Fichamento:Processo de Produção e Regulação Social (Ronaldo Busnello)
Por: Salezio.Francisco • 8/4/2018 • 4.958 Palavras (20 Páginas) • 430 Visualizações
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Da submissão formal à submissão real
1.2.1.1 A submissão formal e a cooperação simples
“O ponto de partida do modo capitalista de produção é a chamada acumulação primitiva, pois “[...] um dos pressupostos do trabalho assalariado e uma das condições históricas do capital é o trabalho livre e a troca de trabalho livre por dinheiro, com o objetivo de reproduzir o dinheiro e valoriza-lo.” Daí por que a eliminação de todas as restrições legais impostas a liberdade do trabalhador se encontre habitualmente na historia como uma das primeiras condições do sistema salarial. (P. 47)
“Com o feudalismo, pela primeira vez na história, surge a cidade produtiva, fundando um novo padrão de divisão social do trabalho entre o campo e a cidade. [...] De um modo geral os servos produziam em pequena escala os bens para a satisfação de suas próprias necessidades essenciais, contando para isso com a ajuda da força de trabalho familiar. Não sendo juridicamente livres estavam privados do direito de propriedade. ” (P.48)
[ Esse novo padrão de divisão social do trabalho se deu através do artesanato nas cidades que ocorriam por cooperativas e no campo ainda havia a presença de agricultores, mas em pequena produção. No feudalismo, também, o servo daria ao senhor aquilo que excedesse o básico para a sobrevivência da família, já que fazia uso das terras do senhor.]
“É, pois, inquestionável que a servidão representava uma maneira que o senhor feudal tinha de tirar proveito de seus próprios meios de produção, enquanto que para os servos essa situação constituía a única maneira de prover seu próprio sustento. ” (P.51)
[ Ter escravos era um gasto grande, pois além de compra-los, alimentá-los e arcar com as despesas caso ele viesse a adoecer além da perca nas jornadas de trabalho. Os servos por outro lado não eram comprados, trabalhavam e se sustentavam por meio dele, e se viesse a adoecer ou até morrer, a família era a responsável pela divida. ]
“[...] percebe-se que a estrutura social urbana refletia a do campo em vez de com ela contrastar. A unidade básica de produção era a oficina de artesão, onde a força de trabalho não era maior do que a do estabelecimento camponês médio.” (P.53)
“O capital comercial, a competição e a ampliação do mercado consumidor, todavia, começam a desagregar a estrutura organizacional e produtiva dos artesões. Os trabalhadores continuam organizador corporativamente e individualmente, efetuando o trabalho por completo, porém a qualidade e a quantidade da produção passam a ser determinadas exteriormente, por encomendas do comerciante, que passa a fornecer a matéria prima.” (P.54)
[ O capital comercial começa a mudar a organização do processo de trabalho para obter mais produção, sendo necessário ir contra as cooperativas, resultando uma crise no feudalismo. Com essa separação dos produtores de seus meio de produção é que se vai dando início ao sistema capitalista: iniciou um processo de expulsão dos camponeses da área rural para as cidades (fato conhecido como Fechamento de Terras) e fim das cooperativas, ou seja, fim das “industrias domiciliar”. Surge a classe burguesa que se apropria dos meios de produção e de subsistência, acumulando capital sob a forma de dinheiro tornando esses meios caros. Tal realização se torna concreta com a Primeira Revolução Industrial, ocorrida no sec. XVIII. Para encerrar este processo de início do sistema capitalista, a força de trabalho passa a ser vendida como mercadoria, fazendo com que a classe dominada, venda-a para que possa viver.]
“Sob o reino da cooperação simples, ponto de partida da produção capitalista, não ocorre efetivamente mudança substancial no processo de trabalho, pois se trata simplesmente da “[...] atuação simultânea de grande número de trabalhadores, no mesmo lugar, ou, se se quiser, no mesmo campo de atividade, para produzir a mesma espécie de mercadoria sob o comando do mesmo capitalista.” A cooperação reside unicamente na coordenação dos processos de trabalho fundados sobre o oficio tradicional, que se encontram reunidos sob a autoridade de quem detém o capital e concentra a capacidade de decidir sobre a produção de mercadorias. ” (P. 57)
[ Esse tipo de produção requer que os meios de subsistência dos trabalhadores sejam dispostos por capitais, que sejam concentrados a maioria dos meios de produção esteja nas mãos dos capitalistas e que não houvesse nenhuma contração que impedisse ao individuo de dispor de sua força de trabalho.]
1.2.1.2 A divisão do trabalho na manufatura e na sociedade
“No estágio da manufatura a submissão formal continua, pois o processo do trabalho segue sendo o oficio tradicional, porem a cooperação se apresenta complexa e superior graças a divisão do trabalho.[...] A manufatura é definida como a forma de cooperação que se fundamenta na divisão social do trabalho e cuja base é a produção artesanal.” (P. 59)
[ A manufatura se divide em duas formas: podem ser produzidos em grupo, ou seja num mesmo local e cada um faz uma parte do processo ou individualmente, onde um só trabalhador executa todas as etapas. O que decide de que maneira vai ser produzido tal produto são circunstancias como fornecimento de quantidade e prazo. A manufatura impulsiona ainda mais o jeito capitalista, sua divisão concentra os meios de produção e os assalariados. Inicialmente, os primeiros empresário-comerciantes reunia todos os trabalhadores em uma fábrica para ter maior economia e vigia-los, a partir daí se introduz uma maneira de disciplina-los através de regulamentos: não podiam levar vinho, não podiam deixar as atividades em horários de trabalho, as jornadas eram de 14 a 18 horas e até assinar livros de ponto.]
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1.2.1.3 A submissão real e a divisão técnica e social
“[...] a submissão real implica a regulamentação prévia do horário mínimo de trabalho, agora estabilizado e diretamente relacionado com o processo produtivo
em estreita articulação com os horários de repouso e alimentação, pois a intensificação relativa do uso da força de trabalho propicia trabalho ininterrupto diurno e noturno com tendência a pequenos intervalos para repouso e alimentação. ” (P.70 e 71)
[ O conjunto de finalidades ao ser colocado em grandes industrias, normalmente detalha-se dentro da divisão do trabalho na unidade produtiva, acompanha ao lado as mudanças na divisão do trabalho na sociedade. A maquinaria é mais viável que a manufatura, pois aumenta a produtividade das industrias, fazendo com que o ramo da maquinaria se expanda a novas industrias.
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