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MICHEL FOUCAULT E A IDEIA DO PANÓPTICO – EXPLORAÇÃO DA IMAGEM E CONTROLE SOCIAL

Por:   •  24/11/2018  •  1.321 Palavras (6 Páginas)  •  454 Visualizações

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A adjeção das duas palavras “Controle Social” é uma nominação usada desde a fundação do Estado, por estar e ser necessária a esta organização que exige funcionalismo e ordem. De grosso modo, Controle Social é toda repressão/sanção que exerça poderio sobre o individuo, para que este se adeque aos moldes de convivência social. Para o filósofo inglês Thomas Hobbes, a natureza primitiva do “ser homem” é acentuada por três importantes características – bem descritas em sua obra Leviatã, cap. XIII, 1651 – que expõe essa natureza: primeiramente, a competição o leva a agredir os seus semelhantes por causa de lucro; ademais, a desconfiança que, por “primitização”, o homem sempre enxerga outrem como ameaça; por conseguinte, a glória, reputação, admiração e reconhecimento que almeja possuir no meio que convive. E, por expor essa fraqueza social, de ser vulnerável a condutas desviantes, o ser homem necessita de represália, função social que o controle social exerce.

Por mais reprimidor que o Controle Social pareça ser, este que atua de modo formal por meio de leis estabelecidas que exijam tal comportamento do individuo ou informal, por meio de regras de condutas socialmente reconhecidas e esplanadas, como crenças e costumes. Contudo, ele é responsável por dar ondem à sociedade, caso haja a ausência desse poder, poderia ser desencadeadas demasiadas crises sociais.

Ao trazer as ideiasde Foucault para o século XXI, pode-se constatar o quão atual é o seu pensamento. Não somente sobre a vigilância exercida pelo Estado sob seus tutelados, mas de todos contra todos. Novas ferramentas surgem a cada dia tornando o ato de vigiar mais eficiente, e causando nas pessoas o medo da transgressão do que é considerado normal e bom. Câmeras de segurança, sensores de monitoramento, satélites e até mesmo a internet colaboram na distribuição do amedrontamento, trazendo o pavor psicológico e tendo como consequência a diminuição à desobediência, moldando o comportamento e instruindo o sujeito na sua forma de proceder.

Hoje somos observados constantemente, ou pelo menos temos essa sensação, ao andar nas ruas, entrar em lojas, supermercados, em qualquer lugar e a qualquer momento pode ter alguém nos observando. Foucault trouxe essa ideia de vigilância, pois para ele, era mais fácil vigiar do que punir e a força de onde vem isso é nunca intervir, o observador sempre vai estar ali e o observado vai saber que estar sob vigilância, seria como o programa de reality show Big Brother Brasil, que nos tempos atuais é um bom exemplo do modelo de panóptico, no qual as pessoas são trancadas em uma casa e são observadas vinte e quatro horas por dia e sabem que estão sendo.

A sociedade vive atualmente em um verdadeiro Big Brother em escala global, onde casa passo dado está sendo monitorado, e o convívio com esse tipo de realidade se tornou tão natural que se quer é percebido, inclusive as pessoas se sentem seguras e protegidas, mesmo com a falta de privacidade,sem perceber a verdadeira intenção por trás de tal vigilância. Michel Foucault com seu ponto de vista atravessa a esfera do tempo demonstrando o quão domável e até mesmo domesticável o homem pode ser, indo muito além da coerção aplicada nas prisões,transmudando-se e constituindo o ato de vigiar em verdadeiras armas tecnológicas de poder.

- CONSIDERAÇÕES FINAIS

Michel Foucault se mostra um verdadeiro visionário na sua forma de pensar em sua obra “Vigiar e Punir” (1975), atravessando a esfera do tempo e demonstrando a atualidade de suas ideias. A vigilância tornou-se, sobretudo a nova arma de modificação do comportamento humano, e é utilizada por uma minoria para a manutenção do poder, transvestindo-se assim em algo silencioso, porém muito mais eficaz.

Foucault idealizou o panóptico como modelo gerador de funcionalismo e ordem, não somente para prisões, porém também para escolas, instituições que estimulam o indivíduo a sua evolução, “normatização”. O estudioso foi genial ao implementar e idealizar esse modelo de controle social, haja vista que, assim como para Hobbes, o ser homem necessita de controle social, é necessário temor para haver ordem, para que assim a convivência social tenha progresso, fluidez e equidade.

- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

- Foucault, Michel. Vigiar e Punir, Editora Vozes, 1999

- HOBBES, Thomas. Leviatã. Ed. Martin Claret, São Paulo, 2006.

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