1984: UMA ANÁLISE SOBRE O LIVRO
Por: Sara • 5/12/2018 • 1.814 Palavras (8 Páginas) • 592 Visualizações
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andamento e interesse do Estado, mesmo que essa subversão constitua mentir e desmentir. “Existe a verdade e a não-verdade”, escreveu Winston em seu diário secreto. O protagonista ao lidar com o ofício direto no Ministério da Verdade, ele sabia de todas as nuances e como eram arquitetadas as falácias. A informação adequada já chegava seguida das alterações a serem realizadas.
A obra literária apresenta como as notícias estão sendo manipuladas pelo governo e falsas tanto no texto quanto na edição de imagens. Edição, esta, que se desdobra exatamente no oposto da informação verídica, favorecendo a idéia que o “editor” quer repassar. Não existe preocupação alguma com a veracidade, apenas em captar imagens que caibam como ilustrações para a notícia que o governo quer repassar.
Na obra literária, a passagem de tortura de Winston é seguida deste fragmento: Qualquer coisa podia ser verdade. Eram tolices as chamadas leis naturais. Era bobagem a lei da gravidade. Se eu quisesse, dissera O’Brien, "eu poderia flutuar no ar como uma bolha de sabão". Winston raciocinara. "Se ele pensa que flutua no ar, e se eu simultaneamente pensar que o vejo flutuando, então a coisa de fato acontece. De repente, como um destroço submerso que aflora à tona, um pensamento rompeu-lhe no cérebro: "Não acontece de fato. Nós é que imaginamos. É uma alucinação.
3. BIG BROTHER, PROGRAMA DE TELEVISÃO
O Andamento, então, assim que o Governo ponderava a manipulação da informação. Se eles reproduzissem aquelas informações e arranjassem para as pessoas confiarem que a situação estava, realmente, muito boa, uma forma de alucinação coletiva seria gerada para responder positivamente aos interesses do regime. Pode-se relacionar a questão da edição de imagens com o atual Big Brother, programa de televisão no qual os participantes se submetem à monitoração de câmeras 24 horas.
Sendo recorrente o fato de um ex-participante do programa afirmar que foi prejudicado pela edição de imagens porque só apareciam suas atitudes ruins. A partir do período em que a edição de um apurado vídeo, ou até mesmo um texto, é um recorte feito a partir da visão do editor, o objeto está dominadopor àquele ponto de vista e muito raramente vai expressar uma opinião geral. Outra maneira de induzir a informação foi à invenção de uma língua própria, a Novilíngua, que buscava impedir a expressão de qualquer opinião contrária ao regime. Novilíngua ainda não estava implantada nem finalizada, mas já estava na 10ª edição do seu dicionário. As palavras que não estivessem contidas ali, eram consideradas não-palavras, como mencionou O´Brien. No filme, na hora da refeição, um rapaz, da Delegação da Novilíngua, estava sentado à frente de Winston e afirmou como era bela a destruição das palavras. Segue dizendo, ainda, que o segredo é o mudar da tradução ao pensamento e à reação automática, pois a língua vem da garganta e não da cabeça.
4. 24 HORAS DO GRANDE IRMÃO
Expressa-se, dessa forma, que a completa degeneração do vocabulário afetaria diretamente a incidência dos crimes de pensamento, onde seria tolhido aos indivíduos sequer pensar em ir contra o regime. Então seria, menos ainda, possível de falar e agir contra ele. As teletelas permitiam tanto que a pessoa pudesse assistir a determinada transmissão quanto ser observado pelos sistemas de monitoração 24 horas do Grande Irmão. As transmissões de noticiários pela teletela relatavam sempre crescimento econômico, queda de mortalidade, diminuição de doenças, enfim, notícias que subentendiam que o Governo atuava sempre da melhor forma e, por isso, a cidade estava cada vez melhor.
5. FORMULAÇÃO DE JACQUES WAINBERG
É possível entender os atos arbitrários de violência como algo que não é um fim em si mesmo, mas um meio para um fim cujos beneficiários envolvem atores que não os próprios agentes da repressão.
A afirmação é confirmada com a frase de O´Brien durante a tortura de Winston. “Poder é deteriorar a mente. Não é um modo, mas um fim”. Quanto ao resultado da utilização dos mass media, representada pela teletela em “1984”, Wainberg diz: “A imprensa produz certamente algum efeito no clima de opinião pública e certamente por isso é vista como objeto de disputa pelos atores envolvidos em conflitos políticos. Há, na verdade, uma longa história do uso dos, mas media para animar os fronts interno e externo, de civis e soldados ao mesmo tempo”.
6. O GRANDE IRMÃO ESTÁ DE OLHO EM VOCÊ
A opção de desligar a teletela era um privilégio concedido a poucos, como O`Brien, ou seja, os controladores do poder não precisavam estar monitorados 24 horas, nem eram obrigados a ouvir as notícias construídas, estando, assim, acima das pessoas comuns e fazendo a manutenção da hierarquia. “Sociedade hierárquica só é possível com base na pobreza e na ignorância”, pensou Winston.
“O Grande Irmão está de olho em você”. E está mesmo, literalmente, graças às “teletelas”. Espalhadas nos lugares públicos e nos recantos mais íntimos dos lares, elas são uma espécie de televisor capaz de monitorar, gravar e espionar a população, como um espelho duplo.
7. AS NUANCES DA DISTOPIA A REBELIÃO
A opção de desligar a teletela era um privilégio concedido a poucos, como O`Brien, ou seja, os controladores do poder não precisavam estar monitorados 24 horas, nem eram obrigados a ouvir as notícias construídas, estando, assim, acima das pessoas comuns e fazendo a manutenção da hierarquia. “Sociedade hierárquica só é possível com base na pobreza e na ignorância”, pensou Winston.
“O Grande Irmão está de olho em você”. E está mesmo, literalmente, graças às teletelas. Espalhadas nos lugares públicos e nos recantos mais íntimos dos lares, elas são uma espécie de televisor capaz de monitorar, gravar e espionar a população, como um espelho duplo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O livro
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