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A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA NO PROCESSO DE INCLUSÃO SOCIAL

Por:   •  1/5/2018  •  3.212 Palavras (13 Páginas)  •  359 Visualizações

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A Educação Física oferecida na escola regular, por muito tempo esteve associada ao esporte, especialmente àquele com bola e vinculada à competição. Este tipo de esporte tem suas vantagens, pois é, em sua maioria, coletivo, o que favorece a socialização das crianças e sua interação com o meio, contudo, estimula as desavenças relacionadas aos resultados obtidos. A Educação Física esperada e que se tem hoje é aquela que realiza atividades mais completas, planejadas, com objetivos claros, por meio de jogos de vários tipos e também de muita recreação, o que estimula nas crianças a sua relação com o colega, a cooperação com o outro e também o respeito ao próximo.

Carvalho (1998, p.170) afirma que, o paradigma da escola inclusiva pressupõe, conceitualmente, uma educação apropriada e de qualidade dada conjuntamente para todos os estudantes – considerados dentro dos padrões da normalidade com os com necessidades educacionais especiais – nas classes de ensino comum, da escola regular, onde deve ser desenvolvido um trabalho pedagógico que sirva a todos os indivíduos, indiscriminadamente. Sendo assim, o ensino inclusivo é a prática da inclusão de todos, independente de seu talento, deficiência (sensorial, física ou cognitiva), origem sócio econômica, ética ou cultural.

O posicionamento básico é de que existe um conhecimento teórico e prático sobre a motricidade humana com o objetivo de otimização das possibilidades e potencialidades do estudante para movimentar-se, pois esse conhecimento deverá capacitá-lo para regulação, interação e transformação em relação ao meio em que vive, na busca de uma melhor qualidade de vida. Convém esclarecer-se que quando diz-se regulação está se referindo a um duplo desafio na motricidade humana:

- Operar variáveis comportamentais e fisiológicas que constituem sistemas fundamentais para a qualidade de vida no sentido de um equilíbrio homeostático, ou seja, transformar-se em direção ao que corresponde uma referência vital, fixa;

- Operar essas variáveis em direção às transformações que asseguram formas de interação a uma referência variável no processo de desenvolvimento, isto é, transformar-se em direção ao que corresponde a um equilíbrio do tipo homeorrético, dinâmico.

FREDENHEIM (1993) enfatiza que a interação e a transformação podem ser exemplificadas quando, por exemplo, as condutas motoras estão fundamentadas na compreensão dos princípios biomecânicos que regulam a postura corporal. Carregar ou levantar um objeto pesado bem próximo ao corpo ao invés de fazê-lo distante do mesmo, tem a finalidade de minimizar a sobrecarga para a coluna, pois com este procedimento o braço de alavanca será menor quanto mais próximo do corpo estiver o objeto. O aspecto importante da aplicação deste conhecimento é a possibilidade do estudante poder analisar as condutas motoras presentes no mundo do dia-a-dia, ou na adequação de programas de atividades motoras e treinamento esportivo. Ainda nesse sentido, pode-se relacionar a interação e transformação no sentido de uma melhor qualidade de vida, podendo usufruir, como participante ou espectador, das expressões da cultura de movimento e reivindicá-las como um direito do cidadão e dever do Estado oportuniza-las.

Como respostas sócio afetivas apresentam-se frequentemente o medo de situações e ambientes não conhecidos, in segurança em relação as suas possibilidades de ação física, dependência, apatia, isolamento desinteressante pela ação prejudicada e dificuldade no estabelecimento de relações básicas do seu “eu” com as pessoas e com o ambiente. A limitação na captação de estímulos, assim como a falta de relação causam uma defasagem a nível cognitivo, que tem como característica básica a dificuldade de formação e utilização de conceitos.

Com base nos Parâmetros Curriculares Nacionais de Educação Física para o Ensino Fundamental (BRASIL, Ministério do desporto, 1997) expressam, em seus objetivos gerais, a expectativa que os alunos sejam capazes de:

- Participar de atividades corporais, estabelecendo relações equilibradas e construtivas com os outros, reconhecendo e respeitando características físicas e de desempenho de si próprio e dos outros, sem discriminar por características pessoais, físicas, sexuais ou sociais (p.43);

- Participar de diferentes atividades corporais, procurando adotar uma atitude cooperativa e solidária, sem discriminar os colegas pelo desempenho ou por razões sociais, físicas, sexuais ou culturais (p.63);

- Participar de atividades corporais, reconhecendo e respeitando algumas de suas características físicas e de desempenho motor, bem como as de seus colegas, sem discriminar por características pessoais, físicas, sexuais ou sociais (p.71);

- Conhecer, valorizar, apreciar e desfrutar de algumas das diferentes manifestações de cultura corpórea, adotando uma postura não-preconceituosa ou discriminatória por razões, sexuais ou culturais (p.72)

Historicamente, a origem da participação de pessoas deficientes que apresentam diferentes e peculiares condições para a prática das atividades físicas ocorreu em programas denominados de ginástica médica, na China, cerca de 3 mil anos a.C. (GORGATTI; COSTA, 2005)

Nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN, 1997), no volume de Educação Física, aborda-se que, com relação às dificuldades, alguns cuidados sejam tomados, pois existem diferentes tipos e graus de limitações, que requerem tipos de procedimentos específicos. Por muitas vezes é necessário que haja orientação médica e a supervisão de um especialista, com necessidade de segurança e adaptações, para que todos os alunos possam participar, indistintamente.

Conforme o PCN (1997), a aula de Educação Física pode favorecer a construção de uma atitude digna e de respeito próprio por parte da criança que apresenta a dificuldade, e a convivência com ela pode possibilitar a construção de atitudes de solidariedade, de respeito, de aceitação, sem preconceitos. Tendo como referência a diversidade que as crianças apresentam em relação às competências corporais, um outro aspecto a ser considerado na organização das atividades deve ser o de contemplar essa mesma diversidade valorizando as diferenças. Ao distribuir, ao longo do planejamento, atividades com ênfase nas capacidades de equilíbrio, força, velocidade, coordenação, agilidade e ritmo de forma equitativa, ou que exijam que diferentes habilidades sejam colocadas em prática, o professor viabiliza que as características individuais sejam valorizadas (PCN, 1997, v.7, p.59).

O fator essencial no uso de exercícios terapêuticos

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