A Teoria de Minsky quanto a Instabilidade financeira inerente ao capitalismo
Por: SonSolimar • 16/9/2018 • 1.406 Palavras (6 Páginas) • 419 Visualizações
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Com isso a forma de financiamento da produção de bens de capital e posição em ativos de capital pode ser considerada um fator importante que impacta no desempenho do sistema. Assim as condições financeiras são capazes de impulsionar os investimentos, visto que aumenta a quantidade de recursos nas mãos dos capitalistas. Uma vez que “existem meios de financiamento suficientes, os preços dos ativos de capital são elevados em relação aos preços dos bens de investimento. A decisão de investir é portanto tomada e o investimento aumenta” (MOLLO, 1988, p. 103).
A partir do momento que começam a surgir oportunidades do lucro, dá se o inicio da interação entre clientes tomadores de empréstimo e bancos que emprestam recursos. Com o desenvolvimento dessa interação a estrutura financeira começa a se tornar mais robusta possibilitando inovações financeiras, e até mesmo a substituição da moeda por ativos financeiros que se tornarão mais uma forma de financiamento dos investimentos.
Esse processo viabiliza o aumento da taxa de investimento, posto que quando o banco age de forma especulativa, endividando-se no curto prazo para auferir lucros emprestando a longo prazo, e há o aumento da aquisição de ativos financeiros, isso reflete um aumento endógeno de moeda e ativos líquidos, o que faz o preço destes serem menores do que dos ativos de capital.
As inovações financeiras provenientes da interação entre os bancos e clientes e a diversidade de instrumentos financeiros que elas geram tendem a aumentar o nível “subjetivamente aceitável” do endividamento dos agentes no processo de investimento (MOLLO, 1988, p. 105)
É fato que as condições financeiras são fundamentais para os investimentos, mas também acabam estimulando o desenvolvimento de um frágil sistema financeiro. "Um longo período de rápido crescimento e juros e inflação baixos levaram a grande complacência e vontade crescente de se tomar riscos.” (WOLF, 2008, apud PINHEIRO, 2009).
Para Minsky, o grau de prudência do endividamento define o grau de fragilidade do sistema. Em uma economia robusta, há uma postura Hedge dominante, com altas margens de segurança, porém, isso acaba abrindo espaço à postura Especulativa e Ponzi, pois surge oportunidade de se endividar no curto prazo para gerar lucros no longo prazo em que há taxas de juros maiores. Quando posturas desse tipo começam a dominar a economia, dá-se inicio ao processo de fragilização financeira.
Assim, os bancos e as instituições financeiras cujos lucros dependem do fornecimento de empréstimos a longo prazo, na base de empréstimos a curto prazo, ou seja, no seio do processo de criação de meios de financiamento, aumentam os meios de financiamento da economia. Fazendo isso, aumentam os investimentos financiados por empréstimos, já que o nível “subjetivamente aceitável” de se endividar para investir se eleva. Maior é então a quantidade de investimento financeiro por empréstimo, maior é o peso do endividamento na economia e mais frágil se torna a estrutura financeira. (MOLLO, 1988, p. 106)
Porém, a subjetividade dos agentes sobre o nível aceitável de endividamento é tratada por Minsky como peça chave do problema, sendo o processo de fragilização da economia uma consequência deste. “A subjetividade dos agentes e a endogeneidade da oferta de meios de financiamento puderam explicar a tendência ‘para cima’ da economia capitalista a tendência a um comportamento cada vez mais especulativo dos agentes, levando a fragilização do sistema.” (MOLLO, 1988, p. 106).
Mas o que faria a fragilidade se transformar em instabilidade? Para Minsky, a primeira perturbação que desencadeia a crise financeira parte de uma alteração nas condições de financiamento. Assim, altas taxas de juros seria um dos motivadores da crise financeira. Quando aumenta a demanda por financiamento, a tendência é que haja um aumento na taxa de juros, sendo o problema então uma alta demanda por meios de financiamento associada a uma oferta inelástica desses meios.
Uma vez que as decisões de investir geram uma sequencia de demandas por investimento, um período de comportamento tranquilo leva a um aumento da demanda inelástica pela produção
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