Resenha de Criminologia – Dos Delitos e das Penas
Por: Salezio.Francisco • 24/12/2018 • 4.698 Palavras (19 Páginas) • 474 Visualizações
...
O autor comenta sobre a importância da impressa nesse caso visto que divulgaria as leis para todos com uma linguagem acessível, tal como ocorreu a tradução da bíblia por Martinho Lutero.
VI- Da prisão
Cesare Beccaria critica inicialmente o sistema criminal e jurisprudencial pois outorga-se poderes aos juízes para prender indivíduos sem critérios pré-estabelicidos, levando a tirania. Em vez de justiça, é mantida a ideia que a força e o poder controlam os julgamentos.
Para o autor, a lei deve definir em que situações haverá o aprisionamento do indivíduo e submetido ao interrogatório, evitando assim decisões totalmente dependentes da opinião do magistrado.
Além de afirmar que nossas leis estão sempre atrasadas em relação a sociedade, Becarria comenta sobre os tipos de prisões, onde prisões militarem manteriam mais a honra de um indivíduo do que uma prisão civil.
VII- Dos indícios dos delitos e das formas de julgamentos
Nesse capítulo nos é apresentado uma forma de se ter a certeza dos fatos em relação ao seus indícios: os indícios dependentes para a existência mutua precisam, necessariamente, da mesma veracidade para possuir maior valor uma vez que, se uma delas apresentar falha, diminuirá a importância do outro fato interligado. No caso dos indícios serem independentes entre si, a falsidade de uma das provas não influenciará na outra ao ser analisada, sendo assim, quanto mais indícios independentes obtiver, maior a certeza do fato ocorrido.
Nos é apresentado o conceito de provas perfeitas e imperfeitas: As primeiras demonstram a total certeza do fato, no caso, a impossibilidade de inocência do acusado, condenando-o sem dúvidas. As segundas, no caso, não deixariam de lado a possibilidade do réu ser inocente. Uma única prova perfeita é suficiente para culpar um indivíduo enquanto são necessárias diversas imperfeitas para confirmar os fato. Porém, se não forem refutadas as imperfeitas, elas se tornam perfeitas para o magistrado.
Por isso há a necessidade da clareza das normas pois caberia ao juiz de somente analisar as provas, constatando somente por meio do bom-senso. Por isso Beccaria exemplifica países onde não há julgamento por juiz e sim pela sorte, trazendo assim a possibilidade do réu ser julgado por seus semelhantes, evitando assim julgamentos preconceituosos ou influenciados por fatores de diferença social.
VII- Das testemunhas
A discussão é iniciada ao se dizer que qualquer homem conectado a suas ideias, cujas suas sensações se conforme a dos demais indivíduos, pode testemunhar. É firmada a importância de selecionar testemunhas que possuam credibilidade tal como as das provas, levando em conta que esse caráter diminui diante fatos como ódio, amor, relações de amizade ou intimidade entre o réu e a testemunha. Por isso há a necessidade de mais de um indivíduo depondo, pois, se houver contradição, ainda prevalece que todo homem é inocente até que se prove o contrário, principalmente em casos mais violentos como assassinatos.
Além disso, a credibilidade pode ser afetada caso o crime de palavra, isto é, somente falado, pois se encontra dificuldades em lembrar o fato na memória e podem ser induzidas para falsos fatos ou se o indivíduo faz parte de uma sociedade privada. Há também a importância de não se desprezar o depoimento do réu mesmo que condenado visto que por sorte de novos fatos, poderá haver alteração da natureza de sua conduta.
VII- Acusações Secretas
As acusações secretas para Beccaria seriam como um abuso manifesto consagrado pela fraqueza de uma constituição de um governo que gera desconfiança entre os indivíduos que delataram e os que suspeitam terem sido denunciados. Esse costume faria que a sociedade se constituísse de falsos e traidores uns com os outros e aumentaria o risco de calúnia ao ser secreto, um dos argumentos usados pelo autor ao demonstrar seu desgosto em relação a esse tipo de delação. O autor defende a publicidade dos atos penais e dos processos penais afim de manter uma transparência e uma devida justiça.
X- Dos interrogatórios sugestivos
O capítulo fala sobre a obtenção de uma confissão ou de provas pelo próprio réu, falando que perguntas as quais levariam a uma resposta direta não são permitidas em interrogatórios pois isso poderia levar o réu dar uma resposta que ponha uma reposta o qual o deixaria a mercê de uma acusação. Beccaria aponta haver uma ligação considerável entre a dor de uma tortura e a indução de uma reposta no interrogatório, por isso considera hipócrita essa proibição pois nada não há nada mais sugestivo do que uma dor infligida a uma pessoa ao ser questionada. O sujeito estaria disposto a inventar uma mentira ou ate confessar um crime, mesmo sem o tendo feito, para fugir de uma tortura ou escapar daquele momento.
Beccaria sugere que se substitua a tortura por esse interrogatório sugestivo porque assim seria mais eficaz.
XI- Juramentos
Na disposição acerca dos juramentos, o autor diz-se contrário a estes destinados a Deus pois fará que o acusado vá contra as leis naturais para se defender e ofenda as leis divinas. Isso faz com que os réus sigam isso somente por procedimentos de formalidade pois temem mais as leis dos homens e suas consequências próximas dos sentidos do que as leis de Deus no momento de seu julgamento.
XII- Da questão ou tortura
No décimo segundo capítulo o autor questiona o uso de tortura durante o processo, utilizando da presunção da inocência do acusado até a determinação de uma sentença contrária a essa afirmação. Para Beccaria, os casos de tortura só tendem a ser desfavoráveis ao inocente que, por não aguentar a tortura, só resta a opção de admitir um crime que não cometeu e, mesmo se aguentar, ficará marcas dos sofrimentos passados. Entretanto, o culpado poderá muito bem aguentar ao se submeter as torturas e ser absolvido ou receber penas menores, tendo então muito mais a ganhar nessa situação. Há certo repúdio a tortura por parte de Cesare e classifica os que apoiam esse modo de obtenção de confissão como "crápulas da carnificina e derramadores de sangue", falando que tais abusos não deveriam ser tolerados "em pleno século XVIII"
Nesse mesmo capítulo foram levantados pontos da tortura feita pela igreja na santa inquisição, onde
...