Resenha Crítica - Livro Indignai-vos (Stéphane Hessel)

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Mais adiante, aborda o retrocesso vivido pela sociedade do século XXI, mostrando os motivos para se ter esperança, evidenciando as conquistas ocorridas após a Declaração Universal dos Direitos Humanos em 1948, que convoca a todos, diante do cenário atual, para "uma verdadeira insurreição pacífica contra os meios de comunicação de massa, que, como horizonte para os nossos jovens, só sabem propor o consumo de massa, o desprezo aos mais fracos e à cultura, a amnésia generalizada e a competição desenfreada de todos contra todos".

O senhor que aos 93 anos, com a lucidez que lhe trouxe a vivência pessoal do ativismo paramilitar à diplomacia dos direitos humanos, encerra seu chamamento unindo-se a seus pares do Conselho Nacional de Resistência para dizer com afeto àqueles que farão o século XXI: “Criar é Resistir. Resistir é Criar”.

As sábias palavras de Stéphane Hessel nos mostra a riqueza do conteúdo abordado, que serve de norte tanto para o sociedade no geral como para nós como indivíduos, dotados de personalidade e liberdade de escolha. E é aí que ele enfatiza seu discurso: nas escolhas e no posicionamento que o ser humano toma diante dos acontecimentos que estão além de seu universo privado. Ele incita à mudança do indivíduo, para que consequentemente toda a sociedade seja influenciada, e isso é uma proposta atemporal, a qual nunca se mostrará antiquada ou defasada. Olhar o mundo procurando formas de torná-lo melhor foi umas das mais impactantes propostas de Hessel.

E além da indignação descrita na obra, nós vamos além, a proposta deve ser de mudança. É bem verdade que a indignação por si só é capaz de gerar sentimentos positivos, mas só a mudança de fato consegue trazer resultados concretos em nossa sociedade.