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A Evolução do Estado

Por:   •  16/9/2018  •  4.086 Palavras (17 Páginas)  •  306 Visualizações

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- Podemos situar as origens do Direito Administrativo no CAMPO PRÁTICO e NO NORMATIVO.

- No CAMPO PRÁTICO, temos que a origem do Direito Administrativo remonta do célebre julgamento do CASO BLANCO (arrêt Blanco[4]).

- Nesse caso, datado de 1783, uma criança de cinco anos, Agnes Blanco, havia sido atropelada por uma vagonete pertencente à Companhia Nacional de Manufatura de Fumo. O Tribunal de Conflitos, ao apreciar uma espécie de conflito negativo de competência entre o Conselho de Estado e a Corte de Cassação, responsáveis, respectivamente, pela jurisdição administrativa e pela jurisdição comum, fixou a competência do Conselho de Estado para o julgamento da causa, tendo em vista a presença do serviço público naquele caso e a necessidade de aplicação de regras publicistas, diferenciadas daquelas aplicáveis aos particulares.

- Pode-se apontar, então, as seguintes consequências do arrêt Blanco:

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- No CAMPO NORMATIVO, a Lei do 28 pluviose do ano VIII de 1800 é apontada como sendo a “certidão de nascimento” do Direito Administrativo, pois estabeleceu, de forma pioneira, NORMAS DE ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA e de solução de litígios contra a Administração Pública.

- Ensina Odete MEDAUAR, em texto citado não literalmente de DEBBASH:

“...esta lei de 1800 contém, em síntese, preceitos sobre organização administrativa e sobre litígios contra a Administração (...) no tocante à organização, dois princípios a nortearam: hierarquização e centralização; conforme o primeiro, fixou-se de modo claro, pela primeira vez, a separação entre o representante que exerce funções no âmbito político e o funcionário, que atua no setor administrativo, totalmente subordinado àquele; o poder de nomeação e exoneração cabe à autoridade superior, sobretudo ao Primeiro Cônsul (Napoleão), por força da Constituição do ano VIII; conforme o segundo princípio, a organização territorial se uniformizou e simplificou, prevendo-se, ainda em nível local, agentes representantes de poder central, os prefet, também subordinados integralmente a este. Quanto aos litígios, referida lei atribuiu ao Conselho de Estado funções de órgão consultivo, juiz de contestações em matéria administrativa e instância de apelação das decisões tomadas pelos conselhos de prefeitura no âmbito de sua competência para dirimir litígios; evidente que o Conselho de Estado preparava as decisões finais tomadas pelo Primeiro Cônsul, pois nesse período vigorava o sistema de justiça retida”.

O texto de DEBBASCH a que se refere a autora é o seguinte:

"Si la France recherche, depuis 1789, avec beaucoup d'hésitation, sa constitution politique elle a trouvé, en l'na VIII, sa constitution administrative. Celle-ci va régir la France pendant un siècle et demi. Ce nést qu'à l 'époque actuelle que l'on recherchera une nouvelle constitution administrative pour la France, en conservant, d'ailleurs, beacoup des principes posés en l'na VIII. Cette constitution administrative s'organise autour du thème de l'organisation administrative et du thème du contrôle de l'action administrative.

1 / L'ORGANISATION ADMINISTRATIVE

La réorganisation administrative est la consequénce de l'organisation politique. Le Premier Consul, aprés avoir affermi le pouvoir politique, cherche à mettre à la disposition de ce dernier une administration ordonée.

Deux principes commandent cette réorganisation administrative, la hiérarchisation et la centralisation.

A / La hiérarchisation

Elle résulte d'abord de la distinction, pour la première fois clairement faite, entre la notion de représentant et la notion de fonctionnaire. Le représentant exerce ses fonctions dans l'ordre politique, le fonctionnaire dans l'ordre administratif. Le fonctionnaire est étroitement subordonné à l'autorité supérieure. Celle-ci dispose du double pouvoir de nomination et de révocation des agents administratifs.

La Constitution de l'na VIII consacre ce pouvoir de manière étendue au profit du Premier Consul lui-même. Aux termes de l'article 41 de cette Constitution, "le Premier Consul nomme et révoque à volonté les membres du Conseil d'Etat, les ministres, les ambassadeurs et autres agents extérieurs en chef, les officers de l'armée de terre et de mer, les membres des administrations locales et les commissaires du gouvernment prés les tribunaux". Ainsi, tous les membres de l'administration dépendent désormais, soit directement, soit indirectement, du Premier Consul. Cette hiérarchisation très stricte va contribuer à la constitution de l'administration comme corps possédant ses règles propres et soumis strictement, dans l'intérét général, au pouvoir exécutif. "Il faut choisir l'homme qui convient à la place et non la place qui convient à l'homme", affirme Napoléon.

A côté de cette subordination des agents publics à l'autorité centrale, se développe le pouvoir réglementaire.Cellui-ci, jusquálors nié en droit, est consacré officiellement par la Constitution de l'an VIII. Deux articles sont particulièrement importants: il s'agit, d'abord, de l'article 44 selon lequel "le gouvernment propose les lois et fait les règlements nécessaires pour assurer leur exécution". Il s ágit, ensuite, de l'article 54 selon lequel "les ministres procurent l'execution des lois et des reglements d'aministration publique".

Parce que l'équilibre des pouvoirs penche en faveur du pouvoir executif, ces dispositions ne demeurent pas lettre morte. Au contraire, le pouvoir réglementaire va se développer aux dépens des lois, Qui renvoient le plus souvent au règlement. En pratique, de plus, un poivoir règlementaire est reconnu à de nombreuses autorités administratives. Le pouvoir réglementaire devient un moyen essentiel de l'action administrative.

B / La centralisation

La centralisation va de pair avec la hiérarchisation. Elle est une réaction

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