Ética 1 professor fernando modeli

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Dentro desse conceito de moral e ética a definição do que é bom ou mau é necessário e de interesses humanos, a razão é colocada como elemento capaz de reprimir paixões, permitindo alcançar prazer e felicidade. E o amor intelectual a Deus é garantia da virtude, em seu pensamento Deus é o único motivo da existência de todas as coisas, ele afirma que os homens tendem naturalmente a pensar em si mesmos e que seus desejos são sempre conduzidos por paixões, sem levar em conta o futuro.

Sendo assim podemos definir que a ética moderna é formada por várias tendências que surgiram nesse campo e embora não seja fácil sistematizar todas as características éticas que se desenvolveram durante esse período, podemos acreditar que a ética moderna segue a tendência antropocêntrica e que atualmente existe a necessidade de uma crítica a todos os valores morais, devendo o homem antes de tudo discutir o valor dos valores e o ambiente em que se formaram e desenvolveram tais valores.

A INFLUÊNCIA DA EVOLUÇÃO DOS CONCEITOS DE “ÉTICA” E “MORAL” NOS POSICIONAMENTOS QUANTO AOS DILEMAS SOCIAIS, COMO OS DIREITOS HUMANOS E MEIO AMBIENTES.

A ética é a reflexão sobre a ação humana geralmente é interpretada com costume essa reflexão abrange tanto a ação humana como indivíduo como também social, já a moral diz respeito às regras que são assumidas por uma pessoa inserida num contexto social (GOLDIM, 2003), as mudanças desses conceitos ao longo da história se dá desde o período dos pensadores gregos até a chegada da ética no “mundo moderno”, assim resultando em inúmeras mudanças na forma do homem se posicionar em relação aos dilemas sociais, tais como os direitos humanos e o meio ambiente.

Após mudanças e avanços tecnológicos que facilitaram a comunicação no período entre o século XX e século XXI possibilitaram a discussão sobre os valores éticos e morais da sociedade moderna de uma maneira mais ampla e acessível e racional. Tendo os resultados dessas discussões percebe-se que o assunto invadiu não só o campo social, mas também o político e o legal. O antropocentrismo reflexivo abriu espaço para discussões sobre a igualdade entre os povos e a cultura da paz.

Com essas discussões, os assuntos em relação aos direitos fundamentais e os movimentos sociais, de valorização das minorias, tais como mulheres, negros, homossexuais, indígenas, entre outros vieram ganhando força, principalmente assuntos voltados para a valorização dos direitos humanos, decorrentes do reconhecimento dos valores dos seres humanos, independentemente de suas diferenças.

A reflexão entre ética e Moral revolucionou pensamentos á respeito direitos humanos pois valorizava o ser humano e seus direitos e não sua raça, cor, posição social ou nacionalidade.

Decorrente dessa situação criaram-se os códigos de conduta que reforçassem o caráter igualitário das relações sociais, tal como a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que o conteúdo se faz claro quanto à compreensão de que o respeito ao próximo, a igualdade entre os seres humanos e a cultura do amor são ingredientes fundamentais para se evitar a proliferação da violência, do terror e do medo. Violência essa que ainda está enraizada na sociedade brasileira e que precisa de amadurecimento por meio da educação e da transformação social, amor ao próximo, respeito aos diretos do indivíduo que poderia resultar-se em uma troca mutua de relação e modo e viver com qualidade.

Porém vivemos em crise social, rodeado de desigualdades, preconceitos e hierarquização, (Leonardo Boff em seu documentário, Ética e Ecologia) menciona uma crise ecológica que se torna cada vez mais crítica, tornando-se fundamental a preocupação ambiental com o Planeta Terra. Assunto também apontado no livro Coimbra (2002) que relata o vínculo entre os direitos humanos, a cultura da paz e o meio ambiente se interligam por meio das regras da convivência que permearam a História. Convivência essa que, cada vez mais, conta com a participação do mundo natural, onde a natureza é a origem dos parâmetros de bom relacionamento do homem com o mundo físico e entre nós próprios.

Um documento extremamente importante para análise desse assunto é A Carta da Terra, que é uma declaração dos povos sobre a interdependência global e a responsabilidade universal, que estabelece os princípios fundamentais para a construção de um mundo justo, sustentável e pacífico. Ela procura identificar os desafios e escolhas críticas para a humanidade enfrentar o século XXI, em resumo ela levanta os problemas sociais vinculados às ameaças contra a biosfera. Assim há uma preocupação mútua com a preservação dos direitos humanos, porém associados à preservação ambiental. O ponto focal para compreender o apelo desse código de conduta ético-ambiental é a máxima de que todos nós, seremos humanos, somos uma família e uma comunidade com um destino comum. Sendo, portanto, segundo a Carta, “necessário o somatório de forças que gerem uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz”.

Em virtude dos fatos mencionados fica evidenciado que a evolução dos conceitos morais e éticos proporcionou a existência de diversas discussões que buscam não mais compreender a ação individual do sujeito apenas, mas sim o impacto social dessas ações em escalas globais, com a preocupação da garantia de igualdade, justiça, paz, a preservação da natureza e os direitos sociais.

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BIBLIOGRAFIA:

ABBAGNANO, Nicola. História da filosofia I. 7º ed. Lisboa: Presença. 2006. Pag. 127-128.

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda e MARTINS, Maria Helena Pires. Temas de filosofia. São Paulo: Moderna, 2000. NALINI, José Renato. Ética geral e profissional. São Paulo: revista dos tribunais,2001.

BOFF, Leonardo. Ética e Ecologia: desafios do século XXI. Documentário

CANTO-SPERBER M. Dicionário de Ética e Filosofia Moral. Ed. 1ª. São Leopoldo: Unisinos, 2003.

COIMBRA, José de Ávila Aguiar. Pressupostos de Uma Ética Ambiental. Congresso Brasileiro de Qualidade na Educação: formação de professores: educação ambiental. Marilda Almeida Marfan (Organizadora). Brasília: MEC, SEF, 2002.

GOLDIM,