Resumo do livro de Arthur Schopenhauer – Como vencer um debate sem ter razão

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§ 5º

...a dialética (processo ou arte em que se busca a verdade por meio da argumentação e/ou da discussão que, feitas através do raciocínio, tem por objetivo demonstrar alguma coisa). A dialética não vai provar, sugerir, comparar, negar ou dizer o oposto, classificar, selecionar e descobrir. A dialética vai descobrir os dados que faltam sem seguir a linha do raciocínio.

§ 6º

Schopenhauer de forma severa opõem as duas artes que Aristóteles tinha como sólidas, sendo que seu verdadeiro alvo era Hegel, a quem queria atingir pelas armas de Aristóteles.

§ 7º

Schopenhauer recusando a racionalidade-dialética acabou por atacá-ça justamente pela dialética negando o poder do método.

RESUMIR PÁGINAS 187 A 194

38 Estratagemas

Quando não soubermos contra-argumentar uma tese do nosso adversário devemos fazer no primeiro momento a distorção da tese do adversário e no segundo momento atacamos essa distorção e não a própria tese, e ao contestar a distorção vai se dar a impressão para a platéia de que eu ataquei e venci toda a tese refutando aquilo que foi distorcido por mim mesmo. Schopenhauer chama de 3 nomes diferentes este estratagema – [Ampliação indevida] – [Homonímia sutil] – [Mudança de modo], estas 3 tem o mesmo objetivo. Aqui não se bate de frente com a tese, e sim com distorção dela.

1 [Ampliação indevida]

Consiste em ultrapassar os limites da afirmação do adversário, interpretando-a do modo mais geral, tomando a afirmação no sentindo mais amplo possível de forma exagerada. E em contra partida deve-se restringir ao máximo a própria afirmação no sentido mais estrito e estreito possível, pois quanto mais geral e ampla uma afirmação é, mais suscetível a ataques se torna, por conseguinte quanto mais restrita for uma afirmação, mais difícil se torna de refutá-la. O antídoto é a exposição precisa dos pontos que se debatem. (A primeira informação pode ser ainda mais restringida).

EXEMPLO [Ampliação indevida]

Pega-se a tese do adversário que diz respeito a um assunto particular, e então ela deve ser generalizada distorcendo-a, atacasse aqueles casos que não estavam compreendidos na tese, mas que dada a generalização foi possível atacar.

– Um sujeito diz que é a favor da legalização da maconha, porque esta planta tem fins medicinais. Mas você não sabendo como argumentar esta tese que seu adversário trouxe a baila distorça-a. Após a distorção do que foi dito pelo seu oponente, ataque esta distorção.

- Perguntasse ao adversário se ele já pensou nos efeitos que terão na sociedade a partir da legalização das drogas? Note que a distorção aqui foi a seguinte: seu oponente falou de uma droga específica que neste caso é a “maconha”, que a legalização dela deve ser usada somente para fins medicinais, como já provado cientificamente os seus benefícios em tratamentos inclusive de câncer. Não se falou nada de consumo da maconha como uma droga para os viciados, mesmo este produto sendo classificado como uma droga e portanto se trata de algo ilícito, mas não se trata de legalizar todas, mas sim uma específica.

- Como você não sabe contra argumentar, você faz uma ampliação indevida do tema em destaque usando de uma lógica conceitual concatenada partindo do pressuposto que como seu oponente falou de uma legalização de algo que é ilícito como a maconha, e esta está, inserida no “roll” de conceito sobre droga, liga-se as demais drogas que fazem parte deste mesmo “roll” e ampliando de forma generalizada o que foi dito, inclui a idéia de que por trás dessa legalização da maconha para fins medicinais estariam também a intenção de legalizar as demais drogas, e incluindo nessa mesma linha de pensamento os problemas sociais de saúde principalmente, dando a idéia de que seria um grande problema do setor público em gerir as conseqüências advindas de uma legalização das drogas. Trás a idéia que terão mais viciados e que estarão espalhados por todos os lados como uma epidemia, e que por conta disto traria mais problemas sociais como aumento da criminalidade, da violência, geraria mais gastos com a saúde pública, etc.

A distorção neste caso está em que seu oponente diz estar a favor da legalização da “maconha” para medicina, e não é a favor das demais drogas, mas que por sua vez como a “maconha” é uma droga, faz-se uma generalização da tese de forma a distorcer a fala do oponente mostrando que como a “maconha” é uma droga, ele estaria também a favor da legalização das outras drogas, sendo que na verdade não é isso que o oponente disse.

Portanto eu executei a [ampliação indevida], pois ampliou o conceito de um dos gêneros de droga que é a maconha, para todos os outros. Note que a resposta dada não tem nada haver com as propriedades medicinais da maconha.

Outro exemplo neste sentido é o político “fulano de tal” que é corrupto, mas generalizando diz-se que todos os são.

2 [Homonímia sutil]

Homonímia é a igualdade de palavras com diferentes significados, ou seja, homonímia são dois conceitos designados pela mesma palavra. Usa-se a fim de, estender a afirmação apresentada, que fora a identidade de nome, pouco ou nada tem em comum com o que se está falando, só se identificando as palavras iguais. Refuta-se veementemente a última afirmação de forma a dar a impressão que refutou a primeira.

Note que as homonímias que são óbvias ou ficam claras, não vão enganar ninguém, a homonímia tem que vir acompanhada de sutileza para poder enganar.

EXEMPLO [Homonímia sutil]

As palavras “agudo” e “alto” em relação ao corpo e audição.

Outro exemplo é uma pessoa que diz:

- “Eu sou a favor das olimpíadas no Brasil, porque com as olimpíadas nós poderemos atrair patrocinadores que melhorarão o esporte nacional”. Pois bem, você não sabendo o que responder diz:

- “O esporte brasileiro deveria ser a cultura”.

Veja que na primeira afirmação fala-se de patrocinar o esporte, ou seja, investir em material para os atletas, como uniformes completo, incluindo calçados