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AVARIAÇÃO DA QUANTIDADE E QUALIDADE DE SEMENTES DE QUATRO ESPECIES DE MYRTACEA EM RELAÇÃO A DISTÂNCIA DA PLANTA MÃE EM FLORESTA OMBRÓFILA MISTA, CAMPOS DE JORDÃO, SP

Por:   •  1/12/2018  •  2.608 Palavras (11 Páginas)  •  349 Visualizações

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Myrtaceae é uma família pantropical, que ocorre na região dos trópicos (Wilson et al. 2005) com aproximadamente 132 gêneros e 5760 espécies (Govaerts et al. 2015). As características principais da família são: folhas inteiras com glândulas de óleo, floema interno, pontuações guarnecidas nos vasos xilemáticos, ovários semi-ínfero a ínfero e estames geralmente numerosos (WILSON et al. 2001). No Brasil, é constituída por 23 gêneros e 990 espécies (Sobral et al. 2015). A tribo mais rica da família é a Myrteae (Lucas et al. 2005), encontrada em regiões tropicais e subtropicais, e atualmente está classificada em grupos informais ao redor dos gêneros Plinia L., Myrcia DC., Myrceugenia O. Berg, Myrteola O. Berg, Pimenta Lindl. e Eugenia L. (Lucas et al. 2007). Segundo Staggemeier, Morellato e Galetti (2007) as flores de Myrtaceae são polinizadas principalmente por abelhas e seus frutos carnosos são procurados por diversas espécies de frugívoros, sendo um importante recurso para a manutenção dos animais na Floresta Atlântica. A floração de Myrtaceae está intensamente relacionada com a temperatura sendo claramente sazonal, ocorrendo na maior parte do ano, exceto nos meses de julho e agosto. Já o padrão de frutificação não é sazonal, por conseguinte é possível encontrar frutos maduros durante o ano inteiro (Staggemeier, Morellato e Galetti, 2007).

3. Procedimentos metodológicos

Área de Estudo

A área de estudo localiza-se no bairro de Umuarama, município de Campos do Jordão, Estado de São Paulo, no médio Vale do Paraíba na Serra da Mantiqueira, com as coordenadas centrais 22°45'S e 45°35'W, possui uma altitude média de 1.800 metros e com extensão de 1.110.000 de metros quadrados. Estando na Área de Proteção Ambiental Campos de Jordão (Robim & Pfeifer 1989). A área pertence ao Instituto Presbiteriano Mackenzie sendo utilizada como Colônia de Férias com uso restrito a funcionários e pessoas autorizadas, e também para a realização de saídas a campo de determinadas disciplinas do curso de Ciências Biológicas da Universidade Presbiteriana Mackenzie. A propriedade possui uma pousada, um laboratório de pesquisa e algumas poucas casas em pontos específicos, além de trilhas dentro da vegetação.

O local de estudo é caracterizado, de acordo ao sistema de classificação da vegetação brasileira do IBGE (2012), como fragmento residual de Floresta Ombrófila Mista, correspondente a Floresta Alto Montana, localizada acima de 1000m de altitude. (IBGE 2012). Apresenta predominância de Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze, que se destaca do dossel normal da floresta.

Espécies de estudo

As espécies que serão estudadas pertencem à família Mytaceae, sendo elas: Eugenia dodonaefolia Cambess; Myrceugenia rufescens (DC.) D.Legrand & Kausel; Myrcia splendens (Sw.) DC e a Pimenta pseudocaryophyllus (Gomes) Landrum. Todas as 4 espécies são arvores terrícolas e endêmicas do Brasil. Eugenia dodonaefolia e Myrceugenia rufescens são exclusivas da região sul e sudestes do pais, já a Myrcia splendens (Sw.) DC e a Pimenta pseudocaryophyllus ocorrem na maioria do território, de acordo com Flora do Brasil 2020. A escolha das espécies foi feita por já se ter o conhecimento da presença das mesmas na área de estudo.

Amostragem

A amostragem envolve a Identificação das espécies, Montagem dos Coletores, Coleta e Identificação dos diásporos.

A identificação das espécies objeto, será feito através de chaves de identificação dicotômica através das características gerais da árvore como folhas, tronco, flores e frutos. Também serão comparados os caracteres de amostras com as espécies já obtidas na área e já identificadas que estão incorporadas no Herbário MACK. As árvores identificadas serão demarcadas com uma placa de metal junto a um número de reconhecimento, o mesmo terá informações sobre a espécie e localização da árvore.

Para a coleta de chuva de sementes serão utilizados coletores quadrados de 1,0m² suspensos a 80 cm do solo, para evitar a entrada de animais de pequeno porte, construídos em PVC e tela de nylon com malha de 1mm. Serão distribuídos 3 coletores a cada 25m em uma linha reta partindo da arvore mãe em uma direção escolhida, preferencialmente para uma área com ausência da mesma espécie que a árvore mãe. O primeiro coletor será posicionado abaixo da copa da árvore mãe. Esse procedimento será repetido em 4 indivíduos de cada espécie, gerando 12 coletores por espécie e 48 dentro da área de estudo selecionada.

A coleta será feita a cada dois meses, todo o material depositado nos coletores será retirado e levado para o laboratório para secagem e triagem. As sementes serão separadas de acordo com o seu tamanho e suas características morfológicas para posterior identificação. Para cada coletor será anotado o número total de sementes de cada espécie ou morfotipo encontrados permitindo um acompanhamento da variação temporal na chegada de sementes.

A identificação dos diásporos será realizada através de comparações morfológica com um diásporo controle já obtido da planta mãe de cada espécie. Os frutos serão submetidos ao processo de beneficiamento (despolpamento, lavagem em água corrente e secagem), utilizando-se os procedimentos indicados para cada espécie, descritos por Lorenzi (1992) e Silva et al. (1993).

Germinação e Avaliação

Todas as sementes serão colocadas para germinar para auxiliar a identificação das espécies e consequentemente da própria semente, e para avaliar a qualidade da semente. Será utilizando como substrato o papel para germinação do tipo Mata Borrão ou germitest. qi As sementes sobre duas folhas de papel germitest serão colocadas em caixas do tipo Gerbox e colocadas na câmara de germinação. A câmara utilizada será a Câmara de germinação TE-4013. A quantidade de agua, temperatura e luz será controlado de acordo com as Regras para Análise de Sementes - RAS (BRASIL, 2009). O volume de água será em quantidade equivalente a 2,0-3,0 vezes o peso do substrato. A temperatura será de 25°C de acordo com SILVA e AGUIAR (1998) que declaram que a faixa entre 20 e 30 ºC é a mais adequada para germinação das sementes da maioria das espécies tropicais e subtropicais. A luminosidade será de oito horas a cada ciclo de 24 horas de acordo com a RAS (BRASIL, 2009).

As sementes de cada coletor serão colocadas para germinar separadamente em uma caixa Gerbox e

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