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Resenha da Entrevista de Fernando Gomes aos Professores Erisvaldo Pereira dos Santos e Rodrigo Coppe Caldeira no Programa Panorama da TV Assembleia

Por:   •  5/10/2018  •  1.138 Palavras (5 Páginas)  •  420 Visualizações

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recolhidos pelo Datafolha que mostram as preferências religiosas dos brasileiros no ano de 2016. Os dados evidenciam, apesar da da maioria católica, a pluralidade religiosa do país. Assim, ele levanta a questão de qual seria o papel do Estado em relação a essa multiplicidade de religiões que se vê cada vez mais presente na realidade brasileira. Coppe, então, afirma que é dever do Estado assegurar que toda e qualquer prática se constitua e se manifeste livremente dentro da sociedade, abrangendo essa manifestação inclusive de forma política, a fim de reconfigurar a relação errônea político-religiosa presente no país. Em seguida, ele retoma o que já havia sido falado anteriormente, apresentando o que seria então a ‘tolerância’, definindo-a como a capacidade de “ouvir aquilo que me causa repugnância”. Concluiu-se, assim, que este termo não carrega todo o caráter empático que deve ser inserido no contexto. Por fim, ele frisa a importância da defesa pelo Estado do direito das pessoas poderem se manifestar religiosamente mas também o cuidado específico que se deve ter com as minorias.

Aprofundando no debate, Gomes pergunta a Erisvaldo em que ponto a crítica a determinada religião se torna racismo religioso e, portanto, crime, e se é feita a devida punição de quem o comete. O professor menciona a omissão seletiva do Estado, que privilegia notoriamente as religiões de origem judaico-cristã, e a ilusão do estado laico, que efetivamente não garante a “convivência, vivência e permanência de todas as crenças”. Esses dois fatores acabam contribuindo para a normalização dessas práticas. O professor exemplifica a não-efetividade do princípio da equidade com a ausência de sacerdotes e sacerdotisas de religiões de origem africana em cultos ecumênicos, que por mais que sejam minoria, deveriam ter esse direito garantido. Ademais, coloca também essa situação como uma oportunidade de interação de todas as religiões em âmbitos comuns de nossa sociedade, que contribuiriam para reduzir as práticas de intolerância. Já sobre como se tem punido, ele enfatiza que o Estado também é lento neste quesito, pois coloca sempre outros casos como prioritários.

Tendo em vista o assunto discorrido, é relevante frisar, assim como fizeram o entrevistador e os entrevistados, a importância deste tipo de debate, principalmente em meios como a televisão a fim de que esse conhecimento se torne democrático e presente na vida das pessoas. Nota-se também o cuidado que o programa teve na escolha dos entrevistados, sendo um deles professor e babalorixá – uma figura importante no meio acadêmico em termos de representatividade e abertura de diálogo – e outro, professor especializado em religiões, vindo de uma universidade de cunho católico. Outrossim, o debate se desenvolveu notoriamente saudável, mostrando como é possível a articulação com o diferente.

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