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Massey caso

Por:   •  29/6/2017  •  Resenha  •  425 Palavras (2 Páginas)  •  588 Visualizações

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Tratar de maneira relacional espaço e tempo não significa reforçar qualquer separação entre o espaço (objeto de estudo da Geografia) e o tempo, como outrora diversos estudos das Ciências Sociais o fizeram. Trata-se, portanto, de considerar, conforme destaca Massey (2005), o espaço como multiplicidade de sequências temporais e momentos, resgatando a idéia de descontinuidade, conflito e diversidade. Sendo assim, ao entendermos o espaço e o tempo conjuntamente e não um como resíduo do outro, significa não torná-lo banal, podendo retratar melhor suas contradições.

O discurso da modernidade enraizou na análise, sobretudo dos processos espaço-temporais, uma visão de poder. Considera-se constantemente, o tempo das classes dominantes em detrimento dos grupos sociais subordinados pela sua condição de classe. A ideia de atraso, ou melhor, da necessidade de se modernizar, é trajada no imaginário dominante, que não supera os conflitos espaço-temporais. Nesse sentido, pode-se alegar que a própria ideia de modernidade evidencia a multiplicidade histórica dos tempos, reforçada na descontinuidade e não na homogeneidade espacial.

Associando a afirmativa de Massey (2005) à escala da cidade, podemos espacializar, acima de tudo, a diferenças entre os tempos no que diz respeito à história da luta de classes. Ao compararmos, a exemplo, os processos de expansão urbana, aos processos de segregação sócio-espacial é possível evidenciar marcas do passado que persistem - os povos assim ditos “atrasados” e os povos ditos “avançados” rivalizam na paisagem como expressões da multiplicidade/diversidade dos momentos e conflitos, em contraposição ao discurso da modernidade, sempre defensor da uniformização dos processos e amenizador das contradições.

Massey (2004) defende a indissociabilidade entre tempo e espaço, isto é, o espaço-tempo. Para Doreen Massey o espaço é um produto de interações, processos e conexões mais amplas do que aquelas que restringem-se ao que chamamos de espaço social. Em constante mudança, o espaço não pode ser considerado um sistema fechado, sendo muito mais do que mera concepção de distância.

A hipótese de Massey é de que o tempo pode, por sua vez, ser assim como o espaço um veículo de mudança, mas não a causa da mudança em si. Em outras palavras, produzir mudança significa produzir coisas novas (criatividade) e tal fato depende de uma interação entre coisas/objetos que são/estão passíveis de mudança. Interação para a mudança depende da existência prévia de dois objetos e o próprio tempo só possui sentido se houver interações. A autora conclui assim, que para existir tempo deve haver interação; bem como para existir interação deve haver multiplicidade (ao menos dois objetos/entidades); e para existir multiplicidade deve haver espaço (o espaço está em movimento e é composto pela multiplicidade).

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