Essays.club - TCC, Modelos de monografias, Trabalhos de universidades, Ensaios, Bibliografias
Pesquisar

Análise do livro Antígona

Por:   •  2/3/2018  •  3.692 Palavras (15 Páginas)  •  398 Visualizações

Página 1 de 15

...

3.2. Crime de corrupção….........................................................................................10

3.3. Prisão em flagrante delito....................................................................................11

3.4. Rito procedimental subsequente à prisão – interrogatório do réu.......................12

3.5. Publicidade da norma..........................................................................................13

4. CONCLUSÃO........................................................................................................14

5. REFERÊNCIAS......................................................................................................15

1. INTRODUÇÃO[pic 13]

A obra escrita por Sófocles denominada Antígona expõe claramente as características da tragédia grega utilizada por diversos autores daquela época. É composta por uma personagem heroína que desafia as leis do rei Creonte (absolutista e autoritário) em nome do formalismo das leis divinas consideradas inalienáveis, tendo ainda como característica o desenho de um conflito entre pessoas de um mesmo convívio social.

O cerne da história inicia-se com a morte dos dois irmãos de Antígona, Etéocles e Polinice, sendo decretado pelo rei Creonte que apenas a Etéocles seria dado o direito de ser sepultado com honras. Já a Polinice, considerado um traidor das leis de Creonte, ser-lhe-ia vedado o sepultamento, sendo decretado que ficaria exposto a própria sorte a fim de ter seus restos mortais devorados por animais.

Com o objetivo de preservar o direito de sepultamento do irmão, Antígona trava uma batalha moral contra o decreto do rei Creonte, desafia suas ordens e concretiza o sepultamento do irmão falecido e devassado pelas ordens reais. Nesse momento percebe-se a “guerra” entre os direitos naturais defendidos por Antígona e os direitos positivos pregados pelo rei Creonte.

O direito natural de todo ser humano é que após a morte seja concretizado o seu sepultamento, mesmo sendo considerado o pior dos homens. Esse direito deriva da essência racional inerente ao homem, possui caráter universal e imutável, sendo afinal uma ideia abstrata ao direito. Em contrassenso a isso o rei dita uma norma (direito positivo) com características jurídicas e que apresentava uma estrutura a ser cumprida, qual seja, não honrar o cidadão morto.

Nesse embate entre o natural X positivo que Sófocles buscou evidenciar a sobreposição das leis divinas em relação às leis humanas, demonstrando inclusive que existiriam punições para os viventes que ignorassem as determinações dos deuses. Após a detida leitura e posterior análise do livro ser-lhe-ão identificadas algumas passagens que denotam características de direitos tanto positivos quanto naturais.

2. DIREITO NATURAL

A teoria do direito natural tem como projeto avaliar as opções humanas com o propósito de agir de modo razoável e bem. Inerente ao homem nato é considerado imutável e eterno, além disso, é regulador do convívio social dos homens e pressuposto de justiça. Partindo dessa premissa destacam-se algumas passagens do texto que evidenciam essas características.

2.1. Sepultamento

“Certamente! Pois não sabes que Creonte concedeu a um de nossos irmãos, e negou ao outro, as honras da sepultura? Dizem que inumou a Etéocles, como era de justiça e de acordo com os ritos, assegurando-lhe um lugar condigno entre os mortos, ao passo que, quanto ao infeliz Polinice, ele proibiu aos cidadãos que encerrem o corpo num túmulo, e sobre este derramem suas lágrimas. Quer que permaneça insepulto, sem homenagens fúnebres, e presa de aves carniceiras.” Pág. 6

Nesse trecho do livro o rei Creonte determina que Polinice não seja sepultado, pois teria morrido como um traidor do reino, não sendo assim merecedor de receber as honras fúnebres.

Ocorre que o direito de ser sepultado advém obviamente de um senso comum repassado a longas gerações e que podemos afirmar que é universal em qualquer sociedade ou cultura. Trata-se de um direito imutável, superior a vontade do Estado e inerente de uma racionalidade humana eivada de conceitos místicos seculares.

A personagem Antígona (irmã de Polinice) estava cumprindo com o seu dever natural e de costume de enterrar um ente familiar, pois foi assim que aprendeu com seus ancestrais. A própria personagem faz a revelação que esse direito é advindo de uma “norma divina”, vejamos:

“...nem eu creio que teu édito tenha força bastante para conferir a um mortal o poder de infringir as leis divinas, que nunca foram escritas, mas são irrevogáveis; não existem a partir de ontem, ou de hoje; são eternas, sim! e ninguém sabe desde quando vigoram!” Pág. 30

Contextualizando esse direito para o ordenamento jurídico atual pode-se afirmar que o direito de sepultamento está intimamente ligado ao direito de personalidade e proteção à dignidade humana que foram firmemente criados após a Declaração Universal dos Direitos Humanos. É inconteste que uma pessoa após falecer deve ser sepultada por seus entes familiares, como é o costume repassado pelos ancestrais e impossível de ser questionado.

2.2. Casamento

“Esposas perversas, para meu filho, eu as rejeito! Tu me importunas, com esse casamento!” Pág. 40

Neste trecho denota-se a presença do casamento que ocorreria entre Antígone e Hémon (filho do rei), no qual após o “suposto crime” cometido pela noiva, o rei não mais aceitaria a consumação do matrimônio.

O ato de casar-se, naquele tempo, possuía características essencialmente naturais (inerentes à personalidade do homem) e não havia um regramento jurídico sobre o assunto. É pressuposto ao ser humano que ele nasce, amadurece, cresce e após isso constitui uma família (através do casamento) para depois morrer. Trata-se de um ciclo de vida normal aos humanos, que costumeiramente é aceito ao longo dos tempos.

No direito moderno, tomando-se por base o Brasil, tem-se uma gama enorme de legislações das mais variadas espécies e assuntos, dessa forma o casamento não ficaria de fora. O Código Civil brasileiro instituiu a partir do art. 1.511 (Livro IV, Título I, Subtítulo I) os direitos positivos do casamento,

...

Baixar como  txt (25.8 Kb)   pdf (77.9 Kb)   docx (26.9 Kb)  
Continuar por mais 14 páginas »
Disponível apenas no Essays.club