (DOHERTY, 2003).
Recentemente, o mesmo grupo descreveu maior prevalência de sarcopenia em mulheres idosas com maior prejuízo funcional. O estudo ainda mostrou a importância de identificar indivíduos obesos e sarcopênicos, uma vez que o aumento de gordura corporal e estabilidade do peso dificilmente suscitam interesse sobre a perda muscular. Nesta população, tanto obesidade quanto sarcopenia, se associaram a limitações funcionais, incapacidade e maior número de quedas, particularmente no sexo feminino (KAMEL et al, 2002).
A população sarcopênica e obesa (S-O) tinha alto risco para três ou mais incapacidades físicas quando comparados aos somente sarcopênicos (S) ou somente obesos (O). Entre os homens, o risco foi de 8,7 (S-O) versus 3,8 (S) versus 1,3 (O). Nas mulheres, foi de 12 (S-O) versus3 (S) versus 2,2 (O) (BAUMGARTNER, 2000). À medida que a população envelhece, torna-se cada vez mais evidente a necessidade do estudo dos fatores associados à sarcopenia, visto que melhores e mais eficazes estratégias e intervenções de prevenção e tratamento poderão ser desenvolvidas para minimizar a incapacidade e otimizar a independência de idosos. (SILVA, 2006).
A aprendizagem motora é o ato ou efeito de aprender, com a evolução das pesquisas em comportamento motor. Houve grandes descobertas de fundamental importância para o processo de aprendizagem motora, em meados da década 70 com o aparecimento da abordagem de processamento de informações que teve como ênfase entender os fatores cognitivos entre estímulo - resposta. Á vista disto a abordagem de processamento de informação entende o ser humano como um processador de informação, de maneira que se realiza o inicio da operação quando ocorre um estímulo, estímulo esse que é processado em vários estágios tendo como “resultado” a resposta. (WRISBERG, SCHMIDT, 2001).
Ainda de acordo com Wrisberg e Schmidt (2001) ao ocorrer o processo de estímulo partindo de uma informação externa é possível dá-se início então a três fases.
Na primeira fase a identificação do estímulo é feita através de uma percepção sensorial (visão, tato, audição) e o receptor interpreta-o. O resultado é considerado como uma representação da informação ambiental. O segundo estágio, o receptor absorve informações e decide se alguma resposta deve ser dada. Ocorrendo, seleciona-se o movimento adequado, havendo assim neste estágio uma tradução de várias classes que ocorre entre o estímulo sensorial que foi identificado. O terceiro estágio entende-se como, após a decisão de qual movimento será feito, esta informação é encaminhada para o processo de programação da resposta, que por sua vez tem como função organizar o sistema motor para produção do movimento desejado para um melhor desempenho no seu desenvolvimento motor.
O treinamento mental é muito usado em estudos para constatar sua eficácia na aprendizagem motora. Entretanto, Richardson (1967) observou, em revisão de estudos desenvolvidos entre 1936 e 1963, que um tempo prolongado na prática mental foi prejudicial ao desempenho do esportista. Nesse caso, foi proposto um tempo máximo de cinco minutos sem pausa para descanso. Feltz e Landers (1983) observaram uma melhora no desempenho de atividades cognitivas após um período de curta duração. Entretanto, em práticas motoras foi identificado melhora somente após um longo período de duração no treinamento mental. Embora vários estudos terem investigado o tempo de duração, Etnier e Landers (1996) sugerem que a quantidade de prática pode ser uma variável mais importante que tempo de duração.
Assim, com base no exposto, este trabalho se justifica pelas contradições nos resultados de estudos anteriores sobre o uso da imagética mental como recurso para a melhoria do gesto motor e, até onde temos conhecimento, pela ausência de trabalhos que avaliem os efeitos da prática mental na precisão de idosos. Além, de verificar a real eficácia desse método treinamento na precisão manual dos idosos.
Revisão Bibliográfica
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