A IMPORTÂNCIA DA EXPERIMENTAÇÃO ANIMAL
Por: Evandro.2016 • 1/5/2018 • 3.816 Palavras (16 Páginas) • 356 Visualizações
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O primeiro processo de experimentação cientifica que utilizou animais em um determinado sistema, pode ter sido realizado por William Harvey, lançado em 1628, tendo como título “Uma Dissertação Anatômica Sobre o movimento do Coração e do Sangue em Animais”, o autor apresenta resultados experimentais abordando a fisiologia da circulação realizado em mais de 80 diferentes espécies animais, realçando que a partir da vivissecção de animais toda a elaboração do organismo humano foi modificada.
François Magendie (1783-1855) foi classificado um pioneiro nas experimentações que caracterizam esse século. Os experimentos feitos por Magendie retratam em grande parte a idealização do plano cartesiano, sendo assim não levavam em conta o sofrimento do animal, pois era visto como uma máquina.
Junto de seu trabalho, Mangendie mantém uma sucessão com Claude Bernard, médico fisiologista e francês. Ao contar as razões filosóficas e cientificas fornecidas por Bernard, que atualmente é considerado o maior fisiologista de todos os tempos, a vivisseção passou a ser institucionalizada, termo para descrever tanto o processo, quanto os prejuízos causados a seres humanos pela aplicação opressiva ou corrupta de sistemas de controle sociais, médicos ou legais inflexíveis. Bernard alegava que para realizar o estudo de um dado parâmetro no organismo, era necessário que as outras variáveis deveriam ser mantidas constantes, com isso, forneceu as bases da pesquisa experimental moderna. De acordo com ele “A experimentação animal é um direito integral e absoluto. O fisiologista não é um homem do mundo, é um sábio, é um homem que está empenhado e absorto por uma ideia científica que prossegue. Não ouve o grito dos animais, nem vê o sangue que escorre. Só vê a sua vida e só repara nos organismos que lhe escondem problemas que ele quer descobrir” e: “O sábio só deve preocupar-se com a opinião dos sábios que o compreendem, só tirar regras de conduta da sua própria consciência”. Suas afirmações já tinham objetivo de responder às críticas que se expandiam sobre à vivissecção, devido o elemento científico e a prática do uso de animais obtinha estímulo e até então havia uma atmosfera filosófica propícia.
Os conceitos da medicina experimental determinado por Bernard, baseavam-se em duas hipóteses: que toda ciência biomédica vem do laboratório e que todo experimento laboratorial biomédico legítimo são os experimentos realizados em animais. Desta forma, Bernard estabeleceu o “paradigma” 12 da medicina moderna, que tem como elemento primário a experimentação animal. Apresentando argumentos detalhados do seu ponto de vista, a necessidade de estudar animais intactos e não apenas nas partes, esclarece a questão da diferença entre as espécies, e ainda alerta para o fato de que as diferenças entre espécies são de valores exatos, deste modo, as descobertas de uma espécie podem ser aplicadas em outra.
Apesar de que as considerações de Bernard tenham sido dominantes, tanto em questões morais quanto científicas, é também no campo cientifico que se pode observar alguns cientistas preocupados com o sofrimento animal, ainda que um pouco antes de Claude Bernard. Foi declarado por Robert Boyle (1627-1691) e Robert Hook (1635-1703), que utilizavam animais em seus experimentos, perceberam intenso sofrimento.
Com isso iniciou a divergência de ideias sobre o uso de animais, que ao entrar no século XIX, onde a experimentação animal crescia, existia a preocupação com o bem-estar animal presente na área científica. O neurologista Marshall Hall, em 1831, escreveu os conceitos nos quais os experimentos fisiológicos deveriam se originar para que a ciência fisiológica pudesse diminuir incertezas e crueldade, então pudesse ter a concepção de um ramo importante da pesquisa cientifica. Nestes conceitos contém a ideia de apenas efetuar experimentos quando apenas a observação não for eficaz de apresentar as respostas, para que assim pudesse ser evitada a repetição desnecessária do sofrimento animal. Apesar de que Marshall Hall não tenha utilizado a expressão “alterativas”, pode ser conhecido como um dos primeiros cientistas a se perturbar com esta questão.
E neste mesmo período (1984) surge a primeira sociedade protetora de animais (Society for the Prevention of Cruelty to Animals - SPCA, atualmente RSPCA) aspirando a atuação em variadas áreas da questão animal, mesmo que fizesse contradição ao ato de vivissecção, assumia que alguns experimentos eram justificáveis, necessitando ser orientado de modo “humanitário”. A realidade é que, já nesta época na Inglaterra, a questão sobre a utilização de animais colaborou com a iniciação da primeira lei que tinha como objetivo regularizar a experimentação animal. Com isso, diversas outras instituições protecionistas foram fundadas, muitas legislações surgiram em outros países, na área cientifica e filosófica o debate foi crescendo e se alterando ao longo do tempo.
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Biotérios
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Biotério de criação
Biotério de criação é o local onde se encontra as matrizes reprodutoras de diversas espécies de animais, com o intuito de controlar e definir, antes dos experimentos, a saúde do animal, o ambiente empregado, carga genética, tornar o animal dócil, alimentação adequada e outros fatores que podem ocasionar em estresse, interferindo no resultado de pesquisas.
Os animais encontrados nos biotérios não possuem nenhum contato com o meio externo, sendo uma das características dos biotérios o isolamento, já que a microbiota bactéria) presente no ar e nos seres vivos pode entrar em contato com os animais de laboratório, podendo ocorrer uma alteração nos processos científicos, assim como a alteração do ambiente pode causar estresse nos animais. Além disso, um animal que ocasionalmente tenha contato com o meio externo e/ou adoeça deve ser descartado, por meio de eutanásia ou ser liberto, pois o mesmo pode causar resultados inesperados nas pesquisas.
Para que esse propósito seja atingido, a estrutura dos biotérios deve ser adequada, sendo especificamente construída para tal fim, é necessário também profissionais treinados para garantir o conforto e saúde do animal, garantindo êxito nas pesquisas.
Nos biotérios existem diferentes modelos animais para serem feitas as pesquisas, por exemplo, modelos de câncer e gastrite. Com esses animais é possível
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